Os melhores filmes de 2015 e alguns rankings.
Por Pedro Strazza.
2015 foi um ano de mudanças (ou da tentativa de) no cinema convencional que a grande maioria dos espectadores conhece e frequenta regularmente.
Foi um ano em que o passado voltou com força, recauchutado e pronto para buscar o domínio das bilheterias. Grandes franquias de outrora (Jurassic Park, Star Wars) estouraram mais uma vez na bilheteria, mas muitas outras (Férias Frustradas, Exterminador do Futuro) fracassaram financeiramente por não conseguirem se adaptar à realidade diferente ao qual se propuseram. Ao mesmo tempo, o faroeste e a space opera aos poucos ensaiam um retorno, não à velha forma mas querendo maior espaço na dinâmica de projetos cinematográficos que o que tem nos dias de hoje.
O ano também será marcado pela contestação, principalmente em direção à participação das mulheres nos filmes e no mercado. No mesmo ano em que a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas foi amplamente criticada pelo seu ano mais branco e masculino da História, a emancipação de personagens como Imperator Furiosa, Rey e Ilsa Faust comandaram um amplo debate no cinema de ação, questionando em caráter amplo a maneira como o gênero retrata a mulher em suas obras, como foi o caso de Jurassic World e suas alegorias de tom misógino. Por outro lado, também se evidenciou muito na Hollywood dos "sonhos que viram realidade" a participação da mulher no mercado cinematográfico, aonde ainda se impera o homem branco.
Essas são questões que não serão resolvidas na virada do ano, e que devem ser continuadas em 2016 em assuntos como a ausência de uma mulher indicada ao Oscar de Melhor Fotografia em toda a história do prêmio (e que alguns torcem para ser quebrada com a nomeação de Creed - Nascido Para Lutar à categoria) ou o novo filme dos Caça-Fantasma, agora um time composto só por mulheres.
No caso do Melhores do Ano, essas questões se refletem tanto na injustiça quanto na correção históricas. Ainda que o número de filmes protagonizados por mulheres tenha aumentado - dos 25 melhores desse ano, 11 tem protagonistas mulheres e 14 possuem personagens femininas interessantes e relevantes à construção da trama, batendo as 7 e 10 de 2014 - o número de longas dirigidos por mulheres nos 50 primeiros do ranking é de apenas quatro (Jane Pollard, Anna Muylaert, Ava DuVernay e Mia Hansen-Løve), e todo o resto é comandado por homens brancos.
São conceitos a serem repensados para os próximos anos, de forma que proporcione igual espaço para todos os gêneros. 2015 foi, afinal, um ano para isso: repensar.
Dito tudo isso, vamos à lista dos Melhores do Ano. A lista desta vez engloba 25 produções ao invés de seguir o arco crescente do site (13 em 2013, 14 em 2014...), de forma a abranger um maior número de grandes filmes que marcaram o ano que passou. Como em 2014, libero o ranking de filmes completo ao final da contagem, com um extra de doze Top 10, um para cada mês do ano. O critério é simples: se o filme estreou no circuito comercial brasileiro nos últimos 365 dias e eu o assisti, ele entra. Caso contrário, fora.
Também é bom observar que pela primeira vez incluo as revisões de nota em alguns dos filmes presentes no ranking. Como a redação de críticas pede urgência, alguns dos filmes acabam não recebendo o tempo de digestão (aquele período em que o filme permanece na sua cabeça) necessário, e ganham notas mais baixas ou mais altas pela interrupção súbita deste processo. No decorrer do ano, fui fazendo essas revisões, e as produções que por um acaso acabaram com notas diferentes da original estão indicados no ranking com a nota atual e a antiga.
ENFIM, vamos a eles:
25) Perdido em Marte
Ainda que tenha como norte a legitimidade científica do processo de sobrevivência empreendido pelo protagonista, Perdido em Marte é um filme que acima de tudo se beneficia de seu ingênuo lado cômico, incomum aos dramas (ou em alguns casos, terrores) de isolamento ao qual ele se adequa. É por ele que o diretor Ridley Scott - aqui quase no lado oposto ao de seus dois maiores trabalhos, Alien e Blade Runner - consegue estabelecer o resgate ao astronauta perdido em Marte como uma verdadeira ode à sociedade, ao coletivo que pelos esforços conjuntos de inúmeros indivíduos propicia a realização de uma ação que a princípio seria impossível de ser completa.
