quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Lixeira Nerd: Duke Nukem Forever

Uma nostalgia errada e deprimente

A criação de expectativa é uma verdadeira faca de dois gumes. Usada no mundo do marketing, essa tática sempre possui excelentes resultados quando bem manuseada, mas acaba deixando no produto divulgado um problema sério: Como ultrapassar a qualidade geralmente alta, esperada pelos espectadores? Se não conseguir superar essa barra, a obra torna-se uma imensa decepção para seu público, muitas vezes sendo rapidamente esquecido com o passar do tempo.
O parágrafo acima resume bem o sentimento deixado por Duke Nukem Forever após seu lançamento em 2011. Depois de quase quinze anos de ansiedade e expectativa, o quarto game do "Chuck Norris dos videogames", que passou por inúmeros problemas em sua produção, não teve êxito em resgatar a nostalgia da franquia dos anos 90, tornando-se uma caricatura da própria série.
O problema mais central no game seria seu próprio protagonista. Por ser extremamente preconceituoso, chauvinista e violento, Duke Nukem conseguia, tal como Lara Croft, se encaixar no contexto da época em que foi lançado, onde as noções do politicamente correto ainda não tinham sido devidamente definidas pela indústria do entretenimento. Mas, ao contrário da saqueadora de tumbas, o herói aqui não recebeu uma devida atualização em suas características para os novos tempos, tornando-se assim um verdadeiro "tiozão" chato e inconveniente.
A mecânica do jogo também não ajuda em momento algum. A jogabilidade travada, os gráficos ultrapassados e as telas de carregamento demoradas são incoerentes em uma época onde os games de tiro em primeira pessoa estão no ápice do sucesso e do extremo realismo. Isso porque os controles tornam-se em grande parte do tempo mais uma dificuldade para o jogador passar de fase.
Deixado para trás em todas as categorias, Duke Nukem Forever não se percebe como fora de época e tenta a todo custo emular a sensação de um público que já cresceu ou envelheceu o suficiente para mudar de perspectiva. A demora para o lançamento do produto e os bons resultados dos jogos anteriores acabaram por trabalhar contra o sucesso do produto final, que se entrega como uma incômoda e decepcionante viagem ao passado.

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