segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Crítica: Bob Esponja - Um Herói Fora D'Água

Bons episódios do Calça Quadrada nos cinemas.

Por Alexandre Dias.

Se a expressão “diversão para toda família” existe, com certeza ela pode ser aplicada no novo longa de um dos personagens mais queridos da televisão, Bob Esponja Calça Quadrada. Isso se deve, principalmente, ao tipo de humor que agrada tanto as crianças como os adultos. Porém, diferentemente do filme de 2004, Bob Esponja: Um Herói Fora d’Água sofre pela trama arrastada, e mesmo que as risadas apaziguem essa questão de uma certa forma, é um defeito a ser observado.
A história envolve o sumiço repentino da fórmula do hambúrguer de siri, assim Bob e sua equipe precisam encontrá-la. “Equipe”, aliás, seria uma espécie de subtema em questão (na produção de 2004, este se relacionava com a maturidade, pelo fato do Calça Quadrada ser um garoto), o que dá mais espaço para os vários personagens existentes na Fenda do Biquíni entrarem em cena. Podemos observar, assim, um Lula Molusco enojado como sempre, a natural paixão do Seu Sirigueijo por dinheiro, Sandy Bochechas surtada, Plankton e o seu vilanismo fajuto, Patrick Estrela sendo... Patrick Estrela e, é claro, o carismático e inocente protagonista amarelo.
Mais do que observar, podemos vê-los pela primeira vez em live-action feitos por computação gráfica, algo que funcionou bem- especialmente pelo desenvolvimento de “superpoderes” dos personagens. Contudo, a maior parte do longa ainda é animado e se passa na cidade marinha, o que não é, necessariamente, uma desvantagem.
O grande defeito de Bob Esponja: Um Herói Fora d’Água é, na verdade, a condução do próprio. A trama nunca poderia (ou deveria) ser complexa, obviamente. É algo simplório, afinal, grande parte do público é infantil. Entretanto, essa simplicidade natural não é aproveitada a partir do momento que o filme parece ter sido montado por pequenas histórias; são vários episódios do seriado praticamente, não uma experiência cinematográfica. O que seria apenas ir atrás da fórmula secreta acaba, então, acontecendo de maneira um pouco cansativa.
Apesar disso, este fator consegue ser minimizado diante da principal qualidade do universo tratado: o humor. As risadas acabam por vir de todas as faixas etárias, com as piadas mais sarcásticas para os mais velhos (Plankton continua a fazê-las muito bem) e as mais inocentes para os mais novos (Bob e Patrick sempre abobalhados, no melhor sentido da palavra), ainda que ambas sejam capazes de afetar a todos. Muitas vezes, as referências permitem esta ambiguidade, como, por exemplo, no momento em que a Fenda do Biquíni se torna um mundo devastado pelo apocalipse: as crianças, e até os adultos, acharão a situação engraçada pela forma como acontece espontaneamente, porém alguns integrantes deste último público também irão rir por, claramente, se lembrarem do mundo de Mad Max.

A nova aventura da esponja amarela dirigida por Paul Tibbitt é, portanto, para a toda família. Não tem a naturalidade de seu antecessor, porém ainda consegue levar espectadores ao cinema pelo universo único criado por Stephen Hillenburg.

Nota: 7/10

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