terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Retrospectiva 2013: Cinema

Por Pedro Strazza

2013 está chegando ao seu final, e com ele vem junto aqueles bilhões de retrospectivas para você lembrar do que aconteceu de bom e ruim nesses últimos 365 dias. E no Nerd Contra Ataca não é diferente. Separamos para você, caro leitor, o melhor e o pior no mundo do cinema, dos games e dos quadrinhos em nossa revisada anual!
Após explorarmos o universo dos gibis e dos videogames, fechamos essa retrospectiva com chave de ouro com os filmes desse ano. Afinal, muita coisa de bom e ruim rolou no cinema em 2013! Confira:
Observação: Foram considerados nessa retrospectiva os filmes lançados no Brasil entre os dias 01/01/13 e 31/12/13. Ou seja, as produções que o público brasileiro realmente teve a oportunidade de ver nos cinemas.
  • Indomável Sonhadora: Indicado a quatro categorias do Oscar esse ano, o filme de Benh Zaitlin é uma belíssima fábula sobre as dificuldades sofridas pela população pantaneira depois da passagem do furacão Katrina.
  • Kick-Ass 2: Se a HQ original foi uma forte decepção para os leitores, sua adaptação pelo menos conseguiu convencer. Sabendo de todos os defeitos do material base, o diretor Jeff Wadlow resolveu seguir o caminho proposto pelo filme, mais cômico e um pouco menos sanguinário, condensando e alterando assim várias passagens da minissérie de Mark Millar.
  • Thor - O Mundo Sombrio: Apesar de não ter sido um filme pra lá de espetacular, a nova aventura do Deus do Trovão conseguiu pelo menos bater a expectativa baixa de muitos ao deixar de lado o tom teatral de Kenneth Branagh e adotar uma linha mais cômica e cheia de ação.
  • A Vida Secreta de Walter Mitty: Nova adaptação de conto de James Thurber, o longa dirigido e protagonizado por Ben Stiller pode não ser uma daquelas produções que vá mudar a vida de alguém, mas consegue pelo menos deixar todo mundo feliz na saída do cinema.
  • Wolverine - Imortal: Depois de vermos em 2009 aquele péssimo filme de origem do Carcaju, a sua sequência prometia nada além de mais decepção. Mas surpresa, Imortal é bom! Mesmo com um final péssimo, o longa aproveitou bem o clássico arco de Logan no Japão e fez um bom desenvolvimento no herói, preparando-o para os eventos do esperado X-Men: Dias de um Futuro Esquecido.
  • O Cavaleiro Solitário: É até compreensível que Jerry Bruckheimer tenha acabado sua parceria com a Disney quando vemos a mão da empresa nessa adaptação cinematográfica desse herói vindo do rádio. A necessidade latente do estúdio em transformar o filme em um Piratas do Caribe acabou com quaisquer pretensões do produtor em fazer uma homenagem ao velho-oeste. Não é à toa portanto que O Cavaleiro Solitário tenha sido um dos maiores fracassos desse ano.
  • Elysium: Com grande elenco e um contexto interessante, a expectativa para o novo filme de Neill Blomkamp (Distrito 9) era bastante alta. O longa do diretor sul-africano, entretanto, foi um verdadeiro show de erros, copiando vários elementos de sua obra anterior e desenvolvendo pifiamente seus personagens.
  • Ender's Game - O Jogo do Exterminador: Cansativo e em vários momentos irritante, a adaptação da obra de Orson Scott Card se propõe demais a ser uma grande produção de ficção científica, mas esqueceu de ser isso. 
  • Homem de Ferro 3: A terceira aventura de Tony Stark nos cinemas foi nada mais que uma ode ao exagero. Prometendo ser um filme mais sombrio, o longa limitou-se a ser mais uma sequência de piadas com o bilionário com algumas cenas de ação aqui e ali, enquanto finge se focar no homem dentro da armadura. Além disso, Homem de Ferro 3 conseguiu irritar fãs de quadrinhos ao destruir um dos maiores vilões do herói. Parabéns Shane Black, você dirigiu a decepção do ano. 
  • Meu Malvado Favorito 2: A sequência da animação de sucesso da Illumination Entertainment em nada lembrou o original ao exagerar no humor e esquecer de desenvolver seus protagonistas, relegando-os a escadas para que os Minions façam suas estripulias.
  • Oz - Mágico e Poderoso: Uma verdadeira tentativa de Alice no País das Maravilhas, só que agora com Sam Raimi na direção. 
Apesar de não ter um começo ou um final, a segunda parte da nova trilogia ambientada no universo de Tolkien trouxe um melhor ritmo que o visto em O Hobbit: Uma Jornada Inesperada. Além disso, o filme posicionou as peças para a vindoura e esperada Batalha dos Cinco Exércitos, o clímax final da aventura de Bilbo e a companhia dos anões. E Smaug, que dragão espetacular!

