domingo, 28 de julho de 2013

Lixeira Nerd: X-Men Origens - Wolverine

Ou como não fazer um filme de super-heroi

Está no ar o primeiro texto da Lixeira Nerd, onde toda semana cataremos dos mares do esquecimento os piores exemplares produzidos na história da cultura pop. Na estreia, aproveitamos o lançamento de Wolverine - Imortal para relembrar do não só pior filme com o Carcaju nos cinemas, mas também o mais horroroso longa da Fox na posse dos direitos dos X-Men. Embarque conosco e vamos detonar X-Men Origens: Wolverine!
Lançado em 2009, o filme explora as origens (como dito no título) de Logan, desde seu trágico início quando criança até o envolvimento com o projeto Arma X e a explicação de sua memória ser tão fragmentada. Querendo aproveitar o sucesso do personagem com o público após a trilogia X-Men, a Fox resolveu entregar o projeto para Gavin Hood, que ganhara quatro anos antes um Oscar de melhor filme estrangeiro, no intuito de ter mais controle sobre a criação. Essa necessidade por um filme de produtor acabou se refletindo nas refilmagens e atrasos ocorridos, resultando em um filme sem sal e roteiro.
Para quem conseguiu escapar de perder seu tempo vendo o longa, essa ausência de texto pode ser exemplificada pelo fato de quase todas as brigas e destruições causadas serem facilmente evitadas com um pouco de diálogo. Da invasão da super-equipe mutante liderada por William Stryker (cuja presença é irrelevante) em Lagos à briga de Wolverine e Gambit (bem dispensável à trama por sinal), faltam motivos e sobra socos e chutes coreografados, além do cabelo hilariante de Hugh Jackman, que rapidamente se despenteia e organiza-se em questão de segundos.
Soma-se a isso várias e várias incongruências de roteiro. Por que matar uma tribo inteira se não obteve todas as informações? Aonde que um casal de velhinhos acolheria de imediato um homem pelado e lhe daria de mão beijada todos os seus pertences? Por qual motivo Logan voltaria para salvar sua amada depois de claramente ter percebido toda a situação? Nenhuma dessas perguntas é explicada, sendo respondidas com mais pancada na cara.
Há também a necessidade inexplicada da Fox em aproveitar a extensão de seus direitos e incluir o maior número possível de mutantes às tramas. Além de comprovar a falta de confiança da produtora em relação à sua propriedade, essa quantidade saturada de herois resulta em participações inusitadas, fracas e esquecíveis de personagens fundamentais ao cânone da equipe de Charles Xavier (também parte desse grupo, em uma aparição totalmente sem sentido e inusitada). Coitados de Ciclope, Emma Frost e Blob, além de, claro, Gambit e Deadpool, totalmente deturpados aqui.
Mesmo com todos os erros, falhas e ofensas a seus personagens, X-Men Origens: Wolverine trouxe uma vantagem fundamental ao caminho do Carcaju nos cinemas ao ensinar a produtora que não se pode enfiar as garras (com o perdão do trocadilho) em um longa. Apesar de todo o sucesso financeiro (a película conseguiu mais que o dobro do custo), a Fox ouviu as críticas negativas e, a partir de X-Men: Primeira Classe começou a corrigir a trajetória dos mutantes no cinema, dedicando-se inclusive a lançar outro solo de Wolverine, agora muito melhor, para endireitar a vida do atormentado heroi.

0 comentários :

Postar um comentário