sábado, 15 de dezembro de 2012

Crítica: Superman - Terra Um

Nunca fui grande fã do Superman. Com exceção de uma ou duas obras, o homem de aço, que sofre com roteiristas fracos e a falta de vilões bons em suas histórias, sempre me deixou mais com vontade de vê-lo morto do que pra torcer por sua vitória. Mas de vez em quando há a vontade de torcer. Como é o caso de Terra Um.
Projeto da DC para criação de sua linha "Ultimate", a famosa editora resolveu criar um universo novo (mais um!) e criar novas histórias de origem para seus personagens em forma de graphic novels, e a primeira delas é de seu mais famoso herói, o último filho de Krypton.
Um dos grandes acertos dessa publicação é a liberdade de criação do roteirista J. Michael Straczynski, que mostra um Clark Kent mais humano em suas páginas, que tem de decidir se vira um herói ou trabalha pra dar uma melhor condição de vida à sua mãe, Martha Kent. Ou seja, longe de ser o exemplo que é o atual Superman dos quadrinhos.
Além disso, há a já conhecida sensação do herói de ser um "peixe fora-d'água", e como o Super se relaciona com isso. Um dos pontos altos no livro é a relação que ele tem com Jonathan Kent, seu pai, e suas confissões desse sentimento. Há o desejo profundo de conhecer mais sobre seu planeta natal, e dessa vez sem a manjada oposição com a "sensação de dever" (ainda que ela apareça mais pro final).
O problema é que, enquanto o psicológico do homem de aço está bem feito, o segundo problema mencionado lá no começo do texto persiste: O vilão é muito ruim! Com um motivo dos mais fracos e sendo praticamente descartável à trama toda, apenas existindo para ser "a grande ameaça", o vilão só vai ser útil para no final dizer que há um grande responsável pela destruição de Krypton, sem revelar a identidade do sujeito. Ou seja, tudo para criar um gancho pra próxima história.
Outra coisa que prejudica a história no todo é, tirando o núcleo familiar do super, a falta de aprofundamento psicológico nos personagens coadjuvantes. Lois Lane mais parece uma garotinha mimada, Jimmy Olsen um workholic sem preocupação pela vida, e o Perry White um velho deprimido nostálgico.
Em termos de desenhos, Shane Davis demonstra poucas vezes algum talento e deixa a desejar em comparação ao trabalho que Straczynski teve para criar seus personagens. É nessas horas que a gente sente falta de um trabalho como o do Frank Quitely em Grandes Astros Superman.
No total, a primeira edição de Terra Um acerta (e muito!) na criação do herói, mas erra na hora de fazer o resto dos personagens. Esperemos agora as próximas edições, que serão respectivamente o primeiro volume do Batmam nesse novo mundo e a segunda aventura de Clark Kent, agora um herói em formação.

Nota: 8

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