sexta-feira, 26 de julho de 2013

Sobras: Laços e Hit-Girl

Às vezes não dá pra escrever todas as críticas no tempo certo. Vamos então às nossas sobras de quadrinhos do mês!

Laços

Após um belo começo com Astronauta Magnetar, a Graphic MSP, linha de graphic novels de Maurício de Souza com artistas convidados, lança agora Laços, traçando, depois da nova visão de Danilo Beyruth para o Astronauta, novos caminhos para a Turma da Mônica. A trama escrita por Vitor Caffagi, que segue Mônica, Cebolinha, Cascão e Magali em busca de Floquinho, traz de volta o ritmo dos filmes de aventura dos anos 80 e a beleza e simplicidade similares a uma animação da Pixar, tudo belamente ilustrado pela arte da irmã Lu Caffagi (Destaque para os momentos de lembraças, esfumaçados e perfeitos para a composição da cena). Em meio a tudo isso, sobra ainda espaço para justas homenagens a todo aos anos de travessuras e contos da criançada de Maurício, desde os planos dos meninos em roubar o Sansão até participações especiais de outros personagens, como os coadjuvantes Xaveco e Titi. Ao seu final, Laços é perfeito para todos os públicos, desde os mais velhos às crianças, compondo o primeiro clássico consagrado do selo de Maurício de Souza.
Nota: 10/10

Hit-Girl

Após o grande sucesso de Kick-Ass (apesar de ter fracassado economicamente nas telas), o roteirista Mark Millar conseguiu dar sequência à sua obra com o segundo (ainda inédito no Brasil) e vindouro terceiro capítulos da saga de Dave Lizewski. Além de tudo isso, o escocês pôde expandir esse universo com a minissérie de cinco partes Hit-Girl, centrando as atenções na garotinha femme fatale que roubou as atenções na graphic novel original. Apesar de dar aos fãs a violência e os litros de sangue tanto pedidos, a obra não consegue esconder sua trama boba e rasa, onde Mindy procura alternar sua vida de combate ao crime com o convívio diário da nova família, além de tentar se enturmar na nova escola. A facilidade da menina em matar bandidos não poderia ser a mesma que a de dopar os pais ou arranjar seus inúmeros recursos, mas com um pouco de malandragem o escritor consegue driblar isso e convence em vários momentos o leitor. Essa habilidade, porém, não é aplicada aos vilões, aqui os mafiosos mais burros do planeta (sério que vocês não sabiam quem ela era após tantas mortes?), e à chantagem de Hit-Girl com as colegas de escola, estereotipadas ao máximo. Os desenhos de John Romita Jr., desenhista oficial da franquia agora, conseguem ficar à altura da tarefa proposta, mas algumas vezes desliza para traços rápidos. Depois de tudo descrito aqui, pode parecer que essa minissérie é dispensável, mas toda a violência e piadas com o gênero dos super-herois acaba valendo os R$21,90 gastos. Mas bem que Mark Millar poderia ter caprichado melhor, novamente pensando mais nos lucros cinematográficos ao invés de contar uma boa história com tanto potencial.
Nota: 7/10

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