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domingo, 28 de setembro de 2014

Crítica: Será Que?

Comédia romântica com Daniel Radcliffe prefere o riso ao amor, mas não escapa deste como gostaria

Por Pedro Strazza

Assim como em todas as outras artes, o gênero romântico tem que lidar no cinema com a problemática questão do clichê. Fora raríssimas exceções, é quase uma regra das histórias de amor a presença de lugares-comuns e chavões como o primeiro encontro despercebido por seus participantes, a paixão que cresce escondida ou a declaração de amor no formato "Eu te amo, eu também", e seu inevitável uso pode servir à trama tanto para bem quanto para mal. Tudo depende, claro, da maneira e do tom a serem aplicados pelo diretor e sua equipe na telona a partir do roteiro utilizado.
No caso de Será Que?, há um certo tom bem disfarçado de ironia à essa característica incômoda do gênero. Baseado na peça "Toothpaste and Cigars", a comédia romântica dirigida por Michael Dowse procura se focar principalmente no humor das situações proporcionadas pelo peculiar relacionamento entre os jovens Wallace (Daniel Radcliffe) e Chantry (Zoe Kazan) que para a sua questão principal, justamente o "drama" dos dois em compreender seus respectivos posicionamentos nesta amizade com tendências ao romance.
Para alcançar esse objetivo, o roteiro dispõe de vários alívios cômicos que, dispersos e bem utilizados, desempenham suas funções humorísticas e conseguem manter a trama na grande maioria do tempo fora de sua tendência ao óbvio. E ainda que desapareçam e apareçam de forma abrupta - as irmãs da dupla protagonista, por exemplo, em quase nada contribuem senão para fazer rir e servir ocasionalmente de âncora emocional a seus parentes mais próximos -, isto não prejudica de forma visível o ritmo do filme e sua comicidade fofa e inerente.
O elenco, porém, é o elemento vital para o sucesso destes alívios e do próprio longa. Adotando com naturalidade a velocidade e o sarcasmo dos diálogos escritos por Elan Mastai, os atores protagonistas e coadjuvantes cumprem suas incumbências e ao mesmo tempo facilitam a aproximação sentimental do público com seus personagens, que mesmo planos encantam por sua falsa profundidade. Uma comprovação clara desta última tendência é o rumo tomado pelo casal formado por Allan (Adam Driver, com a melhor atuação da produção) e Nicole (Mackenzie Davis), que ao invés de ser encarado com estranheza pelo espectador é visto por este com um olhar compreensível.
Os esforços de Será Que? em esconder de sua trama os clichês do gênero através da comédia, entretanto, parecem desaparecer no terceiro ato de sua história, onde ele diminui seu humor e entrega-se aos acontecimentos óbvios. Feita para obviamente encerrar o roteiro no tom romântico obrigatório, esta súbita mudança de comportamento narrativo acaba sofrendo da própria artificialidade imposta, e contribui de forma decisiva para enfraquecer o final previsível e bobo.
Pautado ainda por uma metáfora visual que, feita a partir da projeção dos desenhos de Chantry em prédios da cidade de Toronto, se constrõe a seu tempo e de forma sutil, Será Que? usa muito bem do humor rápido e sarcástico para encantar a trama contada. O riso tirado do "drama" dos relacionamentos mostrados, porém, é sabotado pelos próprios clichês do qual faz pouco caso, desperdiçando por consequência toda a elaboração textual da história. Uma decepção dolorida, claro, mas pelo menos houve um bom meio do caminho.

Nota: 6/10

sábado, 27 de setembro de 2014

Crítica: Sin City - A Dama Fatal

Em baixa, Frank Miller e Robert Rodriguez repetem fórmula na continuação sem a mesma criatividade

