terça-feira, 8 de outubro de 2013

Dica da Semana: Filhos da Esperança

A esperança em um cenário desolador

Está chegando às telas brasileiras nessa sexta Gravidade, o novo e bastante elogiado longa do diretor Alfonso Cuarón. Quase que totalmente ambientado no espaço, o filme acompanha dois astronautas (George Clooney e Sandra Bullock) deixados à deriva após sua estação espacial ser destruída, não tardando para ambos começarem a delirar e sentir os efeitos claustrofóbicos quando no meio do nada.
Bastante conhecido pela direção do terceiro capítulo da franquia Harry Potter, O Prisioneiro de Azkaban, Cuarón fez muito sucesso no Festival de Toronto com essa película, mas não é a primeira vez que ele chama a atenção com uma produção singular. Em setembro de 2006, o mexicano lançou Filhos da Esperança, história apocalíptica que mostra um mundo onde a humanidade parou de ter filhos. Depois de 18 anos sem crianças nascendo e com a pessoa mais jovem do mundo assassinada, o planeta está à beira de uma guerra sem fim, e até as autoridades consideram esse o ponto final da história dos seres humanos na Terra.
Nesse cenário desolador e bem desenvolvido pelo roteiro, um ex-ativista desiludido e saudoso de sua ex-esposa (Clive Owen) é apresentado subitamente à missão de levar a primeira mulher grávida em muito tempo para fora de uma militarizada e à beira do caos Inglaterra, salvando-a das mãos do governo e seitas nacionalistas que assolam a ilha.
Abusando de uma fotografia sombria e planos sequências dinâmicos, Cuarón mostra todo seu potencial à frente de uma produção autoral. Carregado de mensagens poderosas, seu Filhos da Esperança é excelente não só por mostrar uma interessante e inédita distopia como também por exibir com orgulho as características do diretor mexicano, timidamente mostradas em Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban (apesar de mesmo assim ser excelente) e outras de suas produções. Não é à toa que ele esteja só agora despontando em Hollywood com este Gravidade. Afinal, a indústria cinematográfica anda precisando urgentemente de pessoas com estilos próprios para dar novos rumos para o desgastado cinema norte-americano.

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