A piada que é a vida
Por Pedro Strazza
Lançado no ano de 1983, este último ocorreu muito depois do fim do grupo, que decidiu se reunir para um último "programa". O plano era até simples: Descobrir e contar ao público o significado de nossa passagem pela Terra em um tom humorístico, mostrando As Sete Idades do Homem para o cinema. Inicialmente pensado para ser uma única narrativa, o roteiro elaborado por Gilliam acabou ficando, na opinião de todos, complexo demais, e a produção acabou se tornando uma sequência de esquetes conectados pelo tema principal.
A trama proposta por Gilliam, porém, não foi esquecida, sendo usada posteriormente como uma prévia inicial de 17 minutos para a epopeia que viria a se desenrolar. Marcado pelo tom característico dos Pythons, O Sentido da Vida possui um número absurdo de momentos memoráveis, tais como o homem mega-obeso no restaurante ou a demonstração ao vivo de sexo de um professor para seus alunos como método de aprendizado. Mais interessante é que todos os contos do longa acabam fazendo conexões entre si, surpreendendo o espectador a cada passagem. A "invasão" do curta no longa principal é de longe a melhor delas.
As ironias e situações inusitadas apresentadas pelo Monty Python no Sentido da Vida demonstram como o grupo continuou afinado após tantos anos separados. Essa última reunião desses seis gênios é uma verdadeira viagem no imaginário desses malucos, que conseguem tornar uma questão tão filosófica e densa em uma grande piada refinada. Afinal, quem não adivinharia que a resposta para essa pergunta seria ser gentil com outras pessoas, evitar comer gorduras, ler um bom livro de vez em quando, andar um pouco e viver em paz e harmonia com a população do mundo inteiro?
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