sexta-feira, 3 de abril de 2015

Não Perda!: Março/2015

Amor, família e celebridades nos filmes esnobados do mês!

Por Pedro Strazza.

O mês acabou, e está na hora de ver aqueles lançamentos legais que ninguém viu (mas deveria ver) porque "Não deu tempo..." ou "Não quis arriscar minha grana suada com isso!". No Não Perda! de março de 2015 temos:

  • O Amor é Estranho

Em tempos contemporâneos, é comum que busque-se o amor antigo e shakespeariano como grande objetivo de vida, mesmo este não existindo mais. Qual seria então a verdadeira face deste na sociedade atual? O diretor Ira Sachs investiga essa questão em O Amor é Estranho pelos olhos de um apaixonado casal gay vivido por Alfred Molina e John Lithgow, que separados por questões financeiras são obrigados a testemunhar as mudanças sociais no universo dos relacionamentos através dos casais amigos.

Neste faroeste revisionista, o ator e diretor Tommy Lee Jones analisa o papel da mulher em uma sociedade machista e repressiva pela história de Mary Bee Cuddy (Hilary Swank), uma desbravadora na Expansão do Oeste que recebe a difícil missão de levar três mulheres loucas de volta para o Leste com a ajuda de um trambiqueiro em dívida com sua pessoa. Dessa travessia Jones encontra diversos pontos para questionar o estereótipo do gênero, em uma abordagem importante mesmo que não feminista.

  • Eden

Projeto que ficou conhecido pelo apoio do Daft Punk na produção - o duo liberou suas músicas para o filme a taxas baixas e deu dicas no roteiro -, Eden se dedica a expor e entender a história da house music, um subgênero da música eletrônica criado no começo dos anos 90. E mesmo que seja pessimista em sua segunda parte o longa dirigido por Mia Hansen-Løve é certeiro em sua reprodução da ascensão e declínio desta, sendo um dos poucos produtos sobre o tema a tratá-lo com o carinho merecido.

  • Força Maior

Candidato sueco ao Oscar que acabou ficando de fora da disputa, Força Maior parte de uma situação um tanto peculiar: de férias nas montanhas para esquiar, uma família entra em colisão com si mesma após um falso desabamento de neve revelar a real face do marido e pai. Surge então uma crise como nenhuma outra, que afetará não só a mulher e os filhos como também outros hóspedes e até trabalhadores no hotel, forçados a refletir sobre suas posições em seus relacionamentos.

Enquanto Birdman e Acima das Nuvens ganharam destaque por tratar do ofício do ator, este novo trabalho do diretor David Cronenberg levou em Cannes o prêmio de Melhor Atriz ao expor o nojento universo das celebridades hollywoodianas. Ainda que não possua uma grande reflexão sobre o tópico, Mapa Para as Estrelas é indiscutivelmente poderoso ao revelar o lado maléfico de seus personagens não através de seus visuais ou ações, mas sim por seus perfis mesquinhos e rasos, capazes de fazer de tudo para alcançar objetivos fúteis e de nada relevantes.

OUTROS Não Perda!: Janeiro/2015, Fevereiro/2015

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