Marcante história de Moore é base para arco atual do Morcego
Neste mês de julho inicia-se na revista do Batman a bastante elogiada saga Morte da Família, marcando o retorno do Coringa, agora sem rosto, ao universo DC. Escrito por Scott Snyder e desenhada por Greg Capullo, a trama do segundo grande arco envolvendo o Morcego e seus aliados promete um palhaço do crime ainda mais louco e sem limites e que pode causar baixas para o lado dos mocinhos. Apesar de impactante, a promessa feita pela editora não é inédita na cronologia do heroi, ocorrendo inclusive em vários combates travados entre os dois personagens.É o caso de A Piada Mortal, conto escrito por Alan Moore em março de 1988. Clássica, a revista é de longe o auge da diabolicidade do Coringa, que em uma edição mudou a vida da bat-família para sempre ao aleijar Barbara Gordon, a Batgirl original. O vilão também sequestra o pai dela, o comissário Gordon, e tortura-o psicologicamente mostrando fotos da filha nua e sangrando, sugerindo no processo um estupro por parte de seus capangas.
Tudo parte de um plano maligno do Palhaço do Crime em provar a todos que qualquer um pode mudar de lado após um dia ruim, como ocorreu em seu caso. Contada em flashbacks, a origem trágica (e ao mesmo tempo fantástica) do Coringa é pela primeira vez mostrada, sendo oficializada pela DC tempos depois. Através dela, Moore cria (em uma pioneira análise psicológica sobre o vilão) ao redor do personagem uma visão mais humana, mas sem esquecer de todos os pecados sangrentos do antagonista.
Ao seu final, A Piada Mortal não só é um exemplo de grande combate entre o Coringa e o Batman como também analisa a fundo a relação caótica entre os dois. Há tanto tempo juntos, o cavaleiro das trevas e o palhaço do crime não sabem mais por qual motivo batalham, mas mesmo assim continuam. Dois lados de uma mesma moeda, vilão e heroi nunca pararão de digladiar-se até que um morra, envolvendo a vida de todos neste processo destruidor.
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