Han Solo - Uma História Star Wars

Leia a nossa crítica do mais novo derivado da saga!

Deadpool 2

Continuação tenta manter a subversão do original enquanto se rende às convenções hollywoodianas

Desejo de Matar

Eli Roth aterroriza ação do remake e não deixa os temas caírem na ingenuidade

Nos Cinemas #1

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Jogador N° 1

Spielberg faz seu comentário sobre o próprio legado em Hollywood sem esquecer do espetáculo no processo

terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Retrospectiva 2013: Cinema

Por Pedro Strazza

2013 está chegando ao seu final, e com ele vem junto aqueles bilhões de retrospectivas para você lembrar do que aconteceu de bom e ruim nesses últimos 365 dias. E no Nerd Contra Ataca não é diferente. Separamos para você, caro leitor, o melhor e o pior no mundo do cinema, dos games e dos quadrinhos em nossa revisada anual!
Após explorarmos o universo dos gibis e dos videogames, fechamos essa retrospectiva com chave de ouro com os filmes desse ano. Afinal, muita coisa de bom e ruim rolou no cinema em 2013! Confira:
Observação: Foram considerados nessa retrospectiva os filmes lançados no Brasil entre os dias 01/01/13 e 31/12/13. Ou seja, as produções que o público brasileiro realmente teve a oportunidade de ver nos cinemas.
  • Indomável Sonhadora: Indicado a quatro categorias do Oscar esse ano, o filme de Benh Zaitlin é uma belíssima fábula sobre as dificuldades sofridas pela população pantaneira depois da passagem do furacão Katrina.
  • Kick-Ass 2: Se a HQ original foi uma forte decepção para os leitores, sua adaptação pelo menos conseguiu convencer. Sabendo de todos os defeitos do material base, o diretor Jeff Wadlow resolveu seguir o caminho proposto pelo filme, mais cômico e um pouco menos sanguinário, condensando e alterando assim várias passagens da minissérie de Mark Millar.
  • Thor - O Mundo Sombrio: Apesar de não ter sido um filme pra lá de espetacular, a nova aventura do Deus do Trovão conseguiu pelo menos bater a expectativa baixa de muitos ao deixar de lado o tom teatral de Kenneth Branagh e adotar uma linha mais cômica e cheia de ação.
  • A Vida Secreta de Walter Mitty: Nova adaptação de conto de James Thurber, o longa dirigido e protagonizado por Ben Stiller pode não ser uma daquelas produções que vá mudar a vida de alguém, mas consegue pelo menos deixar todo mundo feliz na saída do cinema.
  • Wolverine - Imortal: Depois de vermos em 2009 aquele péssimo filme de origem do Carcaju, a sua sequência prometia nada além de mais decepção. Mas surpresa, Imortal é bom! Mesmo com um final péssimo, o longa aproveitou bem o clássico arco de Logan no Japão e fez um bom desenvolvimento no herói, preparando-o para os eventos do esperado X-Men: Dias de um Futuro Esquecido.
  • O Cavaleiro Solitário: É até compreensível que Jerry Bruckheimer tenha acabado sua parceria com a Disney quando vemos a mão da empresa nessa adaptação cinematográfica desse herói vindo do rádio. A necessidade latente do estúdio em transformar o filme em um Piratas do Caribe acabou com quaisquer pretensões do produtor em fazer uma homenagem ao velho-oeste. Não é à toa portanto que O Cavaleiro Solitário tenha sido um dos maiores fracassos desse ano.
  • Elysium: Com grande elenco e um contexto interessante, a expectativa para o novo filme de Neill Blomkamp (Distrito 9) era bastante alta. O longa do diretor sul-africano, entretanto, foi um verdadeiro show de erros, copiando vários elementos de sua obra anterior e desenvolvendo pifiamente seus personagens.
  • Ender's Game - O Jogo do Exterminador: Cansativo e em vários momentos irritante, a adaptação da obra de Orson Scott Card se propõe demais a ser uma grande produção de ficção científica, mas esqueceu de ser isso. 
  • Homem de Ferro 3: A terceira aventura de Tony Stark nos cinemas foi nada mais que uma ode ao exagero. Prometendo ser um filme mais sombrio, o longa limitou-se a ser mais uma sequência de piadas com o bilionário com algumas cenas de ação aqui e ali, enquanto finge se focar no homem dentro da armadura. Além disso, Homem de Ferro 3 conseguiu irritar fãs de quadrinhos ao destruir um dos maiores vilões do herói. Parabéns Shane Black, você dirigiu a decepção do ano. 
  • Meu Malvado Favorito 2: A sequência da animação de sucesso da Illumination Entertainment em nada lembrou o original ao exagerar no humor e esquecer de desenvolver seus protagonistas, relegando-os a escadas para que os Minions façam suas estripulias.
  • Oz - Mágico e Poderoso: Uma verdadeira tentativa de Alice no País das Maravilhas, só que agora com Sam Raimi na direção. 
Apesar de não ter um começo ou um final, a segunda parte da nova trilogia ambientada no universo de Tolkien trouxe um melhor ritmo que o visto em O Hobbit: Uma Jornada Inesperada. Além disso, o filme posicionou as peças para a vindoura e esperada Batalha dos Cinco Exércitos, o clímax final da aventura de Bilbo e a companhia dos anões. E Smaug, que dragão espetacular!

12°: Detona Ralph

Uma das animações mais recentes da Disney, o conto no mundo dos videogames é uma grande evidência de como o estúdio de Mickey Mouse está aprendendo com a Pixar, sua subsidiária. A jornada de auto-descoberta empreendida pelo vilão Ralph lembra a de personagens como Flick, Sr. Incrível e Sulley, além de contar com o humor costumeiro da empresa. 
A caçada a Osama Bin Laden serviu de pano de fundo para a diretora Kathryn Bigelow continuar a desenvolver as ideias estabelecidas com o seu multipremiado Guerra ao Terror. O vício da guerra, porém, não se passa na linha da frente, mas atrás das mesas, conforme acompanhamos a agente Maya em sua busca pelo homem mais procurado do mundo.
Vindo de um excelente reinício cinematográfico, Star Trek conseguiu ampliar seu público com Além da Escuridão ao trazer um vilão poderoso. Benedict Cumberbatch funcionou muito bem (okok, pra quem ainda não viu é SPOILERS A PARTIR DAQUI) como o  maléfico Khan, dando ao personagem um passado mais trágico e coerente com suas motivações. Agora é torcer para que J.J. Abrahms mantenha esse bom ritmo e dê uma nova luz para a vindoura trilogia de Star Wars.

