quinta-feira, 10 de março de 2011

Crítica: Rango

Já na primeira cena de Rango tudo é esclarecido: O personagem que vemos ali é solitário e tem uma crise de identidade. O camaleão dialoga com o espectador com um misto de loucura e genialidade, interpretando personagens e discutindo com seres inanimados.
A temática parece ser estranha, mas Rango carrega algo mais em sua história: O camaleão é jogado no meio do deserto do Mojave, recebe conselhos de um tatu meio biruta e vai parar numa cidade louca por água, que vira a moeda de troca. O pobre coitado ainda entra em um bar e é perguntado de sua identidade. E aí que ele olha para uma garrafa de suco de cacto e se pergunta: Quem é ele?
O filme carrega esta pergunta a projeção inteira, como se Rango perguntasse a você: Quem é você? Por que você está aqui? A pergunta é interessante e muito forte, mas o filme continua (como se a vida continuasse): Depois de derrotar um pássaro, Rango vira o xerife da cidade e tem que resolver o caso da água, que desapareceu.
O filme alterna em perfeita sicronia a pergunta e tributos ao velho oeste (Incluindo aí uma aparição do Estranho Sem Nome de Clint Eastwood), trazendo ação e reflexão ao personagem de Johnny Deep. Esse equilíbrio gera simpatia por Rango, que vira o perfeito ator de herói, mesmo que desajeitado.
Quanto aos termos técnicos, destaque às dublagens de Johnny Deep e Abigail Breslin, que devem ser apreciadas pelos brasileiros. A animação é muito bem feita, podendo levar o filme a uma indicação ao Oscar ano que vem.
Quanto à pergunta, só você pode responder, meu caro.

Nota: 9,5

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