domingo, 17 de fevereiro de 2013

Crítica: Nêmesis

No limite do exagero

Mark Millar têm se destacado nos últimos anos por levar aos cinemas suas obras ultra-violentas Kick-Ass e O Procurado, além de ter feito a melhor saga dos últimos tempos da Marvel, Guerra Civil. Em 2011 o escritor reuniu-se novamente com o desenhista Steve McNiven para produzir Nêmesis, que chegou agora às  bancas brasileiras.
A premissa é relativamente simples: Herdeiro único de uma família Bilionária, o vilão do título testa policiais ao limite até matá-los. Seu plano principal, porém, é o foco da história, onde ele rapta o presidente (Derrubando o avião presidencial no processo) e começa um jogo de gato e rato com o comissário paparicado por todos Blake Morrow, sua verdadeira vítima do plano.
O enredo todo é bastante hollywoodiano, mas bastante vazio e exagerado. As ações de Nêmesis são sim, bastante diabólicas, mas ainda sim deixam a sensação de uma piada de mal-gosto de um pivete de 10 anos. A que mais deixa essa sensação é a situação do sequestro dos filhos de Blake: Até antes de libertá-los a cena toda é perfeita e uma verdadeira quebra de coluna na família do policial, mas depois do resgate a armadilha maléfica de Nêmesis é dispensável e estúpida. O final da história também deixa a desejar quando visto desse ponto, dando uma aparente honra ao vilão. Um exagero absurdo e desnecessário.
A arte de McNiven, já habitualmente espetacular, ilustra tudo como um blockbuster de ação, colaborando para uma pretensão de Millar de colocar mais uma de suas obras autorais no cinema (Note como o físico de Blake lembra o de Viggo Mortesen). O problema disso é que essa necessidade absurda do autor acaba superando a qualidade da história, deixando o leitor com face burro por gastar por algo que em poucos anos vai estrear no cinema.
Porém Nêmesis diverte, apesar de todos os problemas. Millar sabe muito bem como manter o leitor preso à história (visto já em Kick-Ass, sua melhor obra até agora), e a arte dinâmica ajuda muito nisso, além da violência descerebrada, como sempre um ponto bom, mas que às vezes fica no limite do exagero.
Mark Millar no final das contas acabou errando demais na mão ao focar em Hollywood, mas ainda manteve  as rédeas em Nêmesis. Fica a torcida para que o autor não siga o caminho de um certo Frank Miller e volte a focar na história como feito nas suas melhores obras Kick-Ass e Guerra Civil.

Nota: 5/10

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