quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

O painel da Paramount na CCXP 2016

Estúdio traz o novo xXx e a adaptação de Ghost in the Shell para primeiro dia de evento.

Por Pedro Strazza.

A Paramount Pictures foi o primeiro grande estúdio a se apresentar na Comic Con Experience 2016, que começou nesta quinta (1) no São Paulo Expo e vai até o dia 4. Iniciando-se com dez minutos de atraso, o painel de pouco menos de uma hora e meia levou à loucura as 3.500 pessoas presentes no auditório Cinemark não apenas por trazer ao palco as estrelas Vin Diesel, Nina Dobrev e o lutador de UFC Michael Bisping mas também com materiais exclusivos de duas de suas produções de 2017, os filmes xXx - Reativado e Vigilantes do Amanhã - Ghost in the Shell.

Confira abaixo um resumo e opinião sobre os materiais divulgados no painel:

Vigilantes do Amanhã - Ghost in the Shell

Abrindo os trabalhos do painel, a Paramount apresentou duas sequências inéditas da adaptação estadunidense do mangá de Shirow Masamune para as telonas, as duas sendo exibidas pela primeira vez no Ocidente. A primeira é a sequência de abertura do longa, que ao som do tema musical do anime homônimo de Mamoru Oshii traz a montagem da protagonista, a ciborgue Major Motoko (Scarlett Johansson).

Já a segunda cena é uma de ação envolvendo o policial interpretado por Takeshi Kitano, que enfrenta um grupo de criminosos mascarados que fazem um atentado à sua vida. Depois de escapar da primeira saraivada de tiros a seu carro, ele entra em combate com os bandidos, um a um os abatendo com tiros e a mala que carrega. A cena termina com Kitano de pé perante ao último mascarado vivo, dizendo antes de matá-lo com um tiro e esvaziar seu revólver no morto que não se deve mandar coelhos para caçar uma raposa.

As duas sequências vem para mostrar o quão fiel a produção comandada por Rupert Sanders foi com a animação de Oshii. Principalmente a abertura do filme, que é idêntica à do anime, as cenas são plásticas e estilizadas, buscando e conseguindo exaltar a semelhança entre as duas obras. Pelo menos visualmente, os fãs da história cyberpunk estarão satisfeitos com o resultado.

A grande questão que fica para o filme neste campo, na verdade, é se o longa de Sanders conseguirá arranjar voz própria. As belas imagens até aqui divulgadas são bem claras nesta proposta de emulação, mas parecem estar tão atreladas ao anime de Oshii que não são capazes de se distinguir de outras produções hollywoodianas que abordam distopias. E com o desejo do estúdio de tornar a história em uma franquia, esse destaque é mais do que necessário.

xXx - Reativado

Além do painel com Diesel, Dobrev e Bisping e o material já existente na internet, a Paramount apresentou na CCXP os vinte primeiros minutos do filme, que apesar de algumas coisas ainda para serem finalizadas (os créditos iniciais e os gráficos surgem muito rápido) já apresenta o tom da continuação do longa de 2002.

O início de xXx é composto de três cenas. Na primeira, acompanhamos o Agente Gibbons (Samuel L. Jackson) apresentando e tentando recrutar para o projeto do título Neymar Jr., indo em dois segundos de um assalto frustrado pela ação heroica do jogador do Barcelona - que impede o crime chutando um porta guardanapo no assaltante (?) - à queda de um satélite com todas as explosões que a produção pode ter direito. Dali, o filme mostra uma reunião do governo promovida pela agente interpretada por Toni Collette no intuito de apresentar uma nova tecnologia de vigilância, mas que é roubada na hora por uma equipe liderada pelo personagem do artista marcial Tony Jaa, emendando em seguida com uma sequência radical que mostra Xander Cage (Vin Diesel) assaltando uma antena governamental - por motivos que não valem a pena serem revelados aqui - e fugindo de seus agentes através de esqui na terra e skate.

São vinte minutos que passam relativamente rápido e indicam o teor mais juvenil da produção, que brinca acima de tudo com as possibilidades extremas e irreais dos esportes radicais. Nesse sentido, o novo xXx parece ser bastante coeso com sua proposta: o diretor D.J. Caruso realiza suas sequências ditadas sobretudo pelo ritmo e as poses de seus personagens, com Diesel e Jaa não exitando em fazer caras e bocas em meio à ação que protagonizam, ao passo que a trama não parece possuir maior função que ser uma linha de condução a esses sets de ação. É um filme de exageros que se assume como tal, disposto a brincar sem maiores preocupações.

Ao mesmo tempo, porém, essa juventude do novo xXx dependerá muito da conexão que o público nutre com os personagens, algo que o longa parece só possuir com Diesel. Se o ator de 49 anos mostra carisma nas cenas que protagoniza (algo que repercute para a realidade, como a emoção do público perante a presença do ator na apresentação bem prova), o restante do elenco não mostra o mesmo vigor: Jaa soa mecânico nas piscadelas que dá ao espectador em meio à sua performance, enquanto Collette e Jackson estão a princípio presos em estereótipos governamentais. Já Neymar exala a inexperiência como ator em sua estreia em uma produção estadunidense, soando forçado nas poucas falas que diz e um pouco truncado em seus movimentos na cena que "divide" com Jackson.

Logo no início do painel de xXx - Reativado, Diesel foi enfático ao dizer que "estava morrendo de vontade de fazer um filme divertido" após o difícil momento emocional que viveu com a morte do amigo Paul Walker no meio das filmagens de Velozes e Furiosos 7. O termo "diversão" inclusive foi bastante repetido por ele e os outros dois atores no restante da apresentação na CCXP e está bastante presente nos momentos iniciais da produção. Resta saber se essa diversão será suficiente para suportar um longa-metragem de prováveis quase duas horas de duração.

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