9°: O Homem de Aço

Trazer o Superman de volta às telonas não era uma tarefa fácil, principalemente depois do escabroso longa de 2006. Mas Zack Snyder e Christopher Nolan conseguiram, e O Homem de Aço foi um excelente reinício do ser mais poderoso da Terra. A formação de Kal-El como pessoa e herói é gradual, chegando ao ápice em uma das lutas mais devastadoras do cinema. De fato um bom começo da DC Comics para adaptar seu universo e personagens. E que venha 2015 com seu Superman e Batman!

8°: A Viagem

Trabalhando dessa vez em parceria com o alemão Tom Tykwer, os irmãos Wachowski souberam adaptar o romance homônimo de David Mitchell para as telas. Partindo de várias histórias ambientadas em vários períodos e contando com um elenco multitarefa, A Viagem traz ao espectador a mensagem que todas as pessoas estão conectadas por algo maior, muitas vezes de maneira sutil. Um filme que deve ser experimentado por qualquer pessoa em qualquer período de sua vida.
Dessa vez com maior orçamento, a franquia Jogos Vorazes continua surpreendendo como franquia juvenil. Com crítica social poderosa e atuações bastante fortes para o mercado que se dirige, Em Chamas transmite com melhor clareza a mensagem que se propõe a entregar, além de continuar desenvolvendo a história de seus personagens sem cair no clichê medonho. Se não fosse por seu final deveras aberto, o filme teria conseguido aqui uma melhor posição.
A rivalidade existente entre os pilotos James Hunt e Niki Lauda definiu a Fórmula 1 dos anos 70. Em Rush, Ron Howard explorou com esmero o histórico dos dois, transportando para a tela a emoção das corridas protagonizadas por ambos. Fora delas, as atuações de Chris Hemsworth e Daniel Brühl, principalmente do último, dão formato aos distintos perfis de cada um, que se refletem fortemente em suas vidas pessoais.   

5°: Os Suspeitos

Até onde o ser humano pode ir para atingir seus objetivos? Em Os Suspeitos, o canadense Denis Villeneuve explora essa temática a partir de um pai de família que, com sua filha e a amiguinha desaparecidas, vai até às últimas consequências para reavê-las, enquanto um detetive também passa pelo mesmo processo. As atuações fortes de um elenco poderoso definem o longa, intenso do começo ao fim. 
Em meio a socos e chutes, os duelos protagonizados pelos robôs e monstros gigantes de Círculo de Fogo despertam no público a alegria e felicidade dos tempos inocentes da infância. Os defeitos são inúmeros, claro, mas eles não conseguem tirar do filme de Guillermo Del Toro toda essa poderosa força nostálgica. Que atire a primeira pedra quem não teve vontade nenhuma de pular de felicidade na cadeira e torcer quando o Gipsy Danger deu um soco foguete! 
Sangue, humor e genialidade são os maiores atributos de Quentin Tarantino. Agora cinquentão, o diretor resolveu fazer de seu oitavo filme sua estréia no gênero dos western, explorando o racismo da época ao mesmo tempo que realiza sua costumeira mistura de culturas. Em Django Livre, o velho-oeste serve de pano de fundo para uma sangrenta e bem-humorada história do príncipe em busca da amada (O nome Brunhilda é o indício mais claro disso), típica da literatura medieval e do cinema de certa forma. 

2°: Amor

No começo do ano, era ridiculamente fácil enxergar o público que saía das sessões de Amor nos cinemas notando quem estava com uma cara triste ou de choro. Afinal, o novo filme de Michael Haneke traz uma inconfortável sensação de levar uma porrada de um taco de beisebol na cara por mostrar o definhamento de um de seus protagonistas.Essa emoção causada no longa é um dos maiores atributos do diretor, que novamente entregou um filme tocante e brutal, tal como a vida.

1°: Gravidade

Entre vários momentos de tensão (demarcados maravilhosamente pela trilha sonora), o diretor Alfonso Cuarón filma uma belíssima história de superação pessoal. Os perigosos caminhos tomados pela dra. Ryan Stone para sobreviver sozinha no espaço e voltar para casa funcionam também para a personagem aprender a valorizar sua vida e seguir em frente após um trauma pessoal. Lindo, eficiente e espetacular, Gravidade com certeza mereceu todos os aplausos da crítica e do público.

