segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Lixeira Nerd: Entrando Numa Fria Maior Ainda com a Família

Não podia ser pior

Por Pedro Strazza

Sabe aquele parente chato seu, que não desgruda de você por um momento nos encontros familiares com piadas tão velhas e irritantes como "É pavê ou pacumê?" e fica perguntando da sua vida como se fosse um livro público? Aquele com o qual você sempre pensa "Pelo menos eu não preciso vê-lo todo dia." na volta pra casa? Esse tio/avô/primo/cunhado é talvez a representação física mais próxima da saga Entrando Numa Fria, uma das franquias mais execráveis da história da sétima arte.
Contando as desventuras de Greg Fornika (Ben Stiller) para conquistar a confiança do sogrão (Robert De Niro), um ex-agente do FBI, o primeiro capítulo, lançado em 2001, conseguia pelo menos arrancar algumas risadas de seus espectadores com tantas piadas físicas (como a do gato, por exemplo) feitas de seu elenco de respeito. Com tamanho sucesso da modesta produção, não demorou muito para a Paramount lançar em 2005 uma sequência, repetindo tudo que havia sido visto no original com mais exageros. Mas quando a história da família Fornika parecia ter sido encerrada e a piada, gasta à exaustão, terminada, eis que surge este Entrando Numa Fria Maior Ainda com a Família.
Assim como seu título, esse terceiro longa é um show de sequências inúteis com um dos piores roteiros de continuação já feitos. Sem ter como explorar a rixa entre os personagens de Stiller e De Niro, bem resolvida no longíquo ano de 2001, os roteiristas John Hamburg e Larry Stuckey fecham os olhos para todas as incoerências na trama e torcem para que o sucesso da produção se dê com boas atuações de um elenco formado por nomes como Barbra Streisand, Dustin Hoffman, Jessica Alba e Owen Wilson, além dos dois citados. O que não dá certo, pois a confusão criada por eles simplesmente não dá margens para salvação. Qual é a importância, por exemplo, dos personagens de Hoffman, Streisand e Owen para a história além de criarem situações embaraçosas e imbecis?
Entre uma piada de cocô e outra de masturbação, o desenrolar da trama não consegue explicar em nenhum momento o porquê de tudo aquilo estar acontecendo e, pior, não dá motivos para dois chefes de uma família reativarem seu ódio um pelo outro e acabarem se estapeando em uma humilhante briga na piscina de bolinhas da festa dos filhos de Greg. No final, quem entra numa fria não são os Fornika, mas sim o próprio (e coitado) espectador.

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