quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Não Perda!: Janeiro/2015

Os filmes subestimados do começo do ano!

Por Pedro Strazza.

Todo mês é a mesma coisa. Com tantos lançamentos por semana, fica difícil para o público acompanhar o ritmo e por consequência vários bons filmes acabam abandonados pelos espectadores no caminho. Não que as produções mais vistas sejam mais fracas ou coisa parecida (pelo contrário, em sua grande maioria elas são ótimas!), mas é triste ver os pequenos serem engolidos pelos grandes blockbusters sem dó alguma.
É com isso em mente que O Nerd Contra Ataca inicia a partir deste mês de janeiro o Não Perda!, série de postagens que visam destacar as estreias cinematográficas mais subestimadas. Mensalmente iremos selecionar um número não estabelecido de produções pouco vistas ou comentadas, e esse processo será independente do fato do filme ter ou não ter resenha no site.
Confira então os lançamentos "ignorados" de janeiro de 2015:

Se o celebrado Birdman de Iñarritu usou parcialmente da metalinguagem cinematográfica para construir sua história, Assayas levou este elemento ao extremo em seu novo trabalho. Com ótimas atuações de seu elenco - incluindo a de Kristen Stewart, para o delírio dos haters - e um uso maciço de simbolismos, Acima das Nuvens é outro filme que dialoga com excelência sobre o ofício do ator e seus problemas para se aprofundar no personagem, além de também contar com ironias interessantes à indústria hollywoodiana que o cinema de arte parece tanto desprezar.

  • Cássia Eller

Dirigido por Paulo Henrique Fontenelle, o documentário sobre a vida da cantora faz um retrato profundo e belo da intérprete de Malandragem. Tratando desde a relação de Cássia com a música até às questões mais polêmicas - mesmo aquelas ocorridas após sua morte, a exemplo do processo judicial pela guarda de seu filho -, o filme traz também entrevistas emocionantes com pessoas ligadas à protagonista, que contribuem de forma decisiva para compor o tom tocante da produção.

  • Grandes Olhos

Já há um tempo em má fase por preferir demais a forma ao conteúdo em seus filmes, Tim Burton voltou a trabalhar com histórias situadas na realidade em Grandes Olhos, a cinebiografia da pintora Margaret Keane. E mesmo que ainda peque no extravasamento de seu lado "artístico" (bastante prejudicial à atuação de Christoph Waltz), o diretor consegue manter a objetividade na narrativa e alcança neste trabalho um resultado superior à sua leva recente. Que continue progredindo assim.

  • Minúsculos

Baseada em uma série de TV francesa, a animação dirigida por Thomas Szabo e Hélène Giraud é encantadora em sua sutileza para contar seu épico diminuto (mas simples) sobre a guerra entre dois formigueiros. Sem diálogos, o longa usa muito bem do ótimo design de som para expressar as emoções de seus personagens, todos insetos de olhos estilizados que são misturados a cenários reais.

  • Timbuktu

O drama mauritano indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro (o primeiro na história do país) traz além de uma belíssima fotografia (auxiliada em parte pelas belas paisagens do lugar) uma crítica ferrenha ao fundamentalismo em seu roteiro. A esperteza do diretor Abderrahmane Sissako, porém, é a de não detratar o islamismo para embasar sua opinião, mas sim a de isolá-lo da problemática abordada. Para o cineasta, a religião no poder é um mal poderoso, independente de qual credo ela acredite pertencer.

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