domingo, 29 de dezembro de 2013

Retrospectiva 2013: Quadrinhos

Por Pedro Strazza

2013 está chegando ao seu final, e com ele vem junto aqueles bilhões de retrospectivas para você lembrar do que aconteceu de bom e ruim nesses últimos 365 dias. E no Nerd Contra Ataca não é diferente. Separamos para você, caro leitor, os melhores e os piores no mundo do cinema, games e quadrinhos em nossa revisada anual!
Para começar, visitamos o maravilhoso universo das HQs para uma rápida recapitulação das melhores republicações, os melhores do ano (óbvio!) e o que infelizmente decepcionou. Confira:
  • Coleção Oficial de Graphic Novels Marvel: Já lançada em países como Inglaterra, Alemanha e Austrália, essa coletânea em 60 volumes da editora Salvat está republicando o melhor do melhor da Marvel em seus quase 100 anos de histórias, em edições bem-trabalhadas, de capa dura e a preço razoavelmente disponível (R$29,90 cada volume, que saem em formato quinzenal). E o melhor é que partir dela histórias clássicas como Marvels e A Última Caçada de Kraven estão finalmente voltando às bancas e livrarias!
  • Homem-Aranha: A Panini, por razões ainda não muito bem esclarecidas, resolveu republicar histórias clássicas do Amigão da Vizinhança em boa qualidade e capa cartonada, como A Morte de Jean DeWolff, Tormento e as primeiras edições do Aranha 2099 e Ultimate. Para quem está afim de conhecer mais sobre o herói, a pedida foi mais do que certa.
  • Os Livros da Magia: Publicada nos anos 90, a minissérie de Neil Gaiman que explora o universo místico da DC Comics a partir dos olhos do jovem Tim Hunter ganhou uma belíssima nova versão no Brasil, agora em capa dura e reunindo os quatro capítulos.
  • Monstro do Pântano - Raízes: De novo sem nenhuma razão aparente, a Panini resolveu publicar as primeiras histórias do Monstro do Pântano em duas partes. Apesar do segundo volume ainda não ter chegado, a edição é interessante para ver o personagem pelas mãos de seus criador, Len Wein, e cria expectativa para que a editora republique também a fase de Alan Moore à frente da criatura.
  • Alex Ross: O ano não poderia ter sido melhor para os fãs do artista. Nada menos que três obras com os desenhos do quadrinista ganharam novas versões por aqui, incluindo aí a clássica O Reino do Amanhã e a própria Marvels. Justiça completa o bolo da alegria.
  • Antes de Watchmen - Coruja/Espectral/Moloch: Apesar de grande parte do projeto ter funcionado bem, Antes de Watchmen não deixou de ter seus frutos podres. Os prelúdios para Coruja, Espectral e Moloch não souberam lidar, cada um à sua maneira, com os históricos dos personagens de Alan Moore, inventando tramas fracas e desenvolvendo mau seus protagonistas para os eventos da graphic novel.
  • Esquadrão Suicida: Iniciada no ano passado de forma promissora, a mensal da equipe de super-vilões encerrou 2013 sem nenhum brilho. Tramas péssimas, desenhos mal trabalhados e um foco exagerado em Arlequina tiraram do Esquadrão Suicida a sensação de imprevisibilidade que o título originalmente trazia, já que seus personagens a todo momento podiam morrer. Isso sem contar o retorno pra lá de absurdo do Pistoleiro à vida.
  • Eu, Vampiro: Lançada no mix da Dark ano passado, a série em quadrinhos da DC Comics não se segurou após A Ascensão dos Vampiros, um arco mediano, e caiu no exagero. Afinal, como explicar todas as reviravoltas e mudanças de lado sofridas nas últimas edições? E os Van Helsing, coitados, que se tornaram uma organização gigante e disseminadora de zumbis??? Pelo menos o talentoso desenhista Andrea Sorrentino já assumiu outro título na editora, a reformulação do Arqueiro Verde.
  • Homem-Aranha: Enquanto a Panini acertou em republicar clássicos do Homem-Aranha, o título principal do Amigão da Vizinhança continuou a sofrer nas mãos de Dan Slott e seus roteiros fraquíssimos. Combinado à arte de Humberto Ramos, o ápice desse sucateamento nas histórias do personagem ocorreu na saga A Ilha das Aranhas, onde a população de Nova York inteira ganhou os poderes do aracnídeo(?!?!?!?!?!?!?!?!?), e no arco final antes da Nova Marvel, onde o Doutor Octopus assumiu a mente de Peter Parker. Resta aos fãs agora torcer para que o Homem-Aranha Superior chegue em 2014 para melhorar a revista do personagem e, quem sabe, o talento de Slott.
  • Kick-Ass 2/Hit-Girl: Se Kick-Ass em 2010 foi uma excelente sátira ao universo dos super-heróis em um mundo mais realista, a continuação e seu prelúdio serviram mais como uma brincadeira de mau-gosto de duas crianças endiabradas. Cada vez mais sem limites, Mark Millar se juntou novamente a John Romita Jr. para criar uma história que quer mais chocar seu leitor do que desenvolver os personagens estabelecidos, gerando assim cenas exageradas como decapitações, desmembramentos e muito, mas muito sangue. Uma pena, visto que ainda tem um capítulo para ser lançado por aqui. 
  • Vingadores: Guerra Sem Fim: Quando foi anunciado que a Marvel Comics voltaria a publicar graphic novels inéditas com seus personagens e de que o primeiro lançamento seria simultâneo no Brasil e nos EUA, gerou-se uma expectativa grande nos leitores brasileiros. Essa expectativa, porém, foi duramente suprimida, pois Guerra Sem Fim logo em suas primeiras páginas prova-se ser uma bela de uma decepção. Faltou ritmo à desinteressante tramoia política de Warren Ellis, que não combinam em nada com a arte de Jason Keith.
  • Wolverine MAX: Conhecido por ser uma linha de publicações mais violenta, o reinício da Marvel MAX não conseguiu nada mais que risadas dos leitores em sua estréia. Se Jason Starr achava que sua trama é violenta para os padrões atuais do Carcaju, ele obviamente anda por fora do mundo dos quadrinhos por completo!

10°: Batman - Terra Um


Depois de J. Michael Straczynski reexplorar a origem do Superman em 2012, a DC Comics lançou, através da linha Terra Um, mais uma nova versão do começo da carreira de justamente um de seus heróis mais famosos, o Batman. Para evitar qualquer tipo de problema em relação ao material, o próprio chefe criativo da editora, Geoff Johns, assumiu a ingrata tarefa de mudar o conhecido e consagrado início do Cavaleiro das Trevas. Uma decisão acertada: Junto dos desenhos de Gary Frank, Johns refez com esplendor várias passagens da infância de Bruce Wayne, tornando-as mais realísticas, ao mesmo tempo que manteve as bases fundamentais da formação do herói.

9°: Morte da Família


Scott Snyder e Greg Capullo podem não ter atingido por completo a meta de fazer outro clássico combate entre o Batman e o Coringa, mas com certeza fizeram um excelente trabalho. Desde seu primeiro capítulo, Morte da Família prendeu violentamente o leitor ao construir de maneira fantástica o suspense em torno do plano do vilão. Combinando isso com a espetacular arte de Capullo, o arco consegue pelo menos um lugar de destaque na recente trajetória do Homem-Morcego nos quadrinhos.

8°: Antes de Watchmen - Ozymandias


Anunciada e lançada nos EUA no ano passado, Antes de Watchmen chegou por aqui sob fortes suspeitas. Afinal, a ideia de fazer prelúdios à clássica graphic novel de Alan Moore parecia para fãs e leitores tão inadmissível quanto escrever um segundo volume da Bíblia ou da Torá. Essa rejeição, entretanto, caiu quando as minisséries sobre Rorschach, Dr. Manhattan e, principalmente, Ozymandias chegaram às bancas, pois estas aprofundaram-se melhor em seus personagens, mentalmente ou cronologicamente. A do homem mais inteligente do mundo, porém, foi a que melhor funcionou, combinando roteiro impecável de Len Wein com desenhos maravilhosos de Jae Lee, ganhando portanto maior destaque aqui.

7°: Chico Bento - Pavor Espaciar


Dotado de um humor visual e proveniente do mundo dos cartuns, Gustavo Duarte foi o terceiro convidado da Graphic MSP para reinventar os personagens criados por Maurício de Sousa. Escolhendo o Chico Bento, Duarte elaborou com esmero e qualidade uma história que combina o universo do personagem caipira com elementos de sua infância em Bauru e gostos pessoais. Essa mistura resulta em Pavor Espaciar, uma graphic novel divertida e desprovida de qualquer preocupação, que com seu ritmo, referências e risadas encantou a vários apreciadores dos quadrinhos.