Por Pedro Strazza

De visual arrojado e com um elenco estrelado, Sin City - A Cidade do Pecado foi um filme que atraiu muitas atenções quando lançado. A adaptação das graphic novels de mesmo nome pelas mãos do diretor Robert Rodriguez, afinal, serviu tanto como uma bela homenagem às antigas produções noir quanto para mostrar a Hollywood que o consagrado quadrinista Frank Miller, co-diretor da obra, poderia também comandar um longa de grande orçamento, mesmo com os fracassos que foram Robocop 2 e 3 em sua bagagem. E ainda que tenha tido um resultado ameno nas bilheterias, uma continuação foi logo anunciada pela dupla.
Mas o tempo passou, as coisas mudaram e o segundo capítulo custou a aparecer. Enquanto a produção enrolava-se em boatos de escalação de elenco e datas de estréia no esforço de deixar aquecido o interesse do público pelo filme, Rodriguez se enveredou no trash com seu amigo de longa data Quentin Tarantino pelo projeto Grindhouse, e Miller, encantado pelos holofotes de Hollywood, arriscou-se sozinho na direção de The Spirit - O Filme, sua horrorosa homenagem ao falecido mestre Will Eisner (que acabou por conseguinte com toda a sua reputação conquistada com seu trabalho anterior), e envolveu-se em polêmicas suficientes para reforçar ao mundo sua tendência ao conservadorismo extremo.
Assim, quase dez anos depois do primeiro filme, o segundo Sin City chega às telas já desmoralizado. Longe do auge de sucesso e brilhantismo, Miller e Rodriguez voltam para os contos violentos e eróticos da cidade de Basin City dispostos a tentar voltar à ribalta da indústria cinematográfica com tudo, e para isto dispõem do mesmo elenco talentoso (com algumas mudanças) e as graphic novels do autor de O Cavaleiro das Trevas.
Seus planos, porém, são sabotados por seus próprios vícios e arrogâncias, e o tão esperado Sin City - A Dama Fatal mostra-se ser nada mais que uma repetição de tudo o que foi mostrado em 2005. Estão presentes aqui todos os temas e ideias visuais e narrativas apresentadas por ambos no primeiro longa, como a reverência ao noir e o fatalismo das mulheres - ainda mais sexualizadas nesta continuação graças à bela adição da desinibida Eva Green ao sensual elenco feminino como a "dama fatal" do título -, e isso pode servir de grande agrado para a maioria dos fãs.
O defeito maior da continuação não ocorre por causa desse repeteco, mas sim pelos erros cometidos por dois diretores que visivelmente mostram um desgaste de seus talentos. Rodriguez, por exemplo, não apresenta o mesmo vigor para compor em A Dama Fatal planos e cenas tão estonteantes quanto os do primeiro filme, característica esta de extrema importância visto o teor adaptativo da produção. Salva-se no longa apenas detalhes como o da cor dos olhos da personagem de Green quando esta revela sua real faceta à Dwight (Josh Brolin, substituindo Clive Owen no papel), minimalismos que de forma relativa contribuem para a identidade imagética da sequência.
Miller, por outro lado, evidencia o abismo que separa o seu eu antigo do novo no roteiro. Dividido em três contos, o filme traz adaptado para as telas apenas uma das cultuadas graphic novels do autor (justamente a que dá o título à obra) para mostrar nas outras duas histórias o material inédito escrito pelo próprio. Estas duas novas tramas - intituladas "The Long Bad Night" e "Nancy's Last Dance" - não mostram porém a mesma qualidade e coerência narrativa que "A Dama Fatal", abusando no processo de personagens e temas clichês.
Desgastado pelo tempo de espera e o crescimento negativo de seus diretores, Sin City - A Dama Fatal possui muito pouco da qualidade atingida por seu antecessor em 2005, mesmo repetindo sem dó a fórmula deste e usando de todos os seus elementos. O que faltou à sequência no final não foram as suas características, mas sim a técnica para aplicá-las com sucesso.

Nota: 6/10

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Primeiras Impressões: Gotham

Piloto dá esperanças, mas possui problemas demais

Por Pedro Strazza

Basta uma rápida olhada na lista de séries que estréiam na fall season 2014/2015 para perceber que os quadrinhos aportaram com tudo na televisão estadunidense. Rivais no mercado cinematográfico e de gibis, Marvel e DC Comics estão lançando juntas na telinha nada menos que cinco séries novas, que irão se juntar aos seriados em andamento Marvel's Agents of S.H.I.E.L.D. e Arrow na programação. E se tudo der certo, as duas editoras já tem planos de mais projetos televisivos em suas mesas.
Para abrir essa "temporada de estréias super-heróicas" temos Gotham, série da Fox que promete mostrar a cidade do título antes da chegada de seu mais conhecido cidadão - o Batman - e os primeiros anos de Jim Gordon (Ben McKenzie) na polícia do local. E se a princípio o homem-morcego não irá aparecer em nenhum episódio, no piloto pelo menos temos como tema o momento-chave para sua formação: O assassinato dos pais de um ainda jovem Bruce Wayne (David Mazouz).
Do famoso crime - que inclusive abre o episódio - a trama muda seu foco de imediato para Gordon, que acaba de chegar à cidade e, junto de seu novo parceiro Harvey Bullock (Donal Logue), recebe como primeiro caso o homicídio. Detetive honesto e incorruptível, o futuro comissário faz uma promessa ao recém-órfão Bruce de que irá capturar o responsável de toda a desgraça cometida, mas para isso terá de enfrentar toda a sujeira presente no sistema de Gotham City.
Deste ponto em diante, a série torna evidente no piloto suas primeiras virtudes e defeitos, mas pesa a mão nestes últimos. Isto porque Gotham, pelo menos no primeiro capítulo, apresenta uma inconveniente necessidade em deixar claro que tudo está conectado, um recurso de roteiro pouco eficiente quando em mãos pouco criativas - caso este da produção. Dessa forma, intercalam-se no episódio aparições dos mais diversos vilões conhecidos dos quadrinhos em posições relacionadas de alguma forma ao evento principal - o Charada (Cory Michael Smith) como especialista forense, a Mulher-Gato (Camren Bicondova) como uma testemunha do assassinato de Thomas e Marta Wayne, Hera Venenosa (Clare Foley) como filha do suspeito do crime, etc. - com relacionamentos enterrados no passado entre personagens completamente distintos, revelando uma tendência que no futuro pode cobrar o seu preço se não planejada desde o início.
Outra problemática grave aqui é o próprio protagonista. Manejado com canastrice por McKenzie, Gordon é apresentado pela série de forma bastante planificada, e carrega isso para suas interações com outros personagens - principalmente com Bruce, cuja relação é o ponto mais fraco do piloto por sua artificialidade pungente.
Há, porém, muito potencial em Gotham quando se tratando da máfia. O núcleo formado por Fish Mooney (Jada Pinkett Smith) e Carmine Falcone (John Doman) mostra que o seriado pode se tornar uma excelente obra de gênero por causa da notável rivalidade exercida entre os dois reinos de crime e os efeitos desta na cidade e sua força policial. E pelo destino dado ao Pinguim (Robin Taylor) no piloto, é bem possível que a dupla vire um trio em pouco tempo.
Com defeitos complicados a serem resolvidos, Gotham é em seu início uma série que se vende muita mais por suas possibilidades que seus elementos presentes. Os consertos, porém, terão que acontecer rapidamente, pois a esperança dos fãs do Cavaleiro das Trevas podem se esgotar antes do fim da primeira temporada se não recompensada em algum nível.

