quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Crítica: Harry Potter e as Relíquias da Morte Parte 1

Uma década se passou. Uma geração cresceu e junto com ela um garoto com óculos e poderes mágicos evoluiu.
Começo essa crítica com a frase acima porque ela descreve bem a primeira parte do fim da saga que cresceu com seus leitores. Harry Potter pode ter a magia, mas ele não pode dizer que nada mudou. Ao contrário, o mundo ficou sombrio, a vida adulta chegou. E com ela vem grandes responsabilidades.
Harry Potter e as Relíquias da Morte Parte 1 é um meio de uma trilogia que também começou no meio. O diretor David Yates ficou responsável por um fim que parecia impossível de ser realizado. O peso de tal missão fez com que ele simplesmente atendesse o pedido dos fãs e fizesse uma adaptação literal do livro, página por página, frame por frame, dividindo a obra em duas partes.
Mas a solução virou um problema. Como adaptar um livro monstruoso (é o segundo maior livro da série, com quase 600 páginas), aonde dividi-lo, como colocar personagens que deveriam ter sido apresentados há alguns filmes anteriores?
E eis aí que entra o valor do roteirista Steve Kloves. O cara foi fantástico na adaptação. Ele simplesmente não escreveu ou reescreveu o livro. Kloves reintroduziu personagens na hora certa, adaptou o livro inteiro e introduziu pequenas coisas que não aparecem no livro, mas fazem bem para o filme. A cena da dança de Hermione e Harry, por exemplo, seria inútil no livro, mas na película representa um pequeno respiro para os personagens e para o espectador, uma pequena esperança ante as trevas.
Mas quem vai mesmo se satisfazer mais com o filme é o fã que leu os livros. Muitos detalhes que aparecem no filme não vão fazer a mínima diferença para quem não leu, mas para os leitores esses detalhes fazem toda a diferença. Steve Kloves atrai a todos sem excluir ninguém. Mas há um problema: o ritmo. Por ser um filme de 2 horas e meia, muitas cenas ficam lentas e sonolentas.
Duas coisas que chamam a atenção são a trilha sonora e a fotografia: Escuras e fortes, traduzem bem o ambiente e nada lembram os primeiros filmes da saga dirigidos por Christopher Columbus. Em termos de atuações, o ator Rupert Grint se destaca ao equilibrar o personagem alívio-cômico e o revoltado com a busca díficil que o trio faz. Ele lidera o trio que inclui Daniel Raddcliff e Emma Watson, que cumprem o necessário em seus personagens, que são os únicos que praticamente aparecem no filme. O resto é praticamente figuração.
Contudo, há algo que me incomodou o filme inteiro: Por mais que o diretor David Yates e o roteirista Steve Kloes trabalhem duro para tornar um grande filme, já está na hora de acabar. Ouço de todas as pessoas que é uma pena que Harry Potter vai acabar, que o final é ruim para quem o acompanhou. Mas, no final, o fim é bom. Não há mais nada que nós podemos fazer. Uma geração se passou, Harry Potter cresceu, e nós crescemos com ele e levaremos adiante em nossa vida. O fim é bom. A geração Harry Potter cresceu, afinal.

Nota: 10

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