24) Dívida de Honra
Faroeste revisionista puro, Dívida de Honra é curioso na maneira como aborda a relação da mulher com o gênero. Tão sagaz na direção quanto como ator, Tommy Lee Jones usa da jornada de travessia empreendida por seus protagonistas para questionar constantemente a posição ocupada pelo gênero feminino em tais filmes, ao mesmo tempo que desconstrói o sonho de enriquecimento proporcionado pela viagem ao oeste daqueles tempos. Jones, porém, realiza esse processo com sobriedade: seu filme não busca revolucionar tais relações, mas somente de constatá-las com um quê de tristeza na voz.
23) Cássia Eller
Dos retratos documentais lançados em 2015, o voltado para a cantora Cássia Eller foi um dos que melhor funcionou na proposta. Não apenas por fazer o ato de reverência à intérprete de tantos sucessos como Malandragem e O Segundo Sol, o filme de Paulo Henrique Fontenelle se destaca de outros por ir além do ídolo em pauta e analisar o ser humano por trás desta, sem contudo esquecer de tentar desvendar o porquê do objeto de estudo ser tão querido por amigos, familiares e fãs. Cássia Eller é um triunfo no que diz respeito à emoção e objetividade, respeitoso e ao mesmo tempo brutal.
22) Dois Dias, Uma Noite
Guiado basicamente pela atuação de Marion Cotillard, o mais recente filme dos Dardenne é simples mas ao mesmo tempo bem elaborado. Pelas viagens da personagem principal às casas de seus colegas de trabalho para salvar seu emprego, o longa consegue ser bem sucedido tanto na contextualização dos reflexos da economia na sociedade como no arco de superação da protagonista, ao qual Cotillard maneja com brilho. E pelas tremedeiras e surtos de depressão de uma mulher frágil, Dois Dias, Uma Noite sai do simples e atinge o complexo.
21) Nick Cave - 20.000 Dias na Terra
É um tanto inesperado que, em um documentário sobre um músico, o próprio adote a câmera e a não use para amaciar seu ego. Abandonando por completo o ato de reverência, 20.000 Dias na Terra parte de uma crise individual do protagonista, e funciona por não esquecer de levar o espectador para dentro deste. As reflexões e saudosismos de Nick Cave, que poderiam soar como puro egotrip depressivo, se conectam e formam um panorama de aflições e inquietações fascinante, cujas dores tem um fundo de universal capaz de tocar qualquer tipo de espectador.
20) Phoenix
Se torna cada vez mais difícil de se realizar um grande filme sobre os efeitos da Segunda Guerra na sociedade, mas o alemão Phoenix prova que isso ainda é possível de se fazer. O filme, que segue uma desfigurada sobrevivente do Holocausto que, irreconhecível após uma cirugia plástica no rosto, sai em busca do marido suspeito de entregá-la aos nazistas, faz o caminho da busca pela identidade com sofisticação, criando o melhor retrato possível da combalida Alemanha e dos judeus no pós-guerra. Mas é no final que o longa, ancorado por uma atuação sublime de Nina Hoss, alcança sua potência máxima, em um clímax capaz de estraçalhar a alma em milhões de pedaços com um verdadeiro golpe de marreta.
E me perdoem os maus modos, mas puta que pariu Speak Low. Puta que pariu.
19) Corações de Ferro
Ainda no assunto de Segunda Guerra (mas agora voltado para o conflito em si), quem sabe muito bem conciliar ação com gênero e temática é o Corações de Ferro de David Ayer. O faroeste de guerra exercido pelo diretor aqui, em um filme sobre uma equipe de soldados responsável por um dos tanques estadunidenses, é visceral ao extremo, capaz de evidenciar os danos causados pelo conflito bélico no ser humano seja por suas movimentadas cenas de guerra ou em seus momentos mais parados, como na passagem do grupo por uma das casas de inocentes alemães. E conforme o público e o personagem de Logan Lerman adentram esse mundo, é inevitável que tal loucura tome nosso âmago de assalto e nos destrua por completo.
