O quarteto réptil está de volta aos cinemas
Por Alexandre Dias
O que se
pode dizer sobre as Tartarugas Ninja? Os personagens, que já passaram pelo
cinema, televisão, games e quadrinhos, tiveram diferentes versões suas ao longo
dos anos, sendo a mais marcante a que se trata dos personagens carismáticos,
que amam pizza e gritam Cowabunga!
De volta as
telonas, os quelônios têm o seu reboot produzido por Michael Bay, da franquia
Transformers, e dirigido por Jonathan Liebesman. Mesmo com a construção correta
de visual e personalidade do quarteto, muitas das piores influências de Bay e
Liebesman também estão presentes juntas de um roteiro fraco e repleto de falhas.
O primeiro
medo dos fãs desde a contratação do elenco se concretiza: Megan Fox.
Infelizmente a sua amizade com Bay não acabou, e o resultado disso no longa é
uma atuação patética (pensar se é pior que ela como Mikaela é um verdadeiro
enigma), porém mais do que isso: um papel absolutamente desprezível. Desprezível
só em qualidade, porque em quantidade os fatos mudam. Ela como a jornalista
April O’Neil é a grande protagonista, toda a trama gira ao redor dela.
Para piorar,
Fox ainda é acompanhada de coadjuvantes fracos: Vernon Fenwick (Will Arnet) é o
cameraman que serve de alívio cômico,
mas é previsível e sem graça; Whoopi Goldberg em seu pouco tempo de aparição
interpreta a habitual chefe do jornal; William Fichtner faz o papel do ricaço
misterioso que era amigo do pai de April, mas também é colocado de forma
padronizada; Splinter (dublagem feita por Tony Shalhoub e captura de movimentos
por Danny Woodburn), o mestre roedor do quarteto, e o Destruidor (Tohoru
Masamune), o chefe vilão do Clã do Pé, não conquistam o espectador, mesmo com
algumas boas sequências de ação.
De fato,
ninguém vai ao cinema ver um filme sobre tartarugas ninjas esperando uma
história complexa. Entretanto, o roteiro escrito por Josh Appelbaum, André
Nemec e Evan Daugherty é absolutamente burro, e não raso como seria o esperado.
Ele se explica constantemente, é recheado de clichês entediantes e tenta tornar
o enredo mais grandioso do que deve ser.
Com isso, o
que há de melhor não é valorizado como deveria, que são os répteis mutantes. Os
quelônios estão bem representados visualmente e cada um está com a sua
característica natural: Leonardo (dublagem feita por Johnny Knoxville e captura
de movimentos por Pete Ploszek) é o líder, Raphael (Alan Ritchson) é o do pavio
curto, Donatello (Jeremy Howard) o cérebro e Michelangelo (Noel Fisher) o piadista.
O tom de humor entre eles é bem conduzido e as cenas de ação, em sua maioria,
empolgam, apesar da influência de Michael Bay, com explosões sem sentido vez ou
outra, ocorrerem.
Devido ao
sucesso nas bilheterias (o filme rendeu US$ 65 milhões em seu primeiro fim de
semana nos Estados Unidos) uma sequência já foi confirmada. E o medo permanece
por nossos amigos de casco, pois, assim como o desperdício de potencial que aconteceu
aqui por causa dos equívocos do diretor, produtores e roteiristas, o caminho
para um futuro de possível lucro pode ser o mesmo.
Nota: 4/10
No quadro HEY, Eu Quero uma Segunda Opinião!, O Nerd Contra Ataca abre espaço para que outros críticos deem suas opiniões acerca de um filme já comentado pelo site.
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