6°: Piteco - Ingá


Dentre todas as reinvenções propostas pela Graphic MSP em sua primeira fase, Ingá é de longe a que mais aproveitou a liberdade criativa. O escritor e desenhista Shiko mudou por completo o visual de diversos personagens do núcleo de Piteco e elementos de seu universo para fazer um verdadeiro épico visual de ação, envolvendo aí mitologia e rivalidade tribal. Com certeza um grande acerto do selo.

5°: Vingadores vs. X-Men


É quase engraçado pensar que, em quase 100 anos de histórias, a Marvel Comics nunca tinha pensado antes em botar as suas duas maiores super-equipes pra se estapear. E quando ela finalmente fez isso, o resultado foi espetacular. Resgatando elementos dos quadrinhos no passado, o embate que colocou os X-Men contra os Vingadores teve de tudo: Momentos épicos, drama, humor e muita, muita porrada. Escrita por uma equipe composta pelos maiores talentos da editora, a saga é, junto de Guerra Civil, uma das melhores histórias da Marvel em tempos recentes.

4°: Demolidor


A trajetória do Homem Sem Medo nos quadrinhos desde sempre é das mais difíceis. De sua origem trágica até sua recente "morte", Matt Murdock sempre foi considerado pelos roteiristas como um protagonista de um mundo duro e complicado. Essa visão, porém, sofreu mudanças recentemente com a entrada de Mark Waid e o desenhista Paolo Rivera em sua revista mensal, que trouxeram às aventuras do herói um ar mais leve e gráfico. Essa aposta da dupla funcionou perfeitamente, tornando o Demolidor novamente em um personagem de sucesso entre o público e a crítica - além de trazer vários prêmios e indicações para melhores do ano.

3°: Combo Rangers - Somos Heróis


Há tempos longe da equipe colorida, Fábio Yabu resolveu voltar a escrever sobre os Combo Rangers através de uma ajudinha de um site de financiamento coletivo. Os fãs prontamente doaram seu dinheirinho para tirar o projeto do papel, e o resultado a princípio é pra lá de positivo. Aliado à arte de Michel Borges, Yabu combina seu humor simples com uma baita homenagem aos tokusatsus no espetacular primeiro volume do reboot dos heróis. Ao final da leitura, resta ao leitor esperar ansiosamente pelas outras duas partes, que devem sair só no ano que vem.

2°: Azul é a Cor Mais Quente


Assim como todos os outros sentimentos, o amor se manifesta das mais diversas maneiras na sociedade. E, como toda a variedade, é normal que se criem preconceitos em torno de casos específicos. Em Azul é a Cor Mais Quente, Julie Maroh analisa essa sensação através do romance entre Emma e Clementine, duas mulheres que sofrem de todos os tipos de discriminações para ficarem juntas. Mas o amor que uma sente pela outra é mais forte do que qualquer julgamento e obstáculo. Uma graphic novel bela, romântica e sensível.

1°: Turma da Mônica - Laços

Se há alguém que com certeza não reclamou de nada em 2013 são os irmãos Caffagi. Escalados para escrever o segundo volume da Graphic MSP, Vitor e Lu Caffagi acertaram em cheio em sua graphic novel, que os alçou para o sucesso. Laços é uma espetacular mistura de aventura e comédia com gostinho de infância, à la Goonies e os filmes da Pixar, e mostra que a amizade é a maior das alegrias possíveis.


quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Sobras: Carrie - A Estranha, Ender's Game - O Jogo do Exterminador e A Vida Secreta de Walter Mitty

Às vezes não dá para ver tudo na estreia. Vamos às sobras:

Carrie - A Estranha

Por Pedro Strazza

Sem dúvida, o maior de todos os desafios em um remake é a atualização da trama do original. Dos elementos mais bobos aos complexos, há em toda produção certas peças que não se encaixam tão bem como deveriam devido ao progresso e à evolução natural do planeta, seja na tecnologia ou política. Se não houver atenção a esses pequenos detalhes, o fracasso é iminente para os envolvidos.
Quem não soube trabalhar esse aspecto da maneira devida é Carrie - A Estranha. Refilmagem da adaptação clássica da obra de Stephen King, a produção utiliza sem muita responsabilidade novidades tecnológicas e gera em vários momentos situações incoerentes com o roteiro. Na cena inicial, por exemplo, as meninas no vestiário usam da câmera de seus celulares para fazer bully com Carrie (Chlöe Moretz), mas por motivo nenhum demoram para postar o vídeo na internet. O próprio clímax no baile poderia ter sido evitado com apenas uma singela ligação de Sue (Gabriella Wilde) para seu namorado, o que salvaria milhares de vidas.
A construção dos personagens é também outro fator problemático ao remake. Ao contrário do longa de 1976, onde quase todas as pessoas envolvidas possuíam defeitos e qualidades, Carrie é maniqueísta, definindo de imediato quem é bom ou ruim, e acaba tirando de seus coadjuvantes qualquer importância que tinham. A treinadora Desjardin (Judy Greer) e a terrível Margaret White são as personagens que mais perdem com isso: A primeira deixa de ser um elemento movido pela culpa dos feitos do passado para se tornar aqui uma estranha defensora dos fracos e oprimidos; A mãe de Carrie, interpretada por Julianne Moore, está ainda mais exagerada do que visto no filme de Brian De Palma.
Ao mesmo tempo, verifica-se na protagonista um desenvolvimento supérfluo e incoerente. É bizarro ver como Carrie, em menos de meia hora de longa (e, mais importante, muito antes do baile), deixa de ser aquela menina destruída pelo relacionamento com a mãe e o bullying para ser a mulher mais bela do colégio, mas ainda sim oprimida como ela anteriormente, ao descobrir seus poderes telecinéticos. Há uma fetichização incompreensível da personagem por parte da diretora Kimberly Peirce, que está obviamente querendo ressaltar a atriz principal (e ícone da cultura pop como Hit-Girl) para promover o longa. Moretz, por sinal, faz caras e bocas para ganhar a atenção e a torcida de seu público, mas em nada convence.
É notável como a versão de 1976 de Carrie - A Estranha funcionava sobre seus protagonistas e atuações de seu elenco para desviar do espectador a fragilidade do roteiro. Ao ignorar essas fundações, o remake torna-se tão esquecível e bobo como qualquer outra produção de terror mediana, e só se destaca ao fazer uma breve lembrança do original, que merece sim ser visto pela nova geração.
Nota: 2/10