18) Mia Madre
Qualquer tipo de obra - cinematográfica ou não - que se disponha a analisar a temática da morte tende a levar o assunto como algo pesado, inevitável e parte de seu ser, num exercício de reflexão que geralmente acaba na egotrip. No caso de Mia Madre, essa noção é invertida. O italiano Nanni Moretti (que também atua no filme) conduz a história de uma diretora à beira de perder a mãe com sensibilidade, mais interessado nos efeitos de inevitável evento na vida da protagonista que nas considerações dela com seu próprio falecimento. Episódios como a da casa inundada e da carta desaparecida dão força à espiral de esgotamento apresentado, mas é no final "agridoce" que Moretti comprova a beleza de sua lógica.
17) Whiplash - Em Busca da Perfeição
No fundo um gigantesco exercício de narrativa e triunfo máximo de montagem, Whiplash instiga pelo ritmo quase frenético ao qual se rodeia. Com dois picos facilmente reconhecíveis pelo exalar automático que grande parte do público faz em seus finais súbitos, a estreia de Damien Chazelle em longa-metragens ainda conta com duas intensas atuações dos protagonistas Miles Teller e J.K. Simmons, que traduzem o monstruoso ritmo da obra em atuações extrovertidas ao extremo. Tudo pronto para explodir no clímax do terceiro ato, claro, que realiza essa entrega com satisfação notável.
16) Acima das Nuvens
A princípio parecendo estruturar-se como filme metalinguístico, Acima das Nuvens logo se transforma em uma das reflexões mais intrigantes sobre a passagem do tempo. A relação da personagem interpretada por Juliette Binoche com os papéis de uma peça e sua assistente (trabalhada maravilhosamente por Kristen Stewart) evocam uma sensação de impotência perante às forças maiores da vida como a natureza ou o tempo, que aqui soam suaves em sua implacabilidade. Não chega a ser um clichê, mas o fato do esquecimento ser o maior dos medos do ser humano é tratado pelo diretor Olivier Assayas com o tom desilusivo apropriado.
15) Star Wars - O Despertar da Força
Cercado de mistério e talvez da maior expectativa dos últimos vinte anos, o retorno de Star Wars às telonas cumpriu com seus objetivos de satisfazer a grande maioria de seus fãs de diversas gerações. A fórmula foi simples, mas ao mesmo tempo um grande reflexo da erupção nostálgica proporcionada por 2015: refazer o filme escapista que tornou clássico o primeiro capítulo da saga e atualizá-la ao panorama atual, sem contudo tornar isso uma missão. O resultado são sets de ação bem montados por J.J. Abrams e potencializados pelo retorno de personagens queridos do público sem ter medo de apresentar novos, capazes de tomar as rédeas da franquia e continuar o legado de entretenimento com compromisso que tornou célebre a marca.
14) O Ano Mais Violento
A fotografia com quê de Edward Hopper e que denota violência pelas beiradas já dá a dica do que o espectador irá encarar em O Ano Mais Violento. O retrato de uma máfia em franca decadência, guiado por grandes atuações de Oscar Isaac e Jessica Chastain, ressalta a solidão de nossas relações de maneira despercebida, não permitindo que esta ocupe a centralidade do palco nas dificuldades passadas pelo protagonista. E isso acaba por trabalhar a favor do longa, que apostando numa tensão que levemente se acentua para gerar expectativa em cima do fim de uma era - seja este gênero cinematográfico ou período histórico.
13) Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância)
Existe um egocentrismo em Birdman? Sim, e não é pouco. Mas mesmo assim o vencedor do Oscar 2015 de Melhor Filme não deixa de ser interessante no retrato que faz do time mais conservador de Hollywood, incapaz de adotar os novos tempos e preferindo aqueles em que o teatro era o berço de promissores atores talentosos e o circuito comercial era símbolo de uma morte horrível. O filme de Alejandro González Iñarritu ainda se beneficia de um bem elaborado falso plano-sequência eterno e o trabalho formidável de Michael Keaton, oportunos em reforçar suas ambições mesquinhas em direção à indústria do cinema e do entretenimento. Está implícito na linha de diálogo de Macbeth mencionada por um mendigo: "Amanhã, e o amanhã, e o amanhã...".
12) A Pele de Vênus
É curioso (e divertido) ver como o polonês Roman Polanski usa de seu lado mais obscuro para produzir obras extremamente punitivas a esse seu eu. No excelente A Pele de Vênus, por exemplo, o cineasta realiza um questionamento relevante da relação machista entre autor e musa, mostrando culpabilidade em tal relação sem monopolizar as atenções. A dança final da personagem interpretada por sua esposa Emmanuelle Seigner, em torno do interpretado por Mathieu Amalric preso a um símbolo fálico, é desde já um dos grandes momentos do cinema na década de 2010.
