domingo, 25 de agosto de 2013

Lixeira Nerd: Jumper

Teletransporte-se para longe... desse filme!

Por Pedro Strazza

Com o ramo do marketing cinematográfico melhorando e aumentando a expectativa do público a cada filme, fica difícil para Hollywood corresponder em qualidade a promessa de suas produções. Em muitos casos, a ansiedade do espectador com o produto acaba sendo despedaçada frente a longas de péssima qualidade e potenciais desperdiçados.
Claro exemplo disso é Jumper, película de 2008 dirigida por Doug Liman (Trilogia Bourne) e baseada no livro homônimo de Steven Gould, lançado em 1992. Partindo de uma premissa bastante interessante, que seria a existência de pessoas capazes de se teletransportarem a diversos pontos do globo terrestre, o filme perde-se em um furacão de erros e tramas paralelas rasas sem tentar levar junto seu público na maluquice do roteiro.
A começar pela construção de seu personagem principal, aqui representado por David Rice (Hayden Christensen, mais canastrão impossível). Sempre necessária em um filme para criar no protagonista um mínimo de empatia com seu público, esse processo é muitíssimo mal aplicado, criando pontas soltas e dúvidas sobre a rebeldia do heroi. É muito estranho ver ele, por exemplo, fugindo de casa quando o pai, supostamente um homem bêbado e violento, aparenta ser tão normal quanto qualquer outro.
Essas pequenas falhas intensificam-se quando o filme toca na questão da ordem dos paladinos. Muitíssimo mal-explicados, os caçadores de jumpers não dão em nenhum momento motivos para fazerem tal trabalho, além de confundirem o espectador quanto a um possível vínculo com o governo. E apesar de serem letais, profissionais e endinheirados (Por sinal, daonde veio a grana para montar equipamentos tão tecnológicos?), o grupo consegue ficar oito anos sem achar um garoto que faz questão de demonstrar seus poderes na frente de todos. Sem contar a aparição da mãe de Rice na organização, facilmente um personagem dispensável à trama.
Notavelmente criado para ser uma trilogia, Jumper não cria em seu público motivos para ver uma possível continuação, talvez o motivo pelo qual a 20th Century Fox não produziu a sequência. Torna-se engraçado, portanto, ver as milhares de tramas não serem concluídas em prol de um futuro que nunca se realizará, enquanto uma lágrima de tristeza cai pelo tempo gasto para ver um longa tão fraco e desperdiçado. Pelo menos dá pra imaginar se teletransportando pra Roma ou Londres, desde que longe dessa desgraça.

0 comentários :

Postar um comentário