terça-feira, 10 de março de 2015

HEY, Eu Quero Uma Segunda Opinião!: Kingsman - Serviço Secreto

Matthew Vaughn acerta na sátira dos espiões.

Por Alexandre Dias.

Kingsman: Serviço Secreto não é um filme inédito. Já vimos organizações que operam no escuro com os Homens de Preto, espiões elegantes na gigantesca franquia de 007, ação frenética com Jason Bourne e sapatos que não são apenas calçados na série de televisão do Agente 86. Nem por isso a nova produção do diretor Matthew Vaughn deixa de ser uma novidade, pois quando estes elementos são combinados de maneira competente, temos um resultado positivíssimo.
Há duas tramas que correm em paralelo: o treinamento de Eggsy (Taron Egerton) para se tornar um agente Kingsman- a propósito, construído por meio de cenas bem empolgantes- e o combate contra o vilão Valentine (Samuel L. Jackson, ótimo). Ambas formam uma história louca de espionagem, que funciona tanto na seriedade quanto na sátira.
No primeiro caso, podemos identificar em Galahad (Colin Firth, esbanjando elegância) que cometeu um erro no passado, na própria jornada pessoal (envolvendo também o drama familiar) do personagem de Egerton e, como não podiam faltar, nas reviravoltas. Já a satirização acontece, principalmente, pela ação violenta (pessoas partidas ao meio e dentes voando em câmera lenta são alguns exemplos) e pela comédia (boas piadas, mas também pelo cômico politicamente incorreto).
O roteiro recheado de clichês não compromete. Pelo contrário, ele é até necessário, porque se permite que a loucura encaixe na fórmula dos espiões. É possível exemplificar isso por meio do peculiar antagonista que quer dominar o mundo e de sua assistente Gazelle (Sofia Boutella), esta com lâminas no lugar das canelas para baixo. Ou mesmo pelos equipamentos sofisticados da agência, que são óbvios, mas longe de serem desinteressantes.
Kingsman é nostálgico, pois existe há tempos, porém conseguiu-se criar uma identidade própria nesta junção de fatores já presentes no cinema. Portanto, não há dúvidas de que os alfaiates espiões serão lembrados no mundo dos agentes secretos, afinal, não é sempre que vemos Colin Firth chutando alguns traseiros.

Nota: 9/10

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