Amor, família e celebridades nos filmes esnobados do mês!
Por Pedro Strazza.
- O Amor é Estranho
Em tempos contemporâneos, é comum que busque-se o amor antigo e shakespeariano como grande objetivo de vida, mesmo este não existindo mais. Qual seria então a verdadeira face deste na sociedade atual? O diretor Ira Sachs investiga essa questão em O Amor é Estranho pelos olhos de um apaixonado casal gay vivido por Alfred Molina e John Lithgow, que separados por questões financeiras são obrigados a testemunhar as mudanças sociais no universo dos relacionamentos através dos casais amigos.
Neste faroeste revisionista, o ator e diretor Tommy Lee Jones analisa o papel da mulher em uma sociedade machista e repressiva pela história de Mary Bee Cuddy (Hilary Swank), uma desbravadora na Expansão do Oeste que recebe a difícil missão de levar três mulheres loucas de volta para o Leste com a ajuda de um trambiqueiro em dívida com sua pessoa. Dessa travessia Jones encontra diversos pontos para questionar o estereótipo do gênero, em uma abordagem importante mesmo que não feminista.
- Eden
Projeto que ficou conhecido pelo apoio do Daft Punk na produção - o duo liberou suas músicas para o filme a taxas baixas e deu dicas no roteiro -, Eden se dedica a expor e entender a história da house music, um subgênero da música eletrônica criado no começo dos anos 90. E mesmo que seja pessimista em sua segunda parte o longa dirigido por Mia Hansen-Løve é certeiro em sua reprodução da ascensão e declínio desta, sendo um dos poucos produtos sobre o tema a tratá-lo com o carinho merecido.
- Força Maior
Candidato sueco ao Oscar que acabou ficando de fora da disputa, Força Maior parte de uma situação um tanto peculiar: de férias nas montanhas para esquiar, uma família entra em colisão com si mesma após um falso desabamento de neve revelar a real face do marido e pai. Surge então uma crise como nenhuma outra, que afetará não só a mulher e os filhos como também outros hóspedes e até trabalhadores no hotel, forçados a refletir sobre suas posições em seus relacionamentos.
Enquanto Birdman e Acima das Nuvens ganharam destaque por tratar do ofício do ator, este novo trabalho do diretor David Cronenberg levou em Cannes o prêmio de Melhor Atriz ao expor o nojento universo das celebridades hollywoodianas. Ainda que não possua uma grande reflexão sobre o tópico, Mapa Para as Estrelas é indiscutivelmente poderoso ao revelar o lado maléfico de seus personagens não através de seus visuais ou ações, mas sim por seus perfis mesquinhos e rasos, capazes de fazer de tudo para alcançar objetivos fúteis e de nada relevantes.
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