11) Foxcatcher - Uma História que Chocou o Mundo
Contando com uma atuação de primeira categoria de Steve Carell, Foxcatcher usa da trajetória do milionário John du Pont e os lutadores greco-romanos Mark e Dave Schultz para fazer uma análise verdadeira e dura da realidade estadunidense. Em ascensão na carreira de diretor, Bennett Miller cria uma atmosfera pesada, que reflete o estado de decomposição do sonho americano pelas mãos da iniciativa privada. Não há heróis na narrativa, e a tal história que chocou o mundo é mera contestação desta problemática.
10) A Terra e a Sombra
Longa de estreia na direção do colombiano César Augusto Azevedo, o mais recente vencedor da Câmera de Ouro do Festival de Cannes é um panorama fundamental sobre a economia primária dos países latino-americanos, e mostra com eficácia os efeitos danosos da passagem da agricultura familiar para o agronegócio. O brilhante de A Terra e a Sombra, porém, é que ele não se entrega inteiramente a essa análise, mas usa dela para situar uma trama de relações familiares desgastadas e muito bem executada, que se aproveita do ambiente opressivo para desenhar conflitos subliminares que em nenhum momento soam pretensiosos. Sem contar, claro, o premiado trabalho de fotografia de Mateo Guzmán, que consegue captar toda essa dinâmica complexa em planos simples e de impacto.
9) Um Amor em Cada Esquina
Se em A Pele de Vênus a relação entre autor e musa era visto em tom de condenação, Um Amor em Cada Esquina realiza esse caminho de desconstrução pelo humor. Com o tom típico das comédias de Woody Allen, o diretor Peter Bogdanovich expõe o ridículo dessa conexão com primor, em cenas que atingem o absurdo sem perder o riso - e a cena no restaurante é um ápice delicioso deste processo. A melhor parte é que além do elenco estrelado e bem direcionado o cineasta ainda conta com o trabalho soberbo de Imogen Poots, cuja interpretação da protagonista prostituta que vira atriz dá vida à produção e suas boas intenções.8) Ponte dos Espiões
Depois de duas tentativas desequilibradas, Steven Spielberg finalmente conseguiu fazer um filme aos moldes do cinema estadunidense clássico que se adequasse a seus próprios trejeitos. Com influências claras dos longas de Frank Capra, Ponte dos Espiões é um thriller com toques de humor refinado que se dispõe a analisar mais uma vez o espírito do herói americano, em um jogo de comparações bastante ressaltado na fotografia de Janusz Kaminski. Com Tom Hanks e Mark Rylance afiados, o roteiro de Joel e Ethan Coen chega a picos sem deixar o ritmo cair, e o longa concebe sua mensagem com a eficácia necessária.7) Vício Inerente
Exclusivamente pautado na narrativa desconexa, a mais nova obra-prima de Paul Thomas Anderson comprova como é possível entregar grandes filmes oriundos de tal planejamento. A investigação conduzida pelo protagonista entregue às viagens alucinógenas de drogas é o ponto de partida para Vício Inerente abraçar a loucura e levar o espectador junto de si, sem medo de que este acabe entendendo absolutamente nada do que acontece em cena. A jornada enlouquecedora propiciada ao público a partir daí, pautada na realidade mas com leves toques de surrealidade, torna o longa numa dessas experiências difíceis de serem repetidas nos próximos anos.6) A Visita
Talvez o primeiro filme a trazer um verdadeiro respiro de originalidade ao found footage desde a chegada do primeiro Atividade Paranormal, A Visita realiza uma das - senão a - mais bem sucedidas misturas entre gêneros cinematográficos opostos. O longa dirigido por M. Night Shyamalan tem habilidade em elaborar todo o seu terror a partir da comédia, com pinceladas metalinguísticas que realizam comentários ácidos sobre o subgênero sem se intrometer demais na narrativa. E com a já previsível virada de roteiro dos filmes de Shyamalan acontecendo, o longa demonstra seu valor em um clímax de terceiro ato poderoso e aterrador por essência.5) Um Pombo Pousou Num Galho Refletindo Sobre a Existência
