terça-feira, 27 de janeiro de 2015

O novo, misterioso e problemático Quarteto Fantástico dos cinemas

Há um bom caminho pela frente para o reinício da família Richards no cinema, mas já dá pra ter alguma esperança.

Por Pedro Strazza.

Desde que anunciado, o novo filme do Quarteto Fantástico parece estar envolto em uma camada de mistério. Tirando os anúncios técnicos (quem dirige, roteiriza, estrela, produz, etc. e tal), o público nada sabe sobre a produção ou as intenções da Fox com o projeto além de se basear fortemente na versão Ultimate da equipe. Até recentemente, a mídia estava no escuro quando se tratava do Quarteto, sendo que até as filmagens passaram batido por ela - sério, dessa época só se teve uma selfie tirada pelo elenco principal quando elas acabaram.
Pois é, só isso...
Em teoria, jogar no mistério não é exatamente péssimo. Não saber nada sobre um longa até seu lançamento já provou render tanto bons frutos (Batman Begins) quanto fracos (Interestelar, se é pra se manter em Christopher Nolan). E pra falar a verdade, existem sim bons motivos para acreditar nesse reinício do super-grupo nos cinemas: A direção é assinada por Josh Trank - cara que estreou na posição com o ótimo Poder Sem Limites e que já está contratado para fazer um dos derivados de Star Wars - e o elenco é liderado pelos quase sempre eficientes Miles Teller (saca aquele baterista muito louco de Whiplash?), Kate Mara (a repórter da primeira temporada de House of Cards e irmã da Rooney na vida real, lembra?), Jamie Bell (o Billy Elliot, o Tintim, o masoquista de Ninfomaníaca, o amigo do Anakin em Jumper se você curte filmes ruins, poxa!) e Michael B. Jordan (trabalhou com Trank em Poder Sem Limites e no futuro será o filho de Apollo Creed no derivado de Rocky Balboa, precisa de mais?).
Mas se o reboot da família Richards parece tão bem encaminhado, por que diabos então a expectativa do público para o filme parece estar tão baixa?
A resposta para essa pergunta é bem simples, e envolve o principal problema de manter a produção de um filme muito esperado em segredo: Boatos, e aos montes. Conforme os meses foram passando, mais e mais informações sobre o longa foram vazadas ao público, e quase todas eram negativas e/ou polêmicas - o Doutor Destino hacker e seu visual durante as filmagens, as mudanças no cânone que SEMPRE irritam os fãs, as novas filmagens em cima da hora, e por aí vai. Para piorar a situação, o próprio diretor acabou envolvido na divulgação equivocada do projeto ao divulgar uma imagem de bastidores do Coisa "antes dos efeitos visuais" no Twitter e imediatamente deletar sua conta no site, sugerindo alguma tensão entre ele e os cabeças da Fox.
Nem tu pra ajudar, Trank?
Mas o tempo passa, e em algum momento a divulgação tem que começar a acontecer se o estúdio quiser ganhar alguma grana. Há pouco menos de seis meses da estreia, a Fox começou ontem (dia 27 de janeiro) a liberar material do Quarteto com uma foto das filmagens (lembra que elas não existiam até então), e já no dia seguinte liberou os primeiros trailer e pôster do filme.
Assim como o trailer, o pôster já exibe a pegada mais sci-fi do reboot
E a reação inicial para a prévia é relativamente boa. Mesmo que tenha mantido o clima de mistério com a trama e lembre demais Interestelar (já até fizeram mash-up dos dois) e outras ficções-científicas realistas, o primeiro trailer do Quarteto Fantástico de Trank em acalmar o público quanto a suposições feitas no passado - incluindo as racistas quando Jordan foi contratado para viver o Tocha Humana - e em dar alguma esperança sobre o filme, incluindo em sua temática (o pé na ciência é muito bem vindo). Isso sem contar, claro, o fato do teaser nem lembrar das duas primeiras (e fraquíssimas) incursões do grupo nas telas, aonde nem Jessica Alba salvava.
O caminho para Quarteto Fantástico até seu lançamento no dia 7 de agosto é complicado. Driblar o pré-julgamento negativo do público e fazer com que este vá ao cinema disposto a ver uma nova versão do grupo exigirá do marketing toda uma revolução na estratégia de divulgação do longa, e isso terá que incluir uma maior disponibilização do conteúdo da história.
Mas não tanto assim. Para variar um pouco a rotina dos fãs de quadrinhos e do subgênero, será bom ir ver um filme de super-herói sabendo quase nada de seu conteúdo.
Vai Reed Richards!

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