9°: Trapaça
Acertando o tom nos últimos dois filmes com o simpático O Lado Bom da Vida e o dramático O Vencedor, David O. Russell perdeu a mão nesse Trapaça. Mesmo que com um design de produção e figurinos bem trabalhados e um elenco de bom desempenho no geral, o longa tem um roteiro extremamente confuso e fraco, não possuindo ritmo regular em nenhum momento. Não chega a ser um filme ruim, mas é com certeza o pior da lista.
8°: Philomena
É um filme que sabe driblar o clichê para entregar uma história convincente. Mas os diferenciais do filme são mesmo a atuação de Judi Dench e a estranha leveza que o diretor Stephen Frears usa para lidar com temas difíceis envolvendo a religião. Fico triste em colocá-lo em uma posição tão baixa, Philomena é um longa que merece ser visto.
7°: Clube de Compras Dallas
Clube de Compras Dallas poderia facilmente ter sido um filme de atuação, pois todos os elementos da produção são utilizados para destacar os papéis de Matthew McConaughey e Jared Leto (que são, a princípio, os grandes favoritos dessa edição do Oscar em suas categorias). O que salva o longa dessa linha é justamente o tema da AIDS, mostrado com sensibilidade e sem burocracia ou panfletagem.
6°: Capitão Phillips
Com tensão muito bem trabalhada, o novo filme de Paul Greengrass emprega vários elementos dos filmes de assalto para contar sua história, mas sem polarizar as forças armadas e os piratas em bem ou mal. E o lado mais interessante de Capitão Phillips reside justamente na humanização de seus protagonistas, os capitães Muse e Phillips - que contam com atuações soberbas de seus intérpretes.
5°: Nebraska
Pela primeira vez dirigindo um filme sem roteiro de sua autoria, Alexander Payne mostra uma história bastante melancólica sobre o fim da vida e acertos de contas a partir de uma premissa um tanto boba. O elenco trabalha muito bem e há momentos cômicos impagáveis, protagonizados principalmente pela personagem de June Squibb.
Antes de continuarmos: Gostaria de esclarecer que, a partir deste ponto, todos os quatro filmes estão empatados tecnicamente, em minha opinião. Cada um à sua maneira, estes indicados fazem por merecer, ao meu ver, o prêmio máximo da 86° edição.
4°: Gravidade
Eleito na minha lista como o melhor filme de 2013, esse novo trabalho de Cuarón carrega tanto uma história alegórica fantástica quanto um lado técnico fantástico. A jornada nada convencional da doutora Ryan Stone no espaço é repleta de tensão e dificuldades, e a câmera do diretor sabe estar no lugar e hora certas para captar o momento em que a personagem finalmente atinge seu momento de redenção.
3°: 12 Anos de Escravidão
A maneira como Steve McQueen aborda o tema da escravidão nesse filme é impecável. Acompanhando a história de Solomon Northup, somos submetidos à dolorosa experiência de assistir as torturas que ele sofre tanto fisicamente como mentalmente - a exemplo do brilhante plano-sequência envolvendo as personagens interpretadas por Chiwetel Ejiofor, Lupita Nyong'o e Michael Fassbender - para compreendermos finalmente as dores de se perder tudo.
2°: O Lobo de Wall Street
Com 71 anos e com (apenas) um Oscar na mão, seria bastante compreensível que Martin Scorsese se acomodasse e começasse a realizar apenas filmes fáceis. Eis então que o diretor de sobrancelhas grossas entrega este alucinado retrato da vida dos corretores corruptos e poderosos de Wall Street, que conta com ritmo e timing acelerados para contar a vida de Jordan Belfort. Brilhante para dizer o mínimo.
1°: Ela
Este novo trabalho de Spike Jonze é criativo e sensível no ponto certo para contar a história de amor entre uma máquina e um homem. A genialidade ainda aparece no momento em que Jonze estabelece três linhas de raciocínio que se complementam ao invés de se anular, possibilitando ao filme uma profundidade das mais brilhantes. É um filme que recomendo para ser assistido e pensado.
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