Conjunto de esquetes elaborados em cenários geométricos, Um Pombo Pousou Num Galho Refletindo Sobre a Existência é fascinante na maneira como tira humanidade de um mundo frio povoado por pessoas frias. Interessado em questões humanas e filosóficas, o sueco Roy Andersson é capaz de fazer rir e meditar com as mais diversas situações, que vão da simples morte de um homem por fazer força pra abrir uma garrafa à complexa e gloriosa marcha de um exército que ruma triunfante à guerra - somente para retornar destruída. É o tipo de profundidade filosófica que para muitos deve soar pretensiosa, mas a outros ela evoca o choque e a contemplação, culminantes na antológica cena de um gigantesco instrumento musical que é alimentado por seres humanos para gerar um belíssimo som.4) Missão: Impossível - Nação Secreta
O quinto capítulo da série Missão: Impossível foi um dos poucos filmes de grande orçamento de 2015 a conseguir equilibrar tão bem o seu lado lúdico e teórico. Ao mesmo tempo que preenche o longa com sets de ação inventivos e de sublime execução (e sem medo de pertencerem ao gênero, como certos agentes britânicos), o diretor e roteirista Christopher McQuarrie realiza um dos mais curiosos estudos sobre a relação do indivíduo com o mundo globalizado, ágil em seu desenvolvimento e capaz de costurar os personagens e situações com esmero. Não bastasse isso, Nação Secreta também se beneficia da dedicação de Tom Cruise, seu ator principal que não tem medo de abraçar e literalmente mergulhar na ação.3) Magic Mike XXL
2) Mad Max - Estrada da Fúria
Frenético do começo ao fim, a volta por tanto tempo anunciada de Mad Max implodiu 2015 como um de seus kamicrazy se sacrifica para explodir um carro. Novamente no comando, George Miller mostra mais uma vez porque é um mestre com Estrada da Fúria, que além de ser uma alucinada aula de cinema também se comporta maravilhosamente bem como obra feminista. Trabalhada com brilho por Charlize Theron, Imperator Furiosa e as esposas de Immortan Joe lutam para sobreviver não apenas em um mundo pós-apocalíptico, mas também machista e misógino, algo que nos aproxima desse deserto poeirento e aniquilador. Acima de tudo, o quarto capítulo da série revoluciona um gênero inteiro, seja em seus aspectos formais ou teóricos, e faz uma contribuição importante a uma luta sem data para terminar.Mas o melhor filme de 2015 é...
1) Divertida Mente
Com todos os tiques e estruturas conhecidas dos filmes da Pixar, Divertida Mente é um filme que por emoções antropomorfizadas preza pelo emocional com uma sensibilidade quase impossível de ser atingida. A bem da verdade, não existem palavras que descrevam o cuidado dos diretores Peter Docter e Ronnie Del Carmen ao tratar as relações entre Alegria e Tristeza ou de Alegria com a menina Riley, que atingem ápices tão poderosos e contundentes. Para tornar toda essa construção mais bem elaborada, Divertida Mente intercala essas estruturas com criatividade e humor formidável, e ainda inclui um ótimo terceiro arco na figura do amigo imaginário Bing Bong.Mas é no relacionamento de Alegria com Riley que o filme me quebrou, me quebra e me quebrará emocionalmente nos próximos anos, em uma única linha de diálogo que só de lembrar já é capaz de me fazer ir às lágrimas mesmo após ter passado meses desde que fui ao cinema assisti-lo.
"Eu só queria que Riley fosse feliz."
Rankings
Por mês:
E a versão final do Ranking 2015 de Cinema:
- Divertida Mente (10/10)
- Mad Max - Estrada da Fúria
- Magic Mike XXL [9/10 antes de revisão]
- Missão: Impossível - Nação Secreta
- Um Pombo Pousou Num Galho Refletindo Sobre a Existência
- A Visita
- Vício Inerente
- Ponte dos Espiões (9/10)
- Um Amor em Cada Esquina
- A Terra e a Sombra
- Foxcatcher - Uma História que Chocou o Mundo
- A Pele de Vênus
- Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância) [10/10 antes de revisão]
- O Ano Mais Violento
- Star Wars - O Despertar da Força (8/10)
- Acima das Nuvens
- Whiplash - Em Busca da Perfeição
- Mia Madre
- Corações de Ferro
- Phoenix [7/10 antes da revisão]
- Nick Cave - 20.000 Dias na Terra
- Dois Dias, Uma Noite
- Cássia Eller
- Dívida de Honra
- Perdido em Marte
- Que Horas Ela Volta?