Ender's Game - O Jogo do Exterminador

Por Pedro Strazza

Embora pareça a princípio fácil, fazer um filme épico é uma tarefa extremamente complicada. Deve-se haver uma perfeita elaboração da trama e de sua sicronia com o ritmo, alternando os clímax com momentos mais lentos e de desenvolvimento. Em Ender's Game - O Jogo do Exterminador é perceptível como esses dois fatores são teoricamente bem realizados pelo diretor Gavin Hood (X-Men Origens: Wolverine). Os problemas começam, entretanto, quando esses são postos em prática.
Ambientado num mundo onde os jovens são a grande aposta para derrotar a ameaça fantasma de uma raça alienígena, o longa acompanha o crescimento de Ender (Asa Butterfield) dentro da Academia de generais, que procura o grande general para derrotar o inimigo. Vindo de uma família problemática, o garoto precisa convencer a todos que é sim o bastião da humanidade contra o fim, além de superar os problemas decorrentes de sua família problemática.
Essa evolução pessoal do protagonista, entretanto, acaba sendo tratada de maneira superficial pelo roteiro, que se interessa muito mais nas batalhas da arena de treinamento e o relacionamento do jovem com outros personagens. Esse último, apesar de importante, poderia ter sido tratado com menos destaque, pois prejudica em muito o andamento da trama e o envolvimento que o público tem com Ender. Por outro lado, as cenas de ação são bastante interessantes a princípio ao exaltar o espírito de grupo nas equipes e a gravidade zero, mas acabam se tornando com o passar do filme tediosas e repetitivas. E isso se repete para pior no ápice da ação, que acaba se revelando no final algo maior do que parecia e desaponta com força o seu espectador.
Enquanto isso, o elenco funciona sem maiores problemas. Butterfield encarna com dor e seriedade seu Ender, mas volta a ser a criança que é quando em meio a seus familiares. Coadjuvantes como Harrison Ford (como sempre sensacional) e Abigail Breslin também criam aqui interessantes ideias para seus papéis, e Viola Davis, apesar do desmerecido pouco tempo de tela, faz de sua Major Anderson uma espécie de mãe para o protagonista.
Há diferenças entre ser grandioso e parecer ser. Ender's Game procura desde seu primeiro minuto mostrar a seu espectador que faz parte da primeira alternativa, com cenas épicas e cheias de ação contra uma raça alienígena insectoide e um protagonista de peso na figura do jovem Ender. Falta ao filme, porém, pequenos aspectos e qualidades que convençam de fato o público e o tornem digno do bloco, relegando-o infelizmente à segunda categoria.
Nota: 5/10

A Vida Secreta de Walter Mitty

Por Pedro Strazza

Depois de ter explorado as loucuras e bizarrices da vida das estrelas em Trovão Tropical, Ben Stiller volta para a cadeira de diretor pela quinta vez para explorar a vida do homem comum e seus desejos por maiores emoções em A Vida Secreta de Walter Mitty, baseado no conto de James Thurber. O protagonista da vez é o Walter Mitty (o próprio Stiller) do título, um funcionário da revista Life na parte de fotografia com rotina extremamente burocrática que revela as fotos do mundialmente renomado fotógrafo Sean O'Connell (Sean Penn). Mas quando o negativo pretendido por O'Connell para a edição final da publicação física inexplicavelmente desaparece, Mitty é obrigado a abandonar o seu dia-a-dia normal para buscar a imagem com o próprio autor, do qual ele nunca conheceu.
Apesar de parecer por fora um típico e chato filme de auto-ajuda, A Vida Secreta de Walter Mitty possui elementos do humor costumeiro dos longas de Stiller para driblar essa condição. E embora em alguns momentos saia do foco (como é visto claramente na piada com O Curioso Caso de Benjamim Button), esse tom de comédia consegue aliviar bem a carga motivadora do longa para tornar a experiência mais agradável, mesmo com toda a evolução clichê de Walter.
Em contraponto a isso, temos na produção uma edição bastante exagerada e parecida com aquelas animações de slides do PowerPoint. A princípio, essas transições de cenas são até interessantes, funcionando bem quando utilizadas junto aos efeitos visuais; conforme o tempo passa, porém, tornam-se irritantes e artificiais, tirando um pouco da beleza natural das locações utilizadas.
A Vida Secreta de Walter Mitty é um longa que com certeza não será o "filme da vida" de alguém ou fator decisivo para uma série de mudanças na rotina de outra. Mas, por não se valer do emocional e querer ditar o futuro de sua vida, o filme valerá sim o preço de seu ingresso e botará um sorriso em seu rosto pelo resto da tarde.
Nota: 6/10

terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Novidades da Semana: Cinema (16/12/13 a 24/12/13)

A seguir, os destaques dessa semana no mundo do cinema:


Amigo dos insetos: Paul Rudd foi anunciado essa semana pela Marvel para viver o Homem-Formiga nos cinemas. O ator concorria com Joseph Gordon-Levitt para o papel. Segundo Kevin Feige, presidente da Marvel Studios, "Quando [o diretor] Edgar Wright  veio com a ideia de Paul Rudd, sentimos um grande alívio, pois o primeiro passo para criar qualquer filme do Marvel Studios é encontrar o ator certo. Sabíamos desde o início que havíamos encontrado a pessoa certa com Paul. (...) Não poderíamos estar mais empolgados para que o nosso público veja o que ele fará para trazer Homem-Formiga à vida.". O longa chega às telas em 31 de julho de 2015.

Ainda sobre o universo Marvel nas telas, o Latino Review divulgou nessa semana que o Barão Wolfgang von Strucker, líder nazista criador da H.I.D.R.A., estará em Vingadores 2. De acordo com o site, a Marvel Studios está à procura de um ator caucasiano entre 40 e 50 anos e de porte imponente para viver o vilão, que tem Martin Csokas e Dougray Scott para vivê-lo nas telas. O HitFix complementou a informação afirmando que Von Strucker será a ameaça inicial da continuação, perdendo a importância ao longo da trama. Ele seria o antagonista de uma espécie de cena pré-créditos e responsável por colocar Mercúrio e Feiticeira Escarlate em contato com os Vingadores, cuja confiança nos dois irmãos (que podem ser tando do bem como do mal) é central à produção. Nada, entretanto, foi confirmado. Vingadores 2 estréia em maio de 2015.

