terça-feira, 11 de maio de 2010

Crítica: Mary and Max (Cortesia de Ricardo Ayer ao Nerd Contra Ataca)


Sempre que conversosobre cinema com amigos e familiares, surge o questionamento sobre o filme preferido de cada um. Me pego pensativo, e, impossibilitado de responder tal pergunta, divido em categorias. Posso dizer agora que na categoria animação cheguei perto de poder dar essa resposta assistindo ao filme Mary e Max. Se eu fosse produzir um trailer comercial, ficaria bem entusiasmado em criar as chamadas em letras gritantes: Fantástico! Primoroso! A melhor animação já feita!
A estória não foge em nada do que acontece com a maioria das pessoas no nosso mundo, e é por essa simplicidade que a animação Mary e Max é tão singular. Diria que o filme é alimentado pelos dilemas psicológicos, naturais do ser humano, como medo, sexo, ansiedade e religião, complementando com a conquista de uma grande amizade. Portanto, não espere dar risadas de cair da cadeira, pois é um filme deliciosamente dramático.
A personagem Mary Daisy Dinkle, 8 anos e solitária, resolve sair do tédio e conhecer alguém fora da Austrália. Ao abrir a lista telefônica de Nova York e sortear um nome qualquer, escolhe justamente Max Jerry Horowitz, judeu de meia idade que vive com seu peixe e seu gato. Assim, Mary envia sua primeira carta a Max, acompanhada de um chocolate, algumas ilustrações e questionamentos muito infantis. Max a recebe com desconfiança, mas aceita iniciar a amizade com Mary. Daí para frente, a amizade vai se fortificando através das longas cartas trocadas.
Mary e Max, animação longa-metragem em stop-motion criada e dirigida por Adam Elliot, pode ser considerada uma obra de arte. A produção dos cenários é perfeita, mantendo propositalmente a forma rústica assumida em qualquer trabalho com massa de modelar. É possível até que você consiga visualizar as impressões digitais dos animadores nos personagens. Os detalhes dessa animação fazem toda a diferença. O mundo de Max se passa na cinzenta Nova York, filmada em preto e branco, e o mundo de Mary em sépia (tom de terra), representando a Austrália. Ambos possuem detalhes coloridos que, mesmo sendo uma técnica antiga, ainda encanta qualquer espectador.
A trilha sonora, muito bem conduzida, pertence a Dale Cornelius. Já as vozes dos personagens são emprestadas por Philip Seymour Hoffman (Max), que eu arrisco a dizer irreconhecível, Toni Collette (Mary adulta), Bethany Whitmore (Mary pequena) e narração de Barry Humphries.
Todo filme gra dois tipos de opinião: a positiva e a negativa. Mas fico pensando se alguém conseguirá não gostar de Mary e Max.
Nota: 10

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