Preconceito desenfreado impede bom desempenho da sitcom
Por Pedro Strazza
Com seis episódios encomendados pela 20th Century Fox, a sitcom gira em torno das vidas de Eli (Seth Green) e Warner (Giovanni Ribisi), donos de um estúdio de videogames que precisam aprender a conviver com seus pais inconvinientes, respectivamente David (Peter Riegert) e Crawford (Martin Mull), em suas rotinas quando estes mudam-se para a casa dos filhos.
Essas "dinâmicas familiares" vividas pelos dois são apresentadas no piloto como bastantes diferentes: Enquanto Warner não consegue confrontar seu pai, um homem falido, Eli tem uma relação bastante explosiva com o seu, alternando brigas com sarcasmo a todo momento. Essa conexão entre ambas as famílias pode render ainda interessantes discussões entre ambas as partes, além de várias risadas. Sem contar as excelentes performances de Riegert e Mull, bem mais equilibradas que as de Green (afetadíssimo!) e Ribisi.
O humor da série, porém, ainda precisa de ajustes. Muitas vezes preconceituosas, as piadas lembram em vários momentos as usadas em Family Guy, desenho criado por MacFarlane, e por mais que façam rir acabam sendo em muitos casos ofensivas. São vários os momentos em que chineses, gays e mulheres são destratados gratuitamente pelos protagonistas, principalmente pelos pais, ou pelo roteiro (a piada com o pinto pequeno no final é bastante desnecessária).
Apesar desse pequeno problema, Dads tem de tudo para dar certo. Além da excelente química entre os quatro personagens e o elenco de apoio, o timing do humor usado, ainda que inadequado, está no ponto certo, fato raro para uma sitcom estreante, e faz rir. Se o politicamente incorreto for amenizado, é bem provável que a série garanta uma segunda temporada - pelo menos é o que esperamos!
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