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Crítica: Mesmo Se Nada Der Certo

Pela música, John Carney dirige um filme de arranjos belos

Por Pedro Strazza

É noite em Nova York. Em um barzinho qualquer, um jovem e pobre cantor realiza um pequeno show acústico a um público desinteressado para ganhar alguns trocados a mais, mas subitamente resolve interromper sua performance para permitir que uma amiga estrangeira toque algumas de suas canções. De passagem pela cidade e visivelmente envergonhada de estar fazendo aquilo, ela então resolve cantar aos presentes uma música que dedica àqueles que já se sentiram solitários na grande cidade, e acompanha sua meiga voz apenas de um violão simples e sem floreios quaisquer. Ao final desta, a mulher sai do pequeno palco embaraçada e preocupada de ter feito o papel de ridícula, mas nem percebe que naquele exato momento ela acabara de salvar a vida de um homem.
Com este início estranho e com poucos movimentos de câmera, Mesmo Se Nada Der Certo já de cara começa a apresentar ao espectador vários de seus elementos que irão reaparecer por toda a sua trama. Em toda a cena descrita acima, a lente comandada pelo diretor John Carney revela aos poucos e sem muito destaque a figura de Dan (Mark Ruffalo), que aplaude com entusiasmo a performance da moça e aparenta ser o único no local a ver algum talento nela.
Dali, o filme volta algumas horas para mostrar naquele mesmo dia a vida do sujeito, um produtor musical antigamente respeitado e que nos dias atuais mostra-se um derrotado tanto na profissão como nos assuntos íntimos. Seus sucessivos fracassos neste dia, porém, revelam-se crescentes, e quando um Dan nitidamente bêbado chega ao bar temos a nítida sensação de que ele decerto está pensando em cometer o suicídio. Ele entretanto não contava com Gretta (Keira Knightley) e sua atuação musical no palco, que desperta em seu interior seu até então perdido "sexto sentido de produtor".
Deste ponto em diante, o filme conta as difíceis histórias de Dan e Gretta através de uma bem trabalhada narrativa pautada por flashbacks. De início arriscada, esta estratégia logo se mostra controlada por Carney, que aplica o recurso narrativo em tempos bem espaçados e de forma cada vez mais natural. Dessa maneira, os retornos temporais que no começo são apresentados com alguma artificialidade logo deixam de possuir esta característica e são introduzidos com sutileza por objetos como câmeras e computadores - mérito este da montagem e de seus belos retoques.
Outro personagem narrativo importante aqui é a própria música. Ao contrário de outras produções, Mesmo Se Nada Der Certo usa de sua excelente trilha sonora para guiar sua trama em alguns momentos ao invés de mantê-la como um pano de fundo na história de seus personagens. E isto é perceptível em vários momentos, a exemplo da mensagem de celular mandada por Gretta ao namorado ou da aproximação de Dan com sua filha pelos acordes de seus instrumentos.
Mas se o longa é sagaz no uso destas duas ferramentas auxiliares, na principal ela prefere se manter no básico. O roteiro usa, afinal, de personagens e elementos planos - o namorado rockstar que cai em desgraça própria por causa do sucesso, o produtor musical endurecido pelo tempo, a filha rebelde que carrega um A de anarquia na mochila... - para analisar os seus dois protagonistas - que mesmo apresentando alguma profundidade se mantém ainda a um perfil raso - e passar ao público a falsa impressão de que narrou ali duas histórias de superação e aceitação. O texto de Carney na verdade segue pelo caminho da jornada do despertar da consciência de si próprio,  tema este bem menos glamuroso para o espectador, mas igualmente interessante.
Mesmo Se Nada Der Certo é daqueles filmes que encanta não pelas características habituais do cinema, e sim por seus elementos periféricos bem elaborados. Com um roteiro básico e sem quaisquer maiores pretensões, John Carney evidencia o quão legal pode se tornar um longa (assim como a própria vida) através de algo tão simples quanto a música.

