terça-feira, 5 de março de 2013

Primeiras Impressões: Vikings

Primeira tentativa do History Channel em séries tem apenas boas intenções

O History Channel é bastante conhecido por seus detalhados documentários, bastante eficientes e extremamente detalhados, servindo de referência para alunos e ensinando um pouco de história a qualquer um com tempo livre. Nos últimos anos, porém, o canal começou a diversificar suas atrações produzindo alguns reality shows, ainda com temas históricos envolvidos, e agora estréia sua primeira série dramática.
Vikings narra a história de Ragnar Lothbrok (Travis Fimmel) e como ele se tornou o rei dos Vikings, enquanto se desenrolava as invasões bárbaras à Roma. O primeiro episódio mostra a relação dele com sua família, destacando o ritual de amadurecimento de seu filho, além de já antecipar o desafeto com o líder Jarl Haradson (Gabriel Byrne), que vai levar Ragnar a construir um barco com a ajuda de Floki (Gustav Skarsgard) e junto de seu irmão Rollo (Clive Standen) planejar uma expedição própria ao oeste.
A série tem problemas sérios em relação ao tom didático. Excessivo, o primeiro episódio chega a ser monótono de tantos rituais e costumes do povo apresentado, dando um ar documental desnecessário e pouco convidativo ao espectador. Essa necessidade acaba prejudicando o desenvolvimento dos personagens, que em nenhum momento criam alguma conexão com quem está vendo o episódio. Em nenhum momento você se convence que a causa de Ragnar é a mais certa, por exemplo.
É notável a influência de Game of Thrones em Vikings, da fotografia à palheta de cores, mas o History Channel tenta a todo custo deixar a série apresentável a todas as idades. Repare como a luta já no começo do episódio (que por sinal não leva a nada) e a decapitação de um condenado não apresentam nenhuma gota de sangue, ou ainda na cena de sexo de Ragnar com sua esposa Lagertha (Katheryn Winnick), onde o ato é apenas sugerido. Vikings não decide qual público, e isso atrapalha ainda mais na hora de convencer o espectador a ver o próximo episódio. Os ganchos para os próximos capítulos são meramente toscos e mostram como a trama está mal-trabalhada.
Essa primeira tentativa do History Channel em produzir séries dramáticas com dados históricos parece a princípio uma excelente ideia, mas Vikings se perde (e muito!) quando tenta criar uma trama envolvente. Carecendo de personagens interessantes e apostando mais na didaticidade, o canal de documentários precisa aprender bastante com a dramaturgia de outras séries de outros canais.

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