quarta-feira, 20 de março de 2013

Primeiras Impressões: Bates Motel


A criação de um serial-killer em plena adolescência

Após o sucesso de séries de temáticas pesadas, como The Walking Dead, Game of Thrones e American Horror Story, já se era de esperar que o número aumentasse nessa temporada. A primeira novidade dessa leva no gênero do terror é Bates Motel, que aborda a juventude de um certo Norman Bates (Freddie Highmore), vivendo com sua mãe (Vera Farmiga) em um hotel à beira da estrada.
É bastante complicado de se abordar o começo de um serial killer, principalmente em um programa semanal com potencial para várias temporadas (dependendo de quanto render ao A&E). e isso causa um certo receio a qualquer fã de Hitchcock. Mas o prelúdio a Psicose já nos primeiros minutos acaba com essa imagem ao nos mostrar um Norman correndo pelos corredores de sua casa repleta de fotos de família, uma prévia da conexão dele com sua mãe Norma, uma mistura de paixão de amante (a cena de Norman olhando sua mãe na janela usando apenas roupa íntima é o ponto alto disso) e maternal.
Essa estranha família e sua chegada ao hotel (já abençoado com sangue) é o centro das atenções por todo o piloto, mas o verdadeiro objetivo de Bates Motel é o crescimento do assassino de Psicose pela puberdade, e isso se torna evidente na interação de Norman com outros adolescentes: O garoto que ouve música clássica no ponto de ônibus, foge de casa e se sente desconfortável na mesma são pequenos exemplares do que pode vir a ser explorado na série. Tudo bem dosado em uma atuação de alto nível de Freddie Highmore, deixando para trás a imagem de "criança fofinha" em A Fantástica Fábrica de Chocolate para virar o perfeito Norman Bates.
Mas a influência da mãe não fica para trás. Excelentemente caracterizado pela sempre ótima Vera Farmiga, a Norma já veio mostrando o quão é desequilibrada a ponto de afetar seu filho, segundo ela sua última chance de fazer algo certo na vida.
Bates Motel traz porém algumas peculiaridades: Trazer a história para os tempos atuais a princípio pode vir a ser um obstáculo à trama, mas é bom ver como a série tenta criar seu próprio caminho, atualizando a trama, e mantendo alguns elementos do filme de 1960, como a própria casa. Os erros se concentram mesmo no elenco de apoio feminino, composto exclusivamente de mulheres bonitas (Tudo bem Norman personalizar sua mãe em outras mulheres, mas até a professora precisava mesmo ser linda?) e os ganchos para arcos futuros, como o irmão de Norman e a amiga doente ao final do episódio (Triângulos amorosos com adolescentes são desde sempre tramas furadas), fatores que podem atrapalhar o andamento da série no futuro.
No geral Bates Motel apresenta-se bem e já tira toda a apreensão de violar o clássico de Hitchcock. O piloto corre naturalmente e só erra em assuntos futuros, indicativo de que o planejamento da série não deve passar de 5 temporadas. Um alívio se pensarmos bem, afinal, quem quer ver um Bates adulto matando novamente Marion Crane?

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