Primeiras HQs da saga na Marvel sofrem com pouca liberdade e se rendem ao fan service instantâneo.
Por Pedro Strazza.

Essa intimidade entre as tramas, porém, não é o único ponto na qual as duas coincidem. Seja no roteiro ou no desenho, é visível em Darth Vader e Star Wars o uso de estruturas que prezem pelo fan service, muitas vezes forçado para agradar a qualquer tipo de fã da franquia: os diálogos recheados de referências, as locações conhecidas (o palácio de Jabba em Vader, os corredores vazios em Star Wars), a verossimilhança com a realidade... tudo parece preso a diretrizes, o que impede os roteiristas de tentar criar algo a mais em cima dos personagens - embora Gillen, talvez com "maior" liberdade que Aaron para trabalhar, consiga encaixar na história de Vader um arco tímido de provação - e os artistas de se arriscar na representação. Inclusive chega a ser curioso que Larroca e Cassaday, donos de traços e visuais relativamente distintos, se assemelhem aqui na escolha de muitos ângulos e na própria opção pela maior fidelidade com o rosto dos atores.
Muito provavelmente encurraladas pela própria proposta de sua existência e a aparente rigidez com a qual a Disney e a Lucasfilm estão lidando com o rebootado universo expandido da saga (algo que deve estar se repetindo em Princesa Leia, a estrear no Brasil dentro da segunda edição de Darth Vader), as duas séries encontram no início uma grande dificuldade em lidar com a falta de mobilidade no criativo. Se considerarmos o potencial das duplas criativas, é bem provável que esse cenário mude e ambas as revistas se façam nas pequenas brechas dadas dentro da mitologia, mas para isso acontecer será necessário coragem e, óbvio, uma meta mais interessante que o prazer imediato.
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