12°: Detona Ralph

Uma das animações mais recentes da Disney, o conto no mundo dos videogames é uma grande evidência de como o estúdio de Mickey Mouse está aprendendo com a Pixar, sua subsidiária. A jornada de auto-descoberta empreendida pelo vilão Ralph lembra a de personagens como Flick, Sr. Incrível e Sulley, além de contar com o humor costumeiro da empresa. 
A caçada a Osama Bin Laden serviu de pano de fundo para a diretora Kathryn Bigelow continuar a desenvolver as ideias estabelecidas com o seu multipremiado Guerra ao Terror. O vício da guerra, porém, não se passa na linha da frente, mas atrás das mesas, conforme acompanhamos a agente Maya em sua busca pelo homem mais procurado do mundo.
Vindo de um excelente reinício cinematográfico, Star Trek conseguiu ampliar seu público com Além da Escuridão ao trazer um vilão poderoso. Benedict Cumberbatch funcionou muito bem (okok, pra quem ainda não viu é SPOILERS A PARTIR DAQUI) como o  maléfico Khan, dando ao personagem um passado mais trágico e coerente com suas motivações. Agora é torcer para que J.J. Abrahms mantenha esse bom ritmo e dê uma nova luz para a vindoura trilogia de Star Wars.

9°: O Homem de Aço

Trazer o Superman de volta às telonas não era uma tarefa fácil, principalemente depois do escabroso longa de 2006. Mas Zack Snyder e Christopher Nolan conseguiram, e O Homem de Aço foi um excelente reinício do ser mais poderoso da Terra. A formação de Kal-El como pessoa e herói é gradual, chegando ao ápice em uma das lutas mais devastadoras do cinema. De fato um bom começo da DC Comics para adaptar seu universo e personagens. E que venha 2015 com seu Superman e Batman!

8°: A Viagem

Trabalhando dessa vez em parceria com o alemão Tom Tykwer, os irmãos Wachowski souberam adaptar o romance homônimo de David Mitchell para as telas. Partindo de várias histórias ambientadas em vários períodos e contando com um elenco multitarefa, A Viagem traz ao espectador a mensagem que todas as pessoas estão conectadas por algo maior, muitas vezes de maneira sutil. Um filme que deve ser experimentado por qualquer pessoa em qualquer período de sua vida.
Dessa vez com maior orçamento, a franquia Jogos Vorazes continua surpreendendo como franquia juvenil. Com crítica social poderosa e atuações bastante fortes para o mercado que se dirige, Em Chamas transmite com melhor clareza a mensagem que se propõe a entregar, além de continuar desenvolvendo a história de seus personagens sem cair no clichê medonho. Se não fosse por seu final deveras aberto, o filme teria conseguido aqui uma melhor posição.
A rivalidade existente entre os pilotos James Hunt e Niki Lauda definiu a Fórmula 1 dos anos 70. Em Rush, Ron Howard explorou com esmero o histórico dos dois, transportando para a tela a emoção das corridas protagonizadas por ambos. Fora delas, as atuações de Chris Hemsworth e Daniel Brühl, principalmente do último, dão formato aos distintos perfis de cada um, que se refletem fortemente em suas vidas pessoais.   

5°: Os Suspeitos

Até onde o ser humano pode ir para atingir seus objetivos? Em Os Suspeitos, o canadense Denis Villeneuve explora essa temática a partir de um pai de família que, com sua filha e a amiguinha desaparecidas, vai até às últimas consequências para reavê-las, enquanto um detetive também passa pelo mesmo processo. As atuações fortes de um elenco poderoso definem o longa, intenso do começo ao fim. 
Em meio a socos e chutes, os duelos protagonizados pelos robôs e monstros gigantes de Círculo de Fogo despertam no público a alegria e felicidade dos tempos inocentes da infância. Os defeitos são inúmeros, claro, mas eles não conseguem tirar do filme de Guillermo Del Toro toda essa poderosa força nostálgica. Que atire a primeira pedra quem não teve vontade nenhuma de pular de felicidade na cadeira e torcer quando o Gipsy Danger deu um soco foguete! 
Sangue, humor e genialidade são os maiores atributos de Quentin Tarantino. Agora cinquentão, o diretor resolveu fazer de seu oitavo filme sua estréia no gênero dos western, explorando o racismo da época ao mesmo tempo que realiza sua costumeira mistura de culturas. Em Django Livre, o velho-oeste serve de pano de fundo para uma sangrenta e bem-humorada história do príncipe em busca da amada (O nome Brunhilda é o indício mais claro disso), típica da literatura medieval e do cinema de certa forma. 

2°: Amor

No começo do ano, era ridiculamente fácil enxergar o público que saía das sessões de Amor nos cinemas notando quem estava com uma cara triste ou de choro. Afinal, o novo filme de Michael Haneke traz uma inconfortável sensação de levar uma porrada de um taco de beisebol na cara por mostrar o definhamento de um de seus protagonistas.Essa emoção causada no longa é um dos maiores atributos do diretor, que novamente entregou um filme tocante e brutal, tal como a vida.

1°: Gravidade

Entre vários momentos de tensão (demarcados maravilhosamente pela trilha sonora), o diretor Alfonso Cuarón filma uma belíssima história de superação pessoal. Os perigosos caminhos tomados pela dra. Ryan Stone para sobreviver sozinha no espaço e voltar para casa funcionam também para a personagem aprender a valorizar sua vida e seguir em frente após um trauma pessoal. Lindo, eficiente e espetacular, Gravidade com certeza mereceu todos os aplausos da crítica e do público.

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