Série do canibal sofre com péssimo roteiro e arrisca-se pouco
É até com certo atraso que Hannibal Lecter chega à telinha. Depois de duas décadas e 4 produções cinematográficas, o famoso psiquiatra canibal ganha sua própria série de TV (embalado pelo sucesso do terror na programação semanal), com o simples título Hannibal, focando sua relação com Will Graham (Hugh Dancy), um agente do FBI atormentado por visões e principal personagem da trama.
Um dos grandes problemas do piloto de Hannibal é o roteiro, seguidor da fórmula de séries policiais. Apesar de apresentar interessantes ideias a respeito de Will e sua capacidade em detectar as menores pistas em uma cena do crime, a maneira como se dá essas descobertas não convence o espectador a acreditar no agente.
Outro grave defeito é falta de profundidade psicológica nos personagens, estereotipados e rasos demais para uma série derivada de O Silêncio dos Inocentes, filme com raciocínio tão inteligente e psicológico. Há ainda a questão do final, muito aberto e fraco demais para todo o desenvolvimento já péssimo. É mais uma prova a Hollywood de como séries tem que passar por uma aprovação da produtora antes de receber encomendas de mais de 10 episódios, não o caso aqui.
Outro grave defeito é falta de profundidade psicológica nos personagens, estereotipados e rasos demais para uma série derivada de O Silêncio dos Inocentes, filme com raciocínio tão inteligente e psicológico. Há ainda a questão do final, muito aberto e fraco demais para todo o desenvolvimento já péssimo. É mais uma prova a Hollywood de como séries tem que passar por uma aprovação da produtora antes de receber encomendas de mais de 10 episódios, não o caso aqui.
O roteiro porco acaba por influenciar o peso das atuações: Enquanto Hugh Dancy mostra-se exagerado no papel de Graham, Laurence Fishburne é novamente mal-utilizado em seu papel recorrente de chefe respeitado. O único que quase se salva em meio a tudo isso é Mads Mikkelsen, mostrando uma nova versão de Lecter dentro dos limites do roteiro. Ele ainda mostra como é possível separar Anthony Hopkins do personagem. Sua primeira aparição no piloto é marcante e sensacional.
Parte dessa boa atuação de Mikkelsen se deve ao diretor David Slade (30 Dias de Noite), que mais uma vez usa uma fotografia de cores frias para compor seu cenário e mostrar, no máximo permitido pelo roteiro, o quão distantes são seus personagens. Esse efeito torna-se ainda mais forte com a imaginação de Will pintada de cores quentes e os litros de sangue, pintando paredes e pisos.
Hannibal se propõe a criar novos rumos para o personagem, mas a falta de uma história convincente prejudica-o. Temos de esperar pra ver se o desenvolvimento dos personagens vai levar a alguma coisa, e principalmente se o Will Graham de Hugh Dancy e o Lecter de Mads Mikkelsen da série estarão à altura de Jodie Foster e Anthony Hopkins em O Silêncio dos Inocentes.
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