Nota: 6/10

domingo, 21 de setembro de 2014

Crítica: Um Milhão de Maneiras de Pegar na Pistola

Seth MacFarlane faz novos aprendizados em faroeste cômico

Por Pedro Strazza

Originário da televisão e de suas famosas séries animadas voltadas para adultos, Seth MacFarlane é um humorista que contraria em alguns pontos a lógica de humor estabelecida pelo mainstream da comédia estadunidense recente. Apesar de possuir o mesmo gosto pela autorreferência (MacFarlane, afinal, é um nerd convicto), o criador de Uma Família da Pesada prefere manter seu foco cômico na loucura da vida cotidiana a analisar com maior atenção as relações humanas, como vários de seus contemporâneos do riso bem gostam de fazer em seus filmes.
O mais curioso, porém, é perceber o quão metódico o humorista pode ser em suas criações. Da série protagonizada pela família Griffin ao sucesso de bilheteria Ted, MacFarlane sempre faz questão de, por exemplo, incluir uma espécie de alter-ego para que possa refletir sobre sua personalidade e os próprios defeitos pela comédia. Através desta prática, o comediante parece transmitir ao público a mensagem de que sua pessoa é tão falha quanto à da humanidade, e que ele é portanto tão risível quanto a própria.
Em Um Milhão de Maneiras de Pegar na Pistola, seu primeiro filme de gênero, esta prática não é diferente, mas apresenta uma novidade. Além de produzir, escrever (junto dos habituais colegas Alec Sulkin e Wellesley Wild) e dirigir, Macfarlane deixa de apenas emprestar sua voz e interpreta desta vez o protagonista de sua própria obra, aqui o covarde fazendeiro Albert que quer reconquistar o suposto amor de sua vida, a bela Louise (Amanda Seyfried), com a ajuda de Anna (Charlize Teron). Mas ainda que esteja pela primeira vez no controle absoluto de seu alter-ego o comediante exibe o mesmo traço sarcástico e pessimista de todos as suas outras identidades cinematográficas.
E esta repetição não se restringe ao aspecto pessoal da comédia "macfarleana". Da mesma forma que Ted, American Dad e Uma Família da Pesada, Um Milhão de Maneiras de Pegar na Pistola apresenta o formato de uma típica sitcom de 20 minutos com todas as características cômicas do diretor, estendida agora para um filme de quase duas horas de duração e carregando todas as qualidades e defeitos deste. O problema, porém, é que o longa erra a mão com maior frequência nas piadas e esquetes apresentados, e o ritmo da comédia perde força em vários momentos por causa disso.
Mas mesmo errando mais que o habitual o humor de MacFarlane continua afiado. Repleto de autorreferências - incluindo uma especialmente divertida sobre De Volta para o Futuro - e participações especiais (pisque e você perderá personalidades como Ryan Reynolds e Ewan McGregor em cena), o filme faz rir com gosto quando acerta, e encontra espaço para que todos os personagens desenvolvam suas características cômicas com fluidez. Neste ponto, as gags recorrentes mostram força e geram alguns dos momentos mais divertidos do longa - como por exemplo o peculiar "drama" vivido pelos personagens de Giovanni Ribisi e Sarah Silverman.
Ainda que possua uma trama extremamente previsível e evidencie o desgaste da fórmula de comédia de MacFarlane, Um Milhão de Maneiras de Pegar na Pistola serve a seus intentos aos dois lados em sua reverência ao faroeste (o Velho Oeste é fotografado pela produção com uma impressionante beleza plástica). Para o público, é uma boa comédia que diverte e entretém razoavelmente; para o humorista, é um importante aprendizado sobre gênero cinematográfico - e, principalmente, como fazer graça deste.