Opa, te cortei!: Quando se conta com um extenso elenco de estrelas, é normal que uma ou outra acabem ficando meio de lado na história em prol de outras. Bryan Singer, entretanto, levou isso além nessa semana ao revelar à Entertainment Weekly que Vampira teve sua participação cortada de X-Men: Dias de Um Futuro Esquecido. Segundo o diretor do novo filme dos mutantes, a cena de resgate que envolvia a personagem da atriz Anna Paquin, Magneto (Ian McKellen), Professor X (Patrick Stewart) e Homem de Gelo (Shawn Ashmore) foi removida do longa pois “Durante o processo de edição, a sequência acabou ficando supérflua. Ela é muito boa e deve acabar no DVD como uma cena removida, mas infelizmente era a única que tinha a participação de Anna Paquin. Apesar de ela aparecer em alguns materiais de divulgação e ter integrado o processo de desenvolvimento do filme, ela não estará na edição final. Anna foi fantástica na cena e é uma atriz brilhante. Mas entendeu, apesar da decepção, porque tivemos que cortar. A cena foi gravada muito no início e filmes evoluem". Singer, porém, está aparentemente negociando com Paquin para conciliar novas filmagens da produção com a agenda da atriz. Dias de Um Futuro Esquecido segue com estréia marcada para 23 de maio de 2014.

Sonhando alto: Segundo o Deadline, Joseph Gordon-Levitt está em negociações finais para estrelar e dirigir a adaptação cinematográfica de Sandman. O ator mais tarde sugeriu em seu Twitter que o filme terá como base Prelúdios e Noturnos, primeiro arco da série de Neil Gaiman, mas ressaltou que por enquanto só assinou contrato para produzir o longa: "O resto ainda precisa ser visto. Estou encantado que vocês estejam empolgados. Eu também estou!".

Na moda com atores malucos: O filme que reunirá pela primeira vez nas telas Batman e Superman já está em estágios finais da criação dos uniformes. De acordo com Michael Wilkinson, figurinista que trabalhou com o diretor Zack Snyder em quase toda sua filmografia, a roupa do Azulão sofrerá pequenas alterações no novo longa, enquanto que a do Cavaleiro das Trevas será algo completamente diferente do visto em toda a trajetória do herói na telona. Wilkinson também evidencia que a Mulher-Maravilha, personagem inédita nos cinemas, terá um "novo visual", mas sem entrar em muitos detalhes. Ao Cinemovies, Michael diz que "Estamos agora no ponto em que estamos refinando os designs com uma última bateria de testes de câmera e fazendo as últimas alterações em preparação para as filmagens".
Enquanto isso, o longa segue em busca de um intérprete para Lex Luthor. A aposta da vez é Joaquin Phoenix (O Mestre), que segundo a Variety estaria no foco da Warner Bros. para viver o empresário antagonista do longa. O site ressalta, entretanto, que o processo de negociações ainda está no início e que não se sabe se o ator aceitará o papel.
Mais informações devem sair em breve. Ainda sem título oficial, a produção que reúne Batman e Superman chega aos cinemas no dia 17 de junho de 2015 e tem por enquanto confirmados Henry Cavill, Ben Affleck, Amy Adams, Laurence Fishburne e Diane Lane no elenco. David Goyer e Zack Snyder assinam o roteiro.

Saindo da geladeira: A 20th Century Fox e a Blue Sky agendaram a estréia de A Era do Gelo 5 para o dia 15 de julho de 2016. Não há informações sobre a trama do filme ou sobre a equipe criativa.


Modéstia?: James Cameron e a 20th Century Fox fecharam essa semana um acordo com o governo da Nova Zelândia para realizar os próximos três filmes de Avatar no país, recebendo um abatimento de 25% nos impostos em troca dos gastos de cerca de US$412 milhões na ilha. Além disso, a première mundial de pelos menos um dos novos longas da franquia acontecerá na Nova Zelândia.
Durante o anúncio, Cameron deu, durante entrevista à Associated Press, mais detalhes sobre as continuações. "Teremos novos ambientes e novas criaturas por toda Pandora. Estamos expandindo tudo. No início eu considerava mostrar outros mundos no mesmo sistema solar, mas não vai ser necessário. Quero dizer, a Pandora que imaginamos será uma terra da fantasia que ocupará as pessoas por décadas ainda", afirma o diretor, que ainda falou mais sobre a exploração do mundo submarino de Pandora: "Temos cenas submarinas, mas não seria certo dizer que Avatar 2 se passa debaixo d'água. Temos cenas submarinas e cenas na superfície das águas, relacionadas com as culturas indígenas oceânicas que são distribuídas ao longo dos três [novos] filmes".
O momento mais interessante da declaração do diretor, entretanto, veio com sua inusitada comparação feita para o foco que Cameron quer para o novo capítulo, centrando agora na família do protagonista Jake Sully em Pandora: "O primeiro filme era centrado nele, era a história vista pelos olhos de Jake. Nós espalhamos um pouco as coisas à medida em que avançamos. É na verdade a história da família dele, a família que ele cria em Pandora. Então eu encaro como uma saga familiar, como O Poderoso Chefão".
As filmagens estão marcadas para outubro de 2014. Josh Friedman, Rick Jaffa, Amanda Silver e Shane Salerno cuidam dos roteiros das continuações de Avatar, que estréiam em dezembro de 2016, dezembro de 2017 e dezembro de 2018.

domingo, 22 de dezembro de 2013

Novidades da Semana: Games (15/12/13 a 22/12/13)

A seguir, os destaques dessa semana no mundo dos games:

Sobrevida: O IGN divulgou nessa semana que Watch Dogs, o esperado jogo da Ubisoft, surgiu a partir de um game da franquia Driver cancelado, cuja série foi comprada pela empresa em 2006. Laurent Detoc, presidente da Ubisoft North America, diz que "Eles estavam trabalhando em uma engine de corrida. Tínhamos os direitos de Driver. Isto foi anos atrás. Então pensaram que este não era o rumo que queríamos tomar com um game de corrida, então cancelamos aquilo e começamos de novo. Quando um game é cancelado, você usa elementos dele para fazer outro.". Ainda segundo Detoc, surgiu de repente no grupo a ideia de fazer um jogo de mundo aberto em que o protagonista pudesse sair do carro para fazer outras atividades. Explicar como isso foi para no universo do hackers e dos cibercriminosos, entretanto, não foi explicado pelo presidente. Com versões para Playstation 3, Xbox 360, PC, Wii U, Playstation 4 e Xbox One, Watch Dogs tem previsão de lançamento para o segundo trimestre de 2014.

