terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Lixeira Nerd: Elektra

Como eles conseguiram bater tão forte no fundo do poço?

Por Pedro Strazza

Todo gênero tem sua escala de qualidade. Dos excelentes aos péssimos, novos suspenses, dramas e comédias são oferecidas ao público toda semana a torto e direito, vendendo-se seja pelo ator principal conhecido, pela obra que o roteiro se baseou ou simplesmente pelo favorável boca-a-boca criado aos poucos. Mas há aquelas produções que são verdadeiros esqueletos no armário de Hollywood e ignoradas pelo povo, sendo fracassos financeiros ou obtendo algum lucro mínimo.
Dessa coleção de "obras", uma das principais na área de adaptações dos quadrinhos para o cinema é Elektra, o longa derivado do fraquíssimo solo do Demolidor que serve de continuação para a história da mortal assassina. Nem precisa dizer que o erro não poderia ser o pior né?
Assassinada pelo Mercenário no final da produção do Homem sem Medo, a personagem é revivida aqui - claro, da maneira mais obscura possível - por uma seita japonesa de ninjas, que a treinam sem motivo algum para torná-la a pessoa mais letal do mundo. Ela porém resolve fugir do lugar, oferecendo seus sangrentos serviços como mercenária, logo abandonados quando ela encontra uma família e decide protegê-los a qualquer custo de uma organização criminosa.
Como se pode ver pelo parágrafo acima, o show de clichês beira ao absurdo, e a maneira como o diretor Rob Bowman filma as cenas não ajuda. Repleto de slow-motions, a câmera busca na maior parte do tempo ângulos que mostrem a suavidade da protagonista interpretada por Jennifer Garner - que, coitada, não consegue fazer nada com o papel dado -, mas ganha em troca apenas sequências absurdas de movimentos.
Os antagonistas super-poderosos também não ajudam em criar no espectador alguma atenção. Extremamente imbecis, os vilões não comprovam em nenhum momento a força de seus poderes visuais interessantíssimos, sendo derrotados das maneiras mais fáceis pela heroína. Nem mesmo o líder do grupo, Kirigi, desperta interesse no público com a subtrama óbvia de precisar provar ao pai que é digno.
É fato que a Fox tomou uma péssima decisão ao tentar expandir o universo do Demolidor nas telas, mas não se imaginava um erro tão grande assim. De tão interminável, a lista de problemas de Elektra prossegue em todos os parâmetros possíveis e imagináveis, indo de trama para os detalhes mais técnicos, e não sobram aspectos para se defender a concepção de tal produção. Não é à toa que o longa esteja, portanto, nas listas dos fãs de quadrinhos (inclusive a nossa) como um dos piores filmes de super-herói já feitos na história.

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