Nota: 6/10

sábado, 20 de setembro de 2014

Crítica: Livrai-nos do Mal

História de exorcismo tropeça nos clichês e na combinação de tons narrativos

Por Pedro Strazza

Misturar gêneros cinematográficos é uma tarefa complicada. Inventada há tempos pela indústria, esta opção é usada pelo cineasta para buscar na combinação de dois tons narrativos diferentes algo novo e diferente para contar sua história ao público pagante. Este encontro, porém, depende muito de uma mão habilidosa que saiba como equilibrar ambos os lados a ponto de não deixar um atrapalhar ou ir de encontro às características principais do outro.
Com essa informação em mente, esclarece-se com maior precisão os objetivos de Scott Derrickson em Livrai-nos do Mal, o quarto longa-metragem de sua carreira como diretor. Baseado nos relatos do ex-policial Ralph Sarchie (interpretado aqui por um Eric Bana no piloto automático), o filme busca alinhar elementos clássicos de produções de horror - neste caso o exorcismo - com uma trama investigativa tradicional de obras policiais.
Em teoria, esta preparação resultaria em um terror mais centrado no mistério e que deixasse o suspense em um campo mais concreto da realidade, mas na prática nada disso se vê em cena. Caindo repetidas vezes nos clichês dos dois gêneros (a trilha sonora parece ser feita em ordem apenas de pontuar o susto do espectador), a direção de Derrickson pesa negativamente para a produção e em diversos momentos da narrativa evidencia-se a sua falta de controle em equilibrar os dois lados da balança - repare, por exemplo, no estranho uso do personagem interpretado por Joel McHale, um indevido alívio cômico feito para quebrar o clima de tensão das principais cenas de horror.
Desta problemática o filme se constrói em muitos erros e poucos acertos. Enquanto elabora com algum mínimo de coerência técnica e de roteiro o mistério que guia com interesse a história e seus personagens (mesmo o longa curiosamente se passando num mundo onde a noite é eterna, como indicado pela fotografia escura e confusa), Livrai-nos do Mal parece apostar o tempo todo em soluções rápidas e pouco satisfatórias para resolver o caso. Assim, se nos dois primeiros atos a produção se esforça em criar uma trama intrigante, a terceira e derradeira parte dá ao espectador a infeliz sensação de que a resolução dos acontecimentos ali era fácil demais e (para piorar) boba.
Com problemas estruturais claros e personagens fraquíssimos - observe como o drama pessoal do padre Mendoza (Édgar Ramírez) não tem qualquer fechamento ao final do filme -, Livrai-nos do Mal se revela ao final mais uma colagem mal feita de elementos de gênero que um bom longa de terror. Mesmo que seja uma ideia a princípio interessante, subverter o horror à trama policial precisa de um bom desenvolvimento e um cuidado maior.

Nota: 4/10

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

HEY, Eu Quero uma Segunda Opinião!: Hércules

Dwayne Johnson encarna Hércules, seja ele mito ou verdade

Por Alexandre Dias

Hércules é o herói pertencente à mitologia grega que era filho de Zeus e da mortal Alcmena. O novo filme do semideus estrelado por Dwayne “The Rock” Johnson lida justamente com os limites do que é mítico e do que é real. Não que isso seja tratado como algo profundo, pelo contrário: esta premissa é acompanhada de muita pancadaria e humor.
Aqui o personagem de Johnson é colocado de uma forma mais realista, sendo um mercenário atormentado pelo passado, que segue com seu grupo de iguais à procura de serviços (o longa é baseado na HQ The Thracian Wars, de Steve Moore). O ator, como de costume, exibe o carisma de sempre ao interpretar o guerreiro. Os coadjuvantes que o cercam, por mais previsíveis que sejam, também conseguem acompanhá-lo, especialmente Ian McShane como o “sábio” Amphiarus.
Boa parte do bom desempenho destas figuras se deve as sequências de ação- destaque para os momentos em que Hércules demonstra sua força além do normal- que conseguem empolgar mesmo com o excesso de CGI em algumas cenas. As tiradas cômicas, de certa maneira, podem se englobar nestas performances, pois mesmo batidas algumas vezes, conseguem arrancar sorrisos; seria algo como na franquia Os Mercenários, diferentemente do que acontece, por exemplo, no reboot das Tartarugas Ninja, aonde o humor criado por Megan Fox e Will Arnet é também óbvio, mas completamente sem graça.

Contando ainda com um roteiro recheado de clichês, a nova produção cinematográfica do herói grego, porém, tenta apaziguá-los quando se assume uma sessão pipoca, e não um épico grandioso. Portanto, não vá com grandes pretensões ao cinema, porque assim com certeza serão 98 minutos mais do que agradáveis de entretenimento, como o diretor Brett Ratner já nos apresentou em alguns de seus trabalhos.

