sábado, 2 de fevereiro de 2013

Crítica: O Lado Bom da Vida

David O. Russell continua a dar destaque à atuação em seu mais novo filme

Nas primeiras cenas de O Lado Bom da Vida mostra-se Pat Solitano (Bradley Cooper) saindo do sanatório com sua mãe (Jackie Weaver). Em um jeito apressado, ela anuncia que o acordo está cumprido, e que ele poderá continuar sua recuperação em casa. Na saída encontram Danny (Chris Tucker), ex-companheiro de Pat no sanatório, que pede uma carona para casa, descobrindo-se logo depois que ele estava na verdade fugindo do lugar.
Esses primeiros momentos dão o tom do que vai acontecer no novo filme do diretor David O. Russell. Com toques de comédia, vemos a nova rotina de Pat depois de descobrir ser bipolar quando viu a esposa traindo-o com o colega de profissão no chuveiro e o espancá-lo quase a morte. Em meio a sessões com o psiquiatra e a dinâmica com os pais ele conhece Tiffany, outra que tenta lidar com a mudança súbita, agora a morte de seu marido em um acidente bizarro. Juntos eles tentam superar, cada um a sua maneira, o novo mundo que os aguarda.
O filme, que é uma adaptação, lida com um roteiro que nas mãos erradas facilmente se tornaria uma comédia romântica desprezível, mas a maneira como David O. Russell trata-o de maneira a lidar com a doença mental sem preocupação (sem cair na armadilha do drama exagerado e chato) e, como sempre, focaliza sua atenção nas atuações de seu elenco fazem o espectador nem reparar nos defeitos e clichês deste.
Elenco por sinal em excelente fase. Os cinco atores principais se destacam fortemente, em especial Jennifer Lawrence e Bradley Cooper. Robert de Niro evoca suas atuações de tempos de sua parceria com Scorcese no papel de pai apostador, Jacki Weaver vai além em seu papel de mãe e Chris Tucker volta muito bem aos holofotes depois de andar um tempo sumido. Tudo isso graças ao talento do diretor, montando o filme focando na reação desses personagens. Reações essas que rendem ótimos momentos, como a cena de Pat inconformado com a obra de Hemingway ou a da aposta com todos os cinco na sala, ambas os pontos altos do filme.
O Lado Bom da Vida ao final se resume a uma mistura interessante de superação, humor e boas atuações, em um filme onde o maior aplauso fica de fato a O. Russell, que sai da fórmula típica de diretor focado no roteiro para um mais atento no indivíduo e sua relação com o mundo ao seu redor. Claro, isso tudo já havia sido provado em O Vencedor, mas parece que David melhorou ainda mais suas estruturas já apresentadas, criando um possível caminho à perfeição.

Nota: 8/10

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