sexta-feira, 22 de agosto de 2014

HEY, Eu Quero uma Segunda Opinião!: As Tartarugas Ninja

O quarteto réptil está de volta aos cinemas

Por Alexandre Dias

O que se pode dizer sobre as Tartarugas Ninja? Os personagens, que já passaram pelo cinema, televisão, games e quadrinhos, tiveram diferentes versões suas ao longo dos anos, sendo a mais marcante a que se trata dos personagens carismáticos, que amam pizza e gritam Cowabunga!
De volta as telonas, os quelônios têm o seu reboot produzido por Michael Bay, da franquia Transformers, e dirigido por Jonathan Liebesman. Mesmo com a construção correta de visual e personalidade do quarteto, muitas das piores influências de Bay e Liebesman também estão presentes juntas de um roteiro fraco e repleto de falhas.
O primeiro medo dos fãs desde a contratação do elenco se concretiza: Megan Fox. Infelizmente a sua amizade com Bay não acabou, e o resultado disso no longa é uma atuação patética (pensar se é pior que ela como Mikaela é um verdadeiro enigma), porém mais do que isso: um papel absolutamente desprezível. Desprezível só em qualidade, porque em quantidade os fatos mudam. Ela como a jornalista April O’Neil é a grande protagonista, toda a trama gira ao redor dela.
Para piorar, Fox ainda é acompanhada de coadjuvantes fracos: Vernon Fenwick (Will Arnet) é o cameraman que serve de alívio cômico, mas é previsível e sem graça; Whoopi Goldberg em seu pouco tempo de aparição interpreta a habitual chefe do jornal; William Fichtner faz o papel do ricaço misterioso que era amigo do pai de April, mas também é colocado de forma padronizada; Splinter (dublagem feita por Tony Shalhoub e captura de movimentos por Danny Woodburn), o mestre roedor do quarteto, e o Destruidor (Tohoru Masamune), o chefe vilão do Clã do Pé, não conquistam o espectador, mesmo com algumas boas sequências de ação.
De fato, ninguém vai ao cinema ver um filme sobre tartarugas ninjas esperando uma história complexa. Entretanto, o roteiro escrito por Josh Appelbaum, André Nemec e Evan Daugherty é absolutamente burro, e não raso como seria o esperado. Ele se explica constantemente, é recheado de clichês entediantes e tenta tornar o enredo mais grandioso do que deve ser.
Com isso, o que há de melhor não é valorizado como deveria, que são os répteis mutantes. Os quelônios estão bem representados visualmente e cada um está com a sua característica natural: Leonardo (dublagem feita por Johnny Knoxville e captura de movimentos por Pete Ploszek) é o líder, Raphael (Alan Ritchson) é o do pavio curto, Donatello (Jeremy Howard) o cérebro e Michelangelo (Noel Fisher) o piadista. O tom de humor entre eles é bem conduzido e as cenas de ação, em sua maioria, empolgam, apesar da influência de Michael Bay, com explosões sem sentido vez ou outra, ocorrerem.
Devido ao sucesso nas bilheterias (o filme rendeu US$ 65 milhões em seu primeiro fim de semana nos Estados Unidos) uma sequência já foi confirmada. E o medo permanece por nossos amigos de casco, pois, assim como o desperdício de potencial que aconteceu aqui por causa dos equívocos do diretor, produtores e roteiristas, o caminho para um futuro de possível lucro pode ser o mesmo.

Nota: 4/10

No quadro HEY, Eu Quero uma Segunda Opinião!, O Nerd Contra Ataca abre espaço para que outros críticos deem suas opiniões acerca de um filme já comentado pelo site.

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