Nota: 7/10

No quadro HEY, Eu Quero uma Segunda Opinião!, O Nerd Contra Ataca abre espaço para que outros críticos deem suas opiniões acerca de um filme já comentado pelo site.

terça-feira, 9 de setembro de 2014

Crítica: Anjos da Lei 2

Continuação leva ao limite frenetismo cômico de diretores

Por Pedro Strazza

Em sua até aqui curta carreira cinematográfica, Phil Lord e Christopher Miller mostraram que sabem lidar com comédia e ritmo acelerados. Responsáveis pelas animações Tá Chovendo Hambúrguer e Uma Aventura LEGO, a dupla de diretores apresenta em seus trabalhos uma invejável capacidade de fazer piadas sucessivas e exageradas em um curto período de tempo sem perder a graça ou o timing, atribuindo a seus filmes um humor rápido e conciso.
Anjos da Lei, maior sucesso dos dois até o momento, representa justamente o ápice desta característica. Aliado ao talento humorístico de Jonah Hill e Channing Tatum, a adaptação para as telas da série produzida no fim dos anos 80 levou ao extremo a comédia de velocidade e extrapolamento comedido dos dois. E com bom desempenho nas bilheterias, tornou-se uma questão de tempo até que uma continuação fosse anunciada.
Mas havia um problema: Como manter na sequência o nível obtido no primeiro capítulo? A resposta, para Lord e Miller, foi repetir em Anjos da Lei 2 a trama e todos os aspectos do longa de 2012, agora de forma mais exagerada - um desafio, se pensarmos no quão velozes os diretores são habitualmente - e com muito mais autorreferência.
Esta última, por sinal, parece ter sido o principal foco de humor da produção aqui. Das cartelas introdutórias que reintroduzem o espectador aos protagonistas Jenko (Tatum) e Schimdt (Hill) à chacota às sequências feita incessantemente pelo chefe de polícia (Nick Offerman), o segundo Anjos da Lei mostra claramente ao público sua disposição em rir de Hollywood e seu pragmatismo no que se refere a continuações. E quando percebe que o assunto está prestes a se esgotar, o longa desvia sua atenção rapidamente para outros temas dignos de chacota, como o nome artístico de Ice Cube ("Parece um cubo de gelo" diz alguém sobre o escritório do personagem vivido pelo ator) ou o valor ultrapassado de certas práticas cinematográficas.
O sarcasmo metalinguístico, entretanto, não é o único motivo de riso para a produção. Tema que vem sido bastante utilizado na última década pela comédia estadunidense, o bromance é levado ao limite por Lord e Miller, que fazem da forte amizade entre Jenko e Schimdt um palco hilariante para situações típicas de namoro, como inveja e discussões de relacionamento. O escárnio dos diretores com o assunto, porém, torna-se com o tempo repetitivo e cansativo, e nos instante finais a piada em torno da questão não surte mais o efeito desejado.
Frenético e afim de fazer rir do começo ao fim, Anjos da Lei 2 no fundo mostra a mesma estrutura narrativa e veia cômica que o primeiro, mas, talvez graças à sua maior velocidade, obtém um diferente tipo de humor aqui. Resta saber agora se Lord e Miller, em um eventual terceiro capítulo da franquia, terão a mesma disposição para aumentar ainda mais o ritmo do filme - e se conseguirão controlá-lo tão bem quanto nos anteriores.

