Um belo exercício de memória
Está chegando às lojas americanas essa semana Disney Infinity, game da Disney Interactive Studios que promete permitir ao jogador mesclar os mais variados universos da empresa de Mickey Mouse, de Monstros S.A. a Piratas do Caribe. Aproveitando-se de mecânicas consagradas como as de Little Big Planet ou Skylanders, o jogo tenta se vender através da nostalgia proporcionada em seus possíveis consumidores, podendo depois lucrar ainda mais com possíveis DLCs e continuações.Mas isso já não é inédito no estúdio criador, que já adotou tática parecida com Epic Mickey. Lançado em 2010, o game mostra o camundongo sendo transportado para o mundo desolador de Wasteland, dimensão criada pelo mago Yen Sid para abrigar os personagens esquecidos de Walt Disney. Lembrando bastante a Disneyland, o lugar foi destruído pelo temível Shadow Blot, uma criatura de tinta que agora quer o coração de Mickey para poder escapar dali e dominar o mundo. Resta ao nosso intrépido heroi salvar ambos os universos e derrotar o monstro, além de fazer as pazes com Osvaldo, o Coelho, abandonado em Wasteland por causa dele.
Conduzido por Warren Spector, aclamado designer de Deus Ex, Epic Mickey é uma verdadeira viagem no tempo, emulando o tempo todo várias obras criadas no começo da Disney. Das fases side-scroller, passadas em meio à confusão de desenhos mudos, à aparição de Osvaldo, reconquistado pela produtora após processo com a Universal, Wasteland é um banho de nostalgia ao jogador, que pode lembrar aqui e ali alguma animação de sua infância enquanto derrota alguma criatura de tinta. A própria jogabilidade contribui para isso, pois pelo pincel mágico de Yen Sid reconstrói-se as lembranças apagadas pelos monstros - ou pelo próprio tempo.
Apesar de cometer alguns erros (como a imprevisível câmera) e ter tido uma péssima sequência, Epic Mickey é um acerto em cheio da Disney. Criar nostalgias é uma tarefa bastante complicada e com alta chances de erro, mas o estúdio conseguiu equilibrar na medida certa a história para entregar a seu consumidor um prato cheio de lembranças perdidas por nós há um bom tempo. Esperemos então que eles acertem novamente com Disney Infinity e tragam a essa geração a beleza dos tempos antigos.
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