segunda-feira, 22 de julho de 2013

Dica da Semana: Eu, Wolverine

Entre as mais variadas características atribuídas ao Wolverine, com o tempo a sua selvageria permaneceu como uma constante. Talvez pela sua origem trágica ou até por causa de seus poderes, o heroi criado em 1974 por Len Wein sempre possuiu dentro de si uma raiva eterna e perigosa, sendo na maioria dos casos traduzida, por falta de meios de expressão, em uma brutalidade característica e sanguinária.
Porém nem sempre essa bestialidade incontrolável de Logan conseguiu sobrepor seus inimigos e o fez atingir seus objetivos de imediato, como em sua clássica primeira passagem pelo Japão na minissérie Eu, Wolverine. Escrita por Chris Claremont e ilustrada por Frank Miller, a trama mostrava o Carcaju indo atrás de sua amada Mariko Yashida, que viajara para o Japão a pedido do recém-ressuscitado pai e casado, a mando do mesmo, com um homem de negócios violento.
A princípio utilizando sua selvageria habitual, Wolverine decide levar Mariko à força, mas acaba tomando uma surra de seu "sogro", que utiliza apenas uma espada de madeira. Confuso e irritado, o heroi deve aprender a domar sua besta interior e encontrar seu verdadeiro ser para conseguir seu amor de volta, além de, claro, derrotar a organização que o impede de atingir tal objetivo.
O confronto entre fera e homem é a grande temática da história contada por Claremont, mostrando em vários momentos um Logan mais racional (à sua maneira) e cauteloso. O ambiente japonês evidencia ainda mais esse confronto, pois além de possuir um histórico milenar de costumes, o país é um grande sinônimo de inovação e futuro, criando por consequência uma oposição entre a tradição e renovação. Sem isso, o silencioso duelo final entre o pai de Mariko e o Wolverine não possuiria valor nenhum, e portanto perderia seu impacto.
Essa profundidade psicológica retratada em Eu, Wolverine é interessante por não apenas inserir-se na mente de Logan, mas, pelo contrário, abranger toda a população humana, que desde o começo da civilização questiona-se entre as vantagens de ser selvagem ou cidadão. Base para o filme Wolverine - Imortal, a minissérie de Chris Claremont continua tão atual nos dias de hoje como no ano de seu lançamento, e portanto merece um tempo particular para ser lida e apreciada com gosto por todos.

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