Nota: 8/10

domingo, 7 de setembro de 2014

Crítica: Hércules

Épico acerta quando resolve divertir e fracassa quando procura seriedade

Por Pedro Strazza

Diferente dos outros (muitos) atores de ação desta geração, Dwayne Johnson possui um poderoso carisma junto ao público. Apresentado ao mundo pelo WWE, o anteriormente lutador conhecido como "The Rock" sempre mostra em seus papéis um raro talento para a comédia, que desenvolve na mesma medida que o crescimento de seus músculos a cada nova participação cinematográfica. Seja qual for o personagem a ser interpretado, ele exibe esta veia cômica com precisão tamanha que até nos piores longas o espectador consegue nutrir pelo ator alguma simpatia mínima.
Esse dom de Johnson, porém, surge ao mesmo tempo para ele como uma maldição, pois, aliado ao seu passado nos ringues, o impede de conseguir papéis mais sólidos nas telonas e barra consequentemente seu crescimento como profissional. E mesmo que abandone seu apelido de lutador, ele ainda não consegue sair desta incômoda posição.
Assim posto, não é necessário pensar muito para entender as fortes motivações de Johnson com este Hércules. Primeiro épico que protagoniza, o ator usa de todas as suas habilidades para conceber seu personagem da melhor forma possível, juntando tanto suas inerentes qualidades cômicas quanto as ainda em desenvolvimento características dramáticas, aplicando ambas com notável seriedade. Desta mistura, Dwayne chega a um bom resultado: Além de tão carismático como em todos os seus outros papéis, seu Hércules traz bagagem o suficiente para que o espectador o acompanhe com relativa seriedade em seus dramas pessoais e desafios de sua jornada.
Mas se o protagonista encarna seu papel com muito foco e auto-confiança, o filme não parece o acompanhar sob as mesmas pretensões. Baseado na HQ The Tracian Wars, de Steve Moore, Hércules faz de sua proposta desconstrutiva dos mitos uma verdadeira trama superficial e que procura majoritariamente entreter seu público com humor e pancadaria - aspecto este conhecido da carreira do diretor Brett Ratner. Desta maneira, assuntos potencialmente interessantes como o endeusamento precário da humanidade sob fatos que não entende dão lugar a diálogos expositivos e alívios cômicos sucessivos, e os esforços de Johnson são subjugados a esta construção.
Essa construção estrutural,entretanto, não se faz tão problemática quanto parece. Em sua primeira metade de projeção, Hércules diverte justamente pelo tom mais leve e despreocupado, rendendo momentos e situações risonhas e despretensiosas. A trama, afinal, toma a forma da típica caçada ao ser poderoso e mágico, algo que aqui é contestado e debatido diversas vezes pelo protagonista e sua equipe de mercenários interpretados por Ian Mcshane (bastante à vontade em seus esquetes cômicos), Rufus Sewell, Aksel Hennie, Ingrid Berdal e Reece Ritchie.
É a partir da metade do filme, porém, que Hércules comete o equívoco de achar que pode abordar sua história com seriedade quando já havia posto suas pretensões de lado. Com um mal aplicado plot twist, o roteiro escrito por Evan Spiliotopoulos e o estreante Ryan Condal resolve virar o norte da produção para uma trama repleta de traições e complôs e abraçando inúmeros clichês narrativos e vilões unidimensionalizados no caminho, algo que sem preparação torna o filme num amontoado cansativo de eventos supostamente grandiosos mas na realidade bobos.
Outro problema grave do longa são suas cenas de ação. Contando com sets gigantescos e repleto de figurantes, Brett Ratner não transmite nas batalhas a mesma grandiosidade que procura emular dos clássicos sandália-e-espada, mesmo usando frequentemente de belos planos aéreos que apresentam as formações dos exércitos e do protagonista fisicamente evidente que é Dwayne Johnson. E quando visualiza os combates de um ponto de vista mais terrestre, a pancadaria, tão fundamental para a produção, cae na mesmice, tornando os confrontos chatos e deveras enrolados.
Se não pelo esforço de Dwayne Johnson para construir o protagonista, é bem provável que este Hércules já fosse esquecido pelo público cinco minutos depois do fim da exibição. Desprezando um caminho mais reflexivo em prol do entretenimento, o filme pelo menos faz jus às suas despretensões para contar sua história, aninhando-se confortavelmente entre os possíveis candidatos para futuras sessões da tarde da televisão.

Nota: 6/10

terça-feira, 2 de setembro de 2014

Crítica: Lucy

Pseudociência dá lugar a protagonista e ação na produção francesa

Por Pedro Strazza

Em sua carreira no cinema, Luc Besson provou inúmeras vezes que sabe como fazer filmes de ação. Roteirista de longas como Busca Implacável e Carga Explosiva e diretor dos clássicos O Quinto Elemento e O Profissional, o cineasta francês consegue em seus trabalhos (principalmente quando na direção) trazer ritmo e diversão a qualquer tipo de trama que se dispõe a trabalhar - mesmo sendo esta das mais fracas.
Um exemplo recente desse talento raro de Besson é este Lucy, que mesmo partindo de um mito tão batido nos dias de hoje consegue criar uma boa diversão ao público em seus curtos 89 minutos de duração. A pseudociência do "você só usa 10% de sua capacidade cerebral", afinal, serve apenas de pretexto para que o diretor (também responsável pelo roteiro aqui) emende cenas de ação em mais cenas de ação com uma agilidade e tensão impecáveis.
Esta velocidade narrativa de Lucy é atingida pelo cineasta francês a partir de duas bases sólidas e bem construídas por todo a produção: O uso de recortes e a atuação de Scarlett Johansson. Ao passo que Besson aplica a primeira em diversos momentos do longa para fazer crescer a tensão de certas cenas - principalmente na abertura do filme, na qual o diretor realiza uma interessante comparação entre a situação apresentada e o predastismo animal -, a atriz protagonista abraça seu papel, progredindo em sua interpretação conforme sua personagem, inicialmente apresentada como ingênua, vai se tornando mais poderosa e menos humana. Desta forma, Johansson não só prova com Lucy sua capacidade em protagonizar uma produção do gênero como também evidencia, alinhando suas recentes participações em Ela, Sob a Pele e Capitão América 2, um talento adaptável a qualquer tipo de papel ou projeto cinematográfico.
Essas qualidades técnicas do filme não escondem do espectador, porém, os vários defeitos narrativos presentes no roteiro de Besson. Afora a protagonista, verifica-se no longa um excesso problemático de personagens rasos e sem importância, cuja importância na trama torna-se nula após eles cumprirem sua única função. Este é o caso, por exemplo, do policial e do chefe da máfia interpretados respectivamente pelo egípcio Amr Waked e o sul coreano Min-sik Choi: Enquanto o primeiro em apenas um momento mostra algum motivo real para estar ajudando a protagonista, o último deixa claro sua inutilidade depois de sua primeira e primordial participação na trama.
Além disso, o longa seguidas vezes interrompe o andamento da história para se dedicar na explicação de alguns acontecimentos, apoiando sua argumentação em fatos claramente pseudocientíficos, e consequentemente cria com frequência diálogos expositivos e desnecessários - dos quais o cientista interpretado por Morgan Freeman, que parece repetir seu papel feito em Transcendence, participa na maioria das vezes. E quando Lucy se deixa focar somente na seriedade de um assunto obviamente ridículo (como é o caso de seus últimos 15 minutos), todo o esforço em criar aquela agilidade narrativa é desperdiçado.
Como filme pipoca, entretanto, o filme no geral tem um resultado positivo. Com tantos motivos criativos para ser péssimo, Lucy diverte graças à união de um cineasta e uma atriz de qualidade em prol de um longa entretivo, que com surpresa entrega uma protagonista feminina forte e interessante. Se tivesse valorizado mais este lado e deixado a seriedade em torno de um assunto tão bobo para trás, a produção possivelmente teria estas qualidades ainda mais realçadas.

