Prepare seu coração (e nervos) para um show de horror e cantoria
Hollywood já produziu muita coisa. Em pouco mais de um século, os estúdios que habitam a região cinematográfica realizaram quase todo e qualquer tipo de filme pensável pelo ser humano, forçando roteiristas a quebrarem cada vez mais a cabeça em busca de novas concepções e inovações para a sétima arte. Essa "crise" de ideias acaba por forçar as produtoras a refilmarem antigos sucessos de seu catálogo, muitas vezes com qualidade dúbia (há exceções, claro), visando arrecadar mais na bilheteria e manter a empresa na ativa.Nem todos os remakes, porém, vem de bons originais, como é o caso de Alvin e os Esquilos. Criados por Ross Bagdasarian em 1958, os bichinhos acabaram voltando em 2008 pelas mãos da 20th Century Fox para um dos piores longa-metragens infantis de todos os tempos. A mistura de música pop-chiclete cantada em voz finas pelos bichanos com piadas execráveis e bobas (quem ainda aguenta, em pleno século XXI, piadinhas de pum a cada cinco minutos?) bombardeiam incessantemente o seu inocente público, que pode estar ou rindo sem graça do visto ali ou esperando pelo final que não chega.
O roteiro também não ajuda a aliviar o sofrimento de 90 minutos. Tentando se vender como um "filme familiar de Natal" da maneira mais superficial possível, a história mostra a vida de Alvin, Simon e Theodore, três esquilos cuja árvore é derrubada em prol das festas natalinas. Após uma sequência de eventos o trio acaba indo parar na casa de Dave (Jason Lee), fracassado produtor musical que, percebendo o potencial musical dos pequenos, inicia uma parceria com eles, gerando imediato sucesso. Seduzidos pela fama e inúmeras posses, os bichanos logo são induzidos por um maléfico empresário a pensar que Dave tem segundas intenções com eles.
Esganiçados, irritantes e frenéticos nas drogas (elas não aparecem, claro), Alvin e os Esquilos conseguiram chamar a atenção do público suficientemente para engatar mais duas continuações igualmente horrorosas. A grande questão que resta ao final do filme e desse texto não é o motivo da trilogia ter ganho tanto ou o porquê da 20th Century Fox ter ressuscitado essa pérola dos anos 60, mas sim por que eu, ou você, ou todos os espectadores (crianças e adultas) terem gasto uma hora e meia com uma coisa tão ruim quanto este filme.
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