- Homem-Formiga
- Mistress America
- Chatô - O Rei do Brasil
- Férias Frustradas
- Últimas Conversas
- Sniper Americano
- Vingadores - A Era de Ultron [10/10 antes de revisão]
- Tomorrowland - Um Lugar Onde Nada É Impossível
- Cala a Boca, Philip
- Timbuktu
- A Espiã que Sabia de Menos (7/10)
- Noite Sem Fim
- O Presente
- Para o Outro Lado
- O Amor é Estranho
- Selma - Uma Luta Pela Igualdade
- Bob Esponja - Um Herói Fora D'Água
- Lugares Escuros
- Adeus à Linguagem
- A Travessia
- Corrente do Mal
- Jurassic World - O Mundo dos Dinossauros [8/10 antes de revisão]
- Eden
- O Conto da Princesa Kaguya
- Winter Sleep/Sono de Inverno
- Expresso do Amanhã
- Kingsman - Serviço Secreto
- Velozes e Furiosos 7
- Cinderela
- A Estrada 47
- Força Maior
- A Forca
- Sicario - Terra de Ninguém
- A Teoria do Tudo
- Victor Frankenstein
- Leviatã
- Uma Noite no Museu 3 - O Segredo da Tumba
- Frank (6/10)
- Entre Abelhas
- Casadentro
- A Colina Escarlate
- O Destino de Júpiter
- Peter Pan
- Nocaute
- A Escolha Perfeita 2
- Mapa Para as Estrelas
- Jia Zhangke, Um Homem de Fenyang
- Grandes Olhos
- Minúsculos
- Sangue Azul
- Pasolini
- The DUFF
- Taxi Teerã
- Obra
- 118 Dias
- O Olmo e a Gaivota
- Shaun - O Carneiro
- Cake - Uma Razão Para Viver
- Poltergeist - O Fenômeno
- Dheepan - O Refúgio
- Ricki and the Flash - De Volta pra Casa
- Enquanto Somos Jovens
- Os Dois Lados do Amor
- O Sal da Terra
- O Jogo da Imitação
- Terremoto - A Falha de San Andreas
- O Agente da U.N.C.L.E. (5/10)
- Um Santo Vizinho
- Homem Irracional
- Exorcistas do Vaticano
- Golpe Duplo
- Garota Sombria Caminha Pela Noite
- Califórnia
- Atividade Paranormal - Dimensão Fantasma
- Chappie
- Macbeth - Ambição e Guerra
- A Possessão do Mal
- Casa Grande
- Como Sobreviver a um Ataque Zumbi
- Cidades de Papel
- Sob o Mesmo Céu
- Respire
- A Entrevista
- O Último Ato
- Para Sempre Alice
- No Coração do Mar
- O Clube
- Minions
- Evereste
- Belas e Perseguidas
- 45 Anos
- Aliança do Crime
- Sem Direito a Resgate
- Rainha e País
- Os Pinguins de Madagascar
- A Série Divergente: Insurgente
- 007 Contra Spectre (4/10)
- Livre
- Victoria
- De Cabeça Erguida
- Quarteto Fantástico
- American Ultra - Armados e Alucinados
- Ted 2
- As Sufragistas
- Segunda Chance
- Jogos Vorazes - A Esperança - O Final
- A Incrível História de Adaline
- Pássaro Branco na Nevasca
- A Mulher de Preto 2 - Anjo da Morte
- Chico - Artista Brasileiro
- A Dama Dourada
- Jessabelle - O Passado Nunca Morre
- Um Senhor Estagiário
- Pixels
- O Exótico Hotel Marigold 2
- Invencível
- Não Olhe Para Trás
- Sr. Kaplan
- Trocando os Pés
- O Pequeno Príncipe (3/10)
- Love
- Promessas de Guerra
- Pegando Fogo
- Crimes Ocultos
- Miss Julie
- O Exterminador do Futuro - Gênesis
- Caminho da Floresta
- A Entidade 2 (2/10)
- À Beira Mar
- A Casa dos Mortos
- Duas Irmãs, Uma Paixão
- Cinquenta Tons de Cinza (1/10)
- Mortdecai - A Arte da Trapaça
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