Nota: 7/10

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Crítica: No Olho do Tornado

Filme catástrofe encanta pelos tornados, mas erra no roteiro e na direção

Por Pedro Strazza

Em se tratando de filmes de ficção filmados sob estética documental, é importante que tais produções tenham em mente pelo menos uma preocupação: a justificativa da obra estar sendo apresentada de tal maneira. Geralmente mais baratas, longas trabalhados neste estilo precisam apresentar, de forma no mínimo sutil, uma motivação básica para aquele indivíduo realizar suas ações na história a ser contada, pois senão teria-se no mínimo um grave erro de roteiro. Por outro lado, exagerar nas explicações pode gerar ao filme a incômoda sensação de enrolação, um defeito tão profundo quanto o primeiro.
Para No Olho do Tornado, o equívoco se deu no último aspecto. Com tantas câmeras sendo utilizadas por vários personagens ao mesmo tempo e com um evento visualmente interessante a ser mostrado, o filme catástrofe preocupa-se demais em justificar os planos que mostra e o porquê daqueles indivíduos estarem ali que quase se esquece dos tornados, o seu principal atrativo para o público e verdadeiro protagonista de todos os acontecimentos mostrados.
Seja na discussão dentro de uma van, seja no meio da ação, o diretor Steven Quale aparenta uma urgência desnecessária em evidenciar a todo o momento e sob as mais diferentes maneiras que a imagem disposta está sendo captada pela câmera de algum dos personagens. Não basta apenas, por exemplo, apresentar verbalmente o carro-tanque de filmagens; para o diretor, é necessário fazer uma introdução visual do veículo, utilizando-se no processo de todas as máquinas de filmar embutidas neste - além das usadas pela equipe caça-tornado.
A justificativa em demasia, porém, não se limita ao aspecto cenográfico da produção. O roteiro de John Swetnam procura planificar seus personagens como os clássicos filmes catástrofe faziam, mas acaba os superficializando de maneira grotesca, e em consequência enfraquece o desenvolvimento destes em suas respectivas tramas pessoais. Assim, o espectador não consegue se conectar aos dramas vividos por pais e filhos - note como o professor Gary (Richard Armitage) e a analista Allison (Sarah Wayne Callies) tem problemas de conexão com suas crias -, e os esforços de todos em sobreviver aos eventos mostrados não são valorizados de fato pelo público.
Mas se essa falha de desenvolvimento de personagens é grave para a narrativa do filme, ela estranhamente contribui para a catástrofe em si. Com efeitos visuais afiados e abusando de planos aéreos, o longa se diverte sem medo na destruição proporcionada pela "chuva" de tornados que ocorre na pequena cidade de Silverton - e como o espectador não se importa com os indivíduos mostrados, vira uma diversão saber como os fenômenos metereológicos afetarão o caminho desses até seus objetivos ou se eles sequer sairão da situação com vida.
Esse quesito, porém, é o único que agrada na produção. Sem equilíbrio no roteiro e na direção, No Olho do Tornado entretém apenas aqueles que entram no cinema pelo espetáculo visual e de impacto imediato. E isso não chega a ser incoerente, visto o destaque dado no filme aos que fazem de tudo para aparecer na internet e ter seus 15 minutos de fama alimentados pelo mesmo tipo de público que se deslumbra com o poder de uma força da natureza.

Nota: 5/10