quinta-feira, 27 de junho de 2013

Crítica: Os Últimos Dias de Krypton

Preparação para novo filme do Superman faz o suficiente para agradar novos fãs, mas esquece-se dos antigos no processo.

Por Hugo Prando

O destino de Krypton sempre esteve condenado. Pelo menos é isso que tenta provar o escritos Kevin J. Anderson, contratado pela DC Comics para botar no papel a história do planeta em seus últimos instantes de vida. Em Os últimos dias de Krypton responde-se perguntas como "Quem foi e o que fez Jor-El antes de ser o pai do Superman?", "Como Dru-Zod se tornou o General Zod?" e "O que causou a destruição de Krypton?", além de, claro, desenvolver de forma apropriada o contexto político pelo qual permeiam-se as histórias destes personagens.
E desde o começo de seu relato Anderson já mostra como o futuro de Krypton seria acompanhado por destruição, sendo Jor-El e seu irmão Zor-El os únicos profetas de tal destino. Ao longo da história acompanha-se várias tramas cujos caminhos tornam a situação do planeta cada vez mais emergencial, como o primeiro encontro de Jor-El e Lara-Van e o desenvolvimento de seu relacionamento do qual nascerá Kal-El, o futuro heroi de Metrópolis e o último filho de Krypton. O pai do Superman, porém, também divide a trama com o grande antagonista da história: o General Zod, em sua busca por poder absoluto, escala a hierarquia da sociedade kryptoniana para poder controlar tudo e todos, mas seu fim não corresponde suas expectativas. Personagens pouco conhecidos pelo grande público e famosos no universo DC também aparicem, como o marciano J'onn J'onzz e a inteligência artificial alienígena conhecida como Brainiac, servindo de elo para o universo gigantesco da editora.
A história têm seu mérito por apresentar cronologicamente os eventos que culminaram com a destruição de Krypton (como prometido já no título), com o autor focado em desenvolver tanto a trama política quanto a linguagem científica presente. Entretanto há uma enorme carência de contexto histórico-social e tecnológico-geográfico, tornando difícil para um leitor mais culto ou um fã de quadrinhos entender o dia-a-dia de Krypton. Em vários momentos, por exemplo, é necessário suspender a realidade ou ignorar erros bobos para digerir alguns acontecimentos.
Os Últimos Dias de Krypton cumpre sua missão ao final, apresentando o fim do planeta e entregando aos ansiosos por O Homem de Aço uma chance de conhecer mais sobre o passado do Superman. Porém, peca várias vezes em sua continuidade e em mostrar aos fãs mais velhos o que realmente se quer. Essa rasicidade traduz-se em uma história simples, bela e compreensível para o público geral.
Nota: 6/10

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