Realismo: Em The Divison, novo jogo do falecido Tom Clancy, comida e água serão elementos importantes para o jogador. É o que pelo menos afirmam Mathias Karlson e Axel Rydby, da Massive Entertainment, que comentaram em vídeo que esses recursos não precisarão de fato ser consumidos, mas usados como moeda de troca. Rydby diz no vídeo que "Você não somente terá que procurar por água e comida, mas estas se tornam recursos valiosos, que podem ser usados para trocas. Mas não é nossa intenção que jogadores tenham que consumi-los para permanecer vivo.". No começo do jogo, o protagonista ganha uma mala com suprimentos suficientes para cerca de 72 horas, mas com o decorrer do game será preciso adquirir novos itens para sobreviver. Passado em um mundo destruído por uma epidemia viral (iniciada curiosamente numa Black Friday), The Division mostra as ações da tal "Divisão", equipe emergencial tática acionada pelo presidente americano para reestabelecer a ordem depois do colapso social completo. Com versões para Xbox One e Playstation 4, o jogo está previsto para sair no último trimestre de 2014.

Se adiantando: Em seu Twitter, Aaryn Flynn, da Bioware, confirmou oficialmente que Mass Effect 4 está em desenvolvimento. Produzido pela Bioware Montreal e usando da Engine Frosbite 3 (da Eletronic Arts), o quarto capítulo da franquia dos games só recebeu elogios de Flynn, que diz ter sido "ótimo jogar o próximo Mass Effect em Montreal. Ambicioso. Lindo. Novo, mas reconhecível. E divertido". Não há previsão de lançamento.

Maior expansão: De acordo com o Examiner, a série dos games Assassin's Creed pode ter dois novos títulos lançados em 2014. Ambos em desenvolvimento, um título seria lançado para a nova geração com versões para Playstation 3 e Xbox 360 enquanto outro teria exclusividade para Xbox One e Playstation 4. A fonte do site diz ainda que a série estaria em estágio de reformulação, mas não explicou propriamente o sentido disso. Nenhum nome foi divulgado e não houve informações sobre uma versão para Wii U. O CVG procurou a Ubisoft para perguntar sobre a veracidade desta informação, mas a empresa não comentou o assunto.

Novidades da Semana: Televisão (15/12/13 a 22/12/13)

A seguir, os destaques dessa semana no mundo da televisão:

De volta: As Meninas Superpoderosas vão voltar, na forma de um especial, para o Cartoon Network em janeiro. Doze anos após o filme e nove do fim da série, o trio contará com a participação do beatle Ringo Starr no episódio, que mostrará o Macaco Louco armando um plano para roubar o Elemento X. Mas quando Florzinha, Lindinha e Docinho o impedem novamente de realizar o objetivo, o vilão cria um videogame chamado Dance Pants R-EVILution para assumir o corpo das Meninas Superpoderosas. Ringo dublará Fibonacci Sequins no episódio, o matemático mais espalhafatoso de Townsville, e cantará I Wish I Was a Powerpuff Girl, composta pelo músico especialmente para o capítulo. O especial vai ao ar no dia 20 de janeiro nos EUA.

Payback: Frank Darabont, criador e ex-produtor de The Walking Dead, está processando a rede AMC por não lhe repassar os lucros relativos à série. De acordo com o Hollywood Reporter, o processo foi aberto na última terça em Nova York e diz no texto que a emissora quebrou o contrato com Darabont, deixando de lhe repassar "dezenas de milhões de dólares". Essa ruptura viria desde fevereiro de 2011 e teria sido um dos motivos para o produtor ter sido afastado do cargo, ocorrido em julho do mesmo ano e pouco depois do início das filmagens da segunda temporada.
O processo ainda afirma que a AMC havia inicialmente concordado, em setembro de 2009, de produzir a série em um estúdio afiliado e repassar a Darabont 12,5% dos lucros obtidos após os impostos. Esse acordo foi posteriormente modificado quando a emissora decidiu produzir a série sem a ajuda de nenhum estúdio externo, realizando o conhecido "self-dealing" ou auto-licenciamento. Essa prática, que verticalizou a produção da série, está no centro da disputa, segundo o documento. A AMC ainda não se pronunciou sobre o processo.

Tudo golpe: Não deu um mês e Uma Família da Pesada já está voltando atrás em sua polêmica decisão de matar um de seus personagens principais. No último domingo, o episódio "Christmas Guy" confirmou os rumores sobre o retorno de um dos integrantes da família Griffin à vida. (A partir daqui, SPOILERS). Na trama do capítulo de Natal, Vinny, o novo cachorro da família, consegue recuperar a máquina do tempo de Stewie após ouvir o bebê pedir para o Papai Noel trazer Brian de volta. Ao viver novamente, Brian agradece a consideração do Stewie do futuro em salvar sua vida, comentando que outras famílias teriam simplesmente comprado outro cachorro.
Depois do fim do episódio, o criador da série, Seth Macfarlane, fez um breve comentário sobre a volta do personagem:  "E aí vai a nossa lição de Natal: Não faça pouco daqueles que você ama, pois eles podem morrer de verdade. Quero dizer, vocês não pensaram realmente que mataríamos Brian, pensaram? Jesus, nós precisaríamos estar completamente chapados".

Ajudando os atrasados: A Netflix e a Sony Pictures Television anunciaram nessa semana que Better Call Saul, série derivada da recém-encerrada Breaking Bad, estará disponível exclusivamente para assinantes europeus e da América Latina do canal de streaming pouco depois dos episódios serem exibidos nos EUA pelo canal AMC, no início de 2014. Nos Estados Unidos e Canadá, a primeira temporada completa do seriado estará disponível no Netflix após o fim da temporada. O acordo faz do serviço de streaming o único a ter exclusividade na exibição da série em todos os países onde opera, feito atingindo também em alguns territórios com Breaking Bad.
Co-criada e com produção executiva de Vince Gillian, idealizador de Breaking Bad, Better Call Saul será protagonizada por Bob Odenkirk, que volta para viver o advogado trambiqueiro Saul Goodman anos antes de ter seus serviços contratados por Walter White (Bryan Cranston).

Novidades da Semana: Quadrinhos (14/12/13 a 22/12/13)

A seguir, os destaques dessa semana no mundo dos quadrinhos:

Mata logo de uma vez: A polêmica e divisora de opiniões Superior Spider-Man já tem data para acabar. A série, que mostra a mente de Otto Octavius no comando do corpo de Peter Parker (e logo assumindo a identidade do herói), será encerrada em sua trigésima edição, que sai em março nos EUA. De acordo com o Bleeding Cool, uma novo título com o personagem será lançado em abril, com roteiros de Dan Slott e desenhos de Humberto Ramos. 
As solicitações da Marvel Comics para março incluem Superior Spider-Man #29 e #30, com as partes três e quatro do arco Goblin Nation, cuja previsão inicial era de cinco capítulos. O site, porém, afirma que essa quinta edição não existe e que a nova revista do Amigão da Vizinhança sai mesmo em abril, a tempo do lançamento de O Espetacular Homem-Aranha: A Ameaça de Electro. Essa nova publicação do herói nos quadrinhos faz parte da iniciativa All-New Marvel Now, que relança mais alguns títulos da Casa das Ideias quase um ano depois da Nova Marvel.

Mais mudanças: Adiada no fim de novembro, Inhuman, a nova série da Marvel situada no núcleo dos Inumanos, agora trocou de roteirista. Matt Fraction, antes responsável pela elaboração do título, será substituído por Charles Soule, que já escreveu She-Hulk e Thunderbolts para a Marvel, e continuará trabalhando em outros títulos da Casa das Ideias, como a multipremiada Gavião Arqueiro. Reunindo ambos os roteiristas e o editor Alex Alonso, o CBR descobriu que os motivos para tal troca foi puramente um desentendimento criativo. Segundo Fraction, "Minha versão de Inhuman não era a mesma que eles tinham em mente. E a série é algo muito importante para a editora. Todos têm que estar em sintonia". Após alguns meses de tentativas dessa sintonia, a equipe e o escritor decidiram mudar o roteirista, preservando assim a ideia inicial da editora.
Soule afirma na entrevista que vai aproveitar as bases criadas por Fraction para escrever a série, cuja premissa é explorar a população dos inumanos após a explosão da Bomba de Terrígeno na Terra, que ativou assim diversos inumanos espalhados pelo globo. "É uma fundação sobre a qual muitas histórias e personagens espetaculares serão criados", diz.

Sonho realizado: Em outubro desse ano, a DC Comics se envolveu em mais uma polêmica quando a arte original da clássica HQ onde Superman encontra o então presidente John Kennedy foi posta para leilão. O problema dessa venda seria que o desenhista original Al Plastino acreditava que o desenho havia sido doado para o John F. Kennedy Memorial Library, e até sua morte, em novembro, tentava devolvê-la ao museu.
Plastino pode ter falecido e não visto o desfecho da história, mas ganhou nessa semana a briga quando a DC resolveu atender o seu último pedido, pois a editora comprou as páginas e vai doá-las para a biblioteca em nome de JFK. Em resposta a essa decisão, a família do quadrinista declarou que "Estes desenhos eram muito especiais para Al e nossa família, e significaria muito para ele saber que a DC ajudou a preservar a história como parte de seu legado artístico e como um tributo ao presidente Kennedy".

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Crítica: Antes de Watchmen - Moloch

Falta aprofundamento à minissérie sobre o vilão dos Minutemen

Por Pedro Strazza

Após ter anunciado na Fan Expo 2012 que faria de última hora mais uma minissérie para Antes de Watchmen, dedicada agora ao vilão Moloch, J.M. Straczynski revelou na época que a revista tinha sido descartada inicialmente por causa de sua agenda cheia, ocupada até então pelos prelúdios ao Coruja e ao Dr. Manhattan. Com estes trabalhos terminados mais cedo do que se pensava, porém, ele resolveu propor à DC a retomada da ideia, e dois meses depois do anúncio o título já se encontrava à venda nas lojas americanas.
Essa evolução rápida do planejamento da minissérie é visível desde as primeiras páginas de Antes de Watchmen - Moloch. Contada em dois capítulos, a vida do inimigo clássico dos Minutemen na obra de Alan Moore é resumida aqui de forma a buscar no leitor uma simpatia pelo protagonista e sua triste e difícil trajetória. Para isso, Straczynski resolveu dividir a história em duas partes distintas: Na primeira edição, faz-se uma breve biografia de Moloch até sua condenação à prisão perpétua; a segunda, por sua vez, apresentam-se novamente os eventos de Watchmen sob a perspectiva do idoso antagonista aposentado.
Essa separação é inicialmente uma ideia muito interessante para o limitado número de edições, mas não funciona como deveria no papel. O primeiro capítulo é raso demais em descrever toda a interessante biografia do garoto Edgar Jaccobi, deixando de lado um olhar mais profundo sobre interessantes experiências vividas em prol de acelerar a narrativa. A infância do mágico poderia tranquilamente ganhar uma edição própria e explorar traumas que iriam se refletir em seu futuro, como a menina bully e os pais omissos (e subaproveitados), por exemplo.
Por outro lado, a segunda parte, que explora a vida de Moloch após seu último encarceramento e o acompanha nos eventos da graphic novel, é em vários momentos chata e tediante. Afinal, a vida do protagonista na aposentadoria é completamente manipulada por Adrian Veidt, o Ozymandias, que o usa como mensageiro de situações que ocorrerão na obra de Moore, em busca de uma simpatia do leitor pelo protagonista. Mas entrar em detalhes desse cotidiano burocrático e aborrecedor acaba não criando essa esperada compaixão por Jaccobi e contribui mais para o fracasso narrativo da minissérie.
Os desenhos de Eduardo Risso também não são eficazes em captar a atenção. Conhecido por seu trabalho em 100 Balas, o argentino, provavelmente trabalhando sob pressão do tempo, retrata os personagens com o habitual traço simples e desinteressa-se por retratar os ambientes, que estão geralmente escurecidos ou simples. É até visível, em alguns quadros, a falta de caracterização dos rostos e um ou outro queixo fora de proporção.
Tratado com pressa e sem revisão, Antes de Watchmen - Moloch falha ao privilegiar fatos desinteressantes e óbvios do "presente" (a história de Watchmen se passa nos anos 70, afinal) e não abordar os primeiros anos de vida de Edgar. Sim, duas edições são pouco para um histórico de um personagem, mas devem existir melhores planejamentos para uma minissérie situada no universo proposto há tempos por Moore.