terça-feira, 1 de outubro de 2013

Dica da Semana: Homens-Aranha

Primeiro contato entre Miles Morales e Peter Parker encanta pela simplicidade

Por Pedro Strazza

Lançada em meados de 2000, a linha Ultimate tinha no início o objetivo claro de reapresentar os maiores heróis da Marvel a uma nova geração de jovens leitores, criando assim um maior público para a editora. Com o tempo, porém, essa "dependência" desse universo novo com o antigo acabou sendo deixada de lado e tornou-se uma ferramenta para roteiristas dessem a esses personagens rumos que muito provavelmente não conseguiriam realizar na linha tradicional da editora (e se conseguissem, seria por pouco tempo).
Essa liberdade criativa possibilitou, entre outras coisas, que Peter Parker viesse a falecer nesse universo em 2011 pelas mãos do escritor Michael Bendis. Um dos primeiros personagens a aparecer nos quadrinhos Ultimate, a morte do Homem-Aranha foi um ato impactante tanto para leitores como cidadães desse mundo, deixando desoladas principalmente a sua eterna "mãe" Tia May e suas grandes paixões Gwen Stacy e Mary Jane. Mas o manto não podia ficar guardado na gaveta, e logo um garoto chamado Miles Morales ocupou a posição, adquirindo rápida popularidade com o público e ressuscitando o título financeiramente.
Agora, se já foi estranho para você, leitor, ver e digerir essas mudanças, imagine para o próprio Parker.
Essas drásticas mudanças ocorridas com o Amigão da Vizinhança são o grande tema de Homens-Aranha, primeiro crossover entre os universos Ultimate e tradicional da Marvel. Na trama, Peter, enquanto perseguia um vilão qualquer, acaba caindo nessa realidade paralela, bastante parecida com a sua, mas com notáveis diferenças. Confuso e perdido, ele buscará retornar para seu mundo, mas antes precisará ensinar valiosas lições ao jovem Morales enquanto entra em contato com pessoas queridas deste universo.
Além de criar interessantes cenas neste primeiro encontro entre Peter e Morales, formando entre uma briga e outra quase que uma "dupla-dinâmica", Bendis, responsável pelos caminhos do herói na linha Ultimate desde o início, consegue também emocionar o leitor quando coloca frente a frente tia May e Parker. A estranha reunião entre pessoas de mundos distintos vira quase um reencontro de mãe com seu filho após este último morrer, dada as devidas proporções. Sem contar o choque do Homem-Aranha original em rever uma Gwen Stay viva, já que em sua realidade a garota teve um trágico fim.
Seja na ação ou no drama, Homens-Aranha surpreende pelo excelente, belo e simples roteiro. O primeiro contato entre esses dois mundos torna-se marcante não só por promover um encontro entre dois alter-egos de um mesmo herói, ambos aprovados pelo público, como evidenciar as marcantes diferenças que agora separam a vida destes. E o melhor de tudo: Sem tramas exageradamente épicas ou confusas de tão complicadas.